O terceiro Holmes (4/4)

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Tentamos abrir a porta juntando esforços mas ela não se mexeu nem um centímetro a mais.

- Se tem alguém ali dentro devem ter entrado por algum lugar não é? - Foi mais um pensamento em voz alta do que de fato uma pergunta minha.

- Não, podem ter bloqueado a porta depois, mas deve ter outra forma de entrar.

- Mas onde? Já olhamos tudo - Lestrade comentou olhando o corredor procurando algo no local.

- Talvez não tenhamos olhado tudo - Sherlock se dirigiu para o cômodo ao lado do que estávamos tentando abrir e começou a tatear o papel de parede descascado - O que acham que é isso?

- Alguém mexeu aí recentemente mas não significa que tenham sido eles, precisaríamos de equipamento para abrir a parede e - Ele foi interrompido pelo chute que o mais alto deu na parede derrubando algo que mantinha a passagem pequena fechada - Ou podemos sair chutando a parede e poder quebrar um pé.

Lestrade foi o primeiro a passar pela passagem pequena e ouvimos o som de sua arma sendo engatilhada seguido de um murmúrio baixo que parecia ser de Harriet, isso nos fez entrar logo em seguida vendo uma cena bem contrária ao o que eu esperava ver. Eurus estava segurando um dos assassinos por trás e segurava uma faca contra o pescoço do mesmo que tentava se soltar dos braços da mulher que parecia ter herdado a força desproporcional da família.
Olhei para todos os presentes no cômodo relativamente estreito, na frente da porta que tentamos abrir havia um cadáver ao qual havia caído segurando uma barra de aço que havia se prendido no espaço de baixo da porta, era isso que havia travado a passagem junto com a ferrugem, pensei em pegar a barra de ferro mas, ao mínimo de movimento de alguém no quarto, Eurus demonstrava mais claramente que não estava apenas ameaçando matar o homem que segurava, porquê ela ainda não tinha o matado era até então um mistério.

- Vamos Eurus, você não quer ficar longe daquela ilha? Daquela prisão de segurança máxima? - O irmão mais velho da mulher se aproximou mantendo as mãos a sua frente em sinal de não querer a ferir.

- Que diferença vai fazer se ele morrer aqui ou depois de ser condenado? Ele vai matar todos os policiais que não encobriram os erros dele dentro do departamento, ele vai matar todos que negaram dinheiro a ele para manter os vícios, na cadeia tem pessoas que ele ajudou a serem presas e que vão mata-lo lá. Se ele for condenado será morto ou preso de forma perpétua num local onde não tenha ninguém que o mate, morrer agora ou depois, qual a diferença?

- A diferença é que morrendo na cadeia por velhice ou por presos que queiram o matar lá dentro é algo que não vai te levar de volta para Sherringford - Harry foi se aproximando enquanto a outra parecia ponderar entre as opções.

- Você não quer ficar aqui fora? Não foi o que me disse? - Ela se aproximou o suficiente para pegar o cabo da faca que teve a lâmina rapidamente virada na direção dela fazendo Lestrade firmar a mira num movimento tão rápido quando a da jovem Holmes.
Esse era um impasse que começava a se estender num silêncio de minutos, todos se entreolhavam. Sherlock olhava o amigo da New Scotland Yard como se pedisse para que ele abaixasse a arma, o próprio detetive inspetor não sabia se mantinha o olhar nos irmãos Holmes ou se me encarava procurando alguma estratégia para aquela complicada citação. Eu me mantinha observando Harriet que começava a puxar o cabo da lâmina.
Não tivemos tempo para nada, nem para evitar o movimento brusco de Eurus, o disparo vindo da arma de Lestrade ou o detetive consultor que foi ao chão junto com o assassino segundos antes de todos encararem Lestrade. Os fatos começaram a se organizar quando aqueles três segundos acabaram, havia sangue no espaço entre Harry Watson e Eurus que a abraçava soluçando, Sherlock estava no chão sobre o assassino que havia batido a cabeça durante a queda isso era visível pela marca vermelha em sua testa com o um pequeno corte, o detetive inspetor Lestrade estava ofegante sentindo os efeitos da adrenalina daquele momento de tensão, me aproximei de minha tia o mais rápido possível vendo que o sangue vinha de sua mão que havia segurado a faca pela lâmina, nada muito digno de preocupação mas o cenário mudou quando Eurus pareceu nos lembrar de que havia acontecido um disparo, ela se afastou da loira e foi até o irmão que era chegado por Lestrade, ela o encarou com uma raiva que era quase palpável. Nós duas que estávamos longe cogitamos chegar perto e a segurar para evitar que ela fizesse algum mal ao inspetor, quando começamos a nos aproximar para realizar o plano de contenção da mulher, eles pararam de se encarar e olharam pra baixo se afastaram enquanto Sherlock se levantava.

Sophie Adler A Filha De Um Gênio Onde histórias criam vida. Descubra agora