A noiva vermelha (1/3)

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Embora eu tenha gostado muito do meu tempo em Liverpool, as coisas que aconteceram e o meu tempo limitado de estadia lá acabaram me fazendo voltar para Londres, embora agora eu tivesse projeto de me mudar para um local próprio e sair do 221B. Viver na região de West End era até interessante, uma parte mais central e turística, porém também tinha seus pontos ruins pelos mesmos motivos. Por esse e outros motivos eu comecei um trabalho simples num restaurante, para quem vive com os pais o salário é grande e suficiente para conseguir o aluguel de uma casa, mas Sophie tinha outros planos.

- Você só pode estar brincando com a minha cara – A morena andava de um lado pro outro na frente do restaurante, eu tinha acabado o meu turno a dez minutos.

- Eu não vou viver com aqueles dois pra sempre, Sophie, eu não quero ser empaca foda se ninguém – Ambas rimos da piada mas ela logo voltou a me encarar séria.

- Mas Soho!? Você tem noção que a menos de um século aquele lugar era conhecido pro causa de sex shops e atividades relacionadas a isso? – A única coisa que eu podia fazer era rir – Eu não acredito que você se rebaixa a esse ponto.

- Saia do século passado, ultimamente é um lugar até pacífico próximo a Westminster. Querendo ou não ainda é parte de Londres.

- Rosamund Mary Watson, quase tudo a volta da grande Londres é parte de Londres mesmo sendo de outras cidades – De certa forma era verdade – Aquele lugar é pacífico demais para meu gosto, cheio de coisas chiques demais, pessoas chatas e empresas de mídia.

- Eu disse que EU vou pra lá, não que NÓS íamos.

- Você acha mesmo que eu vou deixar você ir a algum lugar longe da minha proteção depois daquele cara tentar explodir a gente junto com todo o resto da família?

- O tal de Oziel não se pronuncia mais a meses, eu vou ficar bem, não preciso da sua ajuda – Ela me encarou de modo arrogante.

- A questão não é essa, Rosie, você sabe tanto se defender que esquece que já te sequestraram e quase mataram para tentar ME atingir, estamos numa situação bem ruim se ele souber disso – É eu não estava disposta a passar por aquilo de novo.

- Ok eu te levo junto, mas ainda não desisto da localização.

- Certo só me diga que não é na zona oeste – Querendo ou não a zona oeste de Soho ainda era conhecida pelas suas atividades sexuais, eu cogitei ir para lá antes de saber disso.

- Não, não eu estou indo para a parte mais moderna, quem sabe eu consigo vender os rascunhos para alguma empresa ou empresário por lá.

- Ah não, sem essa Female Watson! A última coisa que eu preciso é eu e você tendo que ir em livrarias ou locais decadentes para divulgar e autografar livros mal feitos por editoras ruins.

- Você já falou demais e ainda não me disse porquê está aqui.

- Um, porque eu queria te fazer mudar de ideia sobre se mudar para esse lugar idiota, mas já que não consegui saiba que eu invisto meus ganhos junto dos seus – Para os desinformados, a família Holmes tecnicamente tem muito dinheiro mesmo que Sophie e Sherlock neguem qualquer ajuda deles e mesmo assim eles mesmos têm fortunas acumuladas de casos mas que preferem não usar por gostarem da simplicidade então isso era animador para quem estava querendo se mudar – Dois, eu tenho um caso novo e interessante em mãos que achei que você gostaria de participar.

- Começou a me interessar, continue – Ela sorriu por ter acertado em sua dedução.

- Um casal de noivos estava prestes a se casar num parque aqui perto, estava tudo indo certo até que durante a cerimônia a noiva começou a se sentir mal e caiu no chão já sem consciência, ligaram para a emergência mas ela já estava praticamente morta. A polícia foi chamada e descobriu um corte imenso próximo às costelas da moça.

- Até aí parece simples demais para você de interessar.

- E seria se não fosse o fato de o corte ser de uma cirurgia que ela havia feito a algumas semanas, pelas datas a força da costura do vestido não seriam fortes o suficiente para romper a cicatrização inicial.

- E você tem algo em mente?

- Sim mas tenho que chegar lá antes.

- Espera isso foi hoje?

- Ah duas horas, a polícia não vai nos esperar por mais tempo – Ela fez um táxi parar e abriu a porta de trás do mesmo – Vamos entra!

E lá estávamos nós como se nada tivesse ocorrido, indo novamente em direção a um caso estranho e aparentemente confuso.

Sophie Adler A Filha De Um Gênio Onde histórias criam vida. Descubra agora