O terceiro Holmes (3/4)

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O relógio ao lado da minha cama marcava 05:24 quando ouvi um som um pouco alto vindo das escadas que levavam ao quarto, eu olhei para o colchonete no chão, local onde Sophie deveria estar usando como cama, mas minha parceira não estava lá, não havia sinal de sua silhueta no quarto. Me levantei acendendo a luz do cômodo após abrir a porta, para que a escadaria fosse melhor iluminada, me acostumei a claridade e vi um vulto caído no patamar que dividida os lances da escadaria, sem dúvida Sophie tinha caído nos últimos degraus antes do patamar. Enquanto eu me aproximava vi ela se levantar um pouco e se sentar perto da parede enquanto tentava se levantar.

- Eu sabia que isso ia acabar acontecendo! Se escondam numa casa de campo abandonada, ele disse, ninguém pisa lá a anos além dos animais, é seguro para manter uma fugitiva até achar algum lugar, ele disse, se você não o ajudar eu faço você ser presa – Ela reclamava de forma odiosa, seu rosto estava avermelhado e suava.

- O que houve afinal?

- Não importa, só digamos que quando se está em Wisconsin e em local campestre não é boa ideia ficar perto de locais com animais abandonados a pura sorte – Ela se apoiou no corrimão próximo e voltou a descer as escadas até a sala, pude ver algumas marcas de inchaço.

- Não seria melhor procurar remédios?

- Ligue para Mycroft e pergunte sobre o estado de Alex e Mônica, de preferência rápido.

Fui para meu quarto e enquanto ligava para Mycroft ouvi passos no andar de baixo. Depois de uma lista de problemas vindos de Alex e Mônica que estava na casa do mesmo, desci novamente para a sala vendo Sophie no sofá enquanto seu pai lhe entregava alguns remédios e um copo de água.

- Doença de Lyme – Ele disse enquanto terminava de ajeitar as roupas.

- Eu sei, os dois idiotas também estão ruins certo? – Ela perguntou me encarando.

- Aparentemente até piores que você,  Mycroft disse que os dois estão com algumas articulações inchadas, muito fatigados e com febre.

- Sintomas vindos com o tempo, provavelmente acharam que era gripe comum – Sherlock disse enquanto observava a situação e pegava o celular.

- Obrigada Doutor Óbvio, diga alguma coisa que eu não sei – Ela se irritou de vez e voltou a me encarar – Se acharem a cabeça decepada daquele idiota que tenho o desprazer de ser sobrinha, tenham certeza que fui eu que o matei!

- O que diabos é doença de lyme? – Perguntei e então os dois me encararam como se fosse a pergunta mais idiota do mundo.

- Uma infecção causada por carrapatos infectados, quanto menor o inseto maior a chance de você acabar doente já que não vai vê-lo, ela é mais comum em alguns países Europeus e estados americanos na verdade. Geralmente ela é rara já que poucas pessoas tem contato com isso mas. . .

- Mas aquela mula escolheu o “meu local do mundo” pra escondermos Mônica por duas semanas depois de tudo – Ela o interrompeu.

- Ok e por que você não está acamada como eles?

- Eu não fiquei naquele lugar por muito tempo, fiquei dois dias e fui embora, voltei só para buscar eles depois, além de que eu vim tratando do meu jeito até chegar aqui.

- Depois eu sou o irresponsável – Sherlock comentou largando o celular – 15 minutos, se tivermos sorte.

- Você não acredita em sorte – comentei.

- Exatamente.

- E pensar que a essa hora eu devia estar me preparando para ir para a Bélgica – Sophie tentava manter a irritação aparente, mas era possível perceber um misto de ódio e preocupação, ela com certeza odiava a ideia de ter se livrado de uma internação a dois meses e já ter que voltar pra lá de novo.

Sophie Adler A Filha De Um Gênio Onde histórias criam vida. Descubra agora