Na apartamento de Micael, as coisas iam de mal a pior. Aline sentiu raiva quando Sophia foi embora, subiu as escadas furiosa.
— Por que você é assim? — Encarou Micael. — Humilhou os meus amigos, fizeram eles irem embora.
— Seus amigos não estavam sabendo nem dialogar. E você acredita mesmo que aquele homem tem tanto dinheiro quanto eu?
— Eu não me importo com o status da minha amiga, eu queria ela aqui, comemorando com a gente.
— Comemorando o que? Ela nem falou, Aline. Que amiga é essa? Onde arranjou essa garota?
— No café, viramos amigas em uma loja. Ela é simpática e gostei dela.
— E decidiu trazer ela para cá?
— Um jantar com a minha amiga. Eu já falei. Mas você não entende!
— Não entendo mesmo e não quero mais essa garota aqui dentro.
— Como é?
— Isso mesmo que você escutou. Se eu souber que ela anda vindo aqui, eu terei que tomar medidas drásticas.
— Você não pode me obrigar a fazer nada.
— Posso sim, ou você se esqueceu daquela vez? — Pegou o braço de Aline em cheio.
— Me solte! Está machucando.
— Você me irrita, Aline. Parece que faz tudo para me irritar. — Cerrou os dentes. — Eu te dou o mundo, e você me retribui á isso.
— Você não consegue estar satisfeito, sempre coloca um defeito na gente. — Choramingou. — O único defeito aqui é você, não consegue entrar em consenso comigo.
— Consenso? Você arruma amigas mais rápido do que um vento e ainda quer que eu entre em consenso?
— Só queria alguém que colaborasse comigo. Poderíamos estar lá em baixo, tomando pró seco e dando boas risadas enquanto comíamos.
— Para isso, você tem eu.
— Do que adianta eu ter um marido, mas ele não participa das coisas que eu quero fazer? — Engoliu seco, encarava Micael com sangue nos olhos, assim como ele.
— Eu não sei o que fazer com você, Aline. — Soltou o braço da mulher que desequilibrou, saiu às pressas do quarto.
— Onde você vai? — Disse um pouco alto.
— Não queira saber. — Deu de ombros, desceu as escadas e saiu porta á fora.
Discou o número de Sophia que demorou a atender, ele bufou enquanto dava partida na Land Rover, tentou mais uma vez, não iria parar.
— Olá, Micael.
— Quero que vá ao flat agora, e não me desafie. — Desligou a ligação antes que ela conseguisse responder.
Dirigiu até o local marcado, esperando por Sophia, que não demorou a aparecer. Logo estava ela, com a mesma roupa do jantar, não sabia como encarar Micael e também não sabia como contar esse acontecido.
Os dois se encararam. Micael queria matar alguém no momento, se fosse preciso.
— Como achou a minha mulher?
— Eu não sabia que ela era a sua mulher.
— Como achou a minha mulher? — Perguntou novamente, estava sem paciência.
— Em uma loja, eu fui comprar roupas e me encontrei com ela. — Baixou o olhar. — Iniciamos uma conversa, tomamos um café e ela se pôs a me convidar para um jantar.
— E você aceitou?
— Eu a vejo como uma amiga.
— Via. Não verá mais, nunca mais. — Andou até Sophia. — Se eu souber, eu mato você. — Segurou forte no corpo da loira.
— Tem medo dela descobrir as merdas que você faz?
— Não tem nenhuma merda para ela descobrir. Deixe Aline no mundinho dela, me deixando em paz.
— Você abandona a própria mulher, e ela vive contando isso á todos que conhece.
— Aline não sabe conviver comigo. E você, deveria ficar fora de nossas vidas.
— Você ainda se imagina com uma vida junto à dela? — Foi sarcástica. — Eu vejo você como um otario, que larga a sua própria mulher e vem fazer sexo comigo.
— Você não deve dar opniões, é apenas uma prostituta que conquista os homens. — Sophia segurou o choro, seu corpo estava dolorido nas mãos de Micael, a prensando. — Que futuro você tem? Nenhum. — Pausou. — Eu espero mesmo que você fique calada, e não diga nada para Aline.
— E se eu contar?
— Se você contar, terá dois finais. — Sorriu maléfico. — Receberá tapas da minha mulher, que consegue ser vingativa quando alguém a irrita. E depois, terá terra a cobrindo, enquanto pessoas que gostam de você, ou só fingem, choram com a sua partida. — Sophia sentiu medo, queria fugir dali o mais rápido possível. — Eu posso fazer isso com as minhas próprias mãos, te matar não irá fazer diferença nenhuma em minha vida. É só mais uma prostituta.
— Uma prostituta mas você gosta de transar comigo.
— Você é diferente mas não consegue me impressionar muito. Pode até ser que consiga, com quatro copos de uísque puro.
— Me solte ou irei gritar.
— Pode gritar, ninguém vai ouvir. — Largou Sophia. — Saia do meu flat agora! Eu não quero mais lhe ver, eu não quero que você tenha nenhum contato comigo. Estamos entendidos?
— Foi ótimo conhecer você, Micael Borges. — Deu impulso até a porta. — Eu sou uma prostituta, mas espero que você entenda o recado que eu lhe darei. — Respirou fundo. — O que é seu, estará guardado. — Saiu do flat, indo em direção ao elevador.
Chorou de raiva, sua cabeça doía, as coisas em que ele disse estava remoendo em sua mente. Queria matá-lo, queria estrangula-lo, chutar suas partes se fosse possível. Mas foi ameaçada, por um homem que tinha muito poder, ele realmente poderia matá-la, se quisesse.
Pediu um táxi quando chegou lá embaixo, esperou até chegar em seu apartamento, a salvo. Encontrou Carlie mexendo nas unhas, seu estado era crítico, chorava horrores.
— Soph, o que houve? — Foi de encontro á amiga.
— Uma catástrofe. Eu estou em perigo. — Soluçou.
— Por que em perigo? O que aprontou desta vez?
Sophia acalmou-se, contou toda história para Carlie que tinha os olhos arregalados, a cada parte do acontecido. Ajudou a amiga se recompor, e pensar em alguns conselhos.
— Meu Deus, o que irá fazer agora?
— Eu não sei, eu preciso sair da cidade. Tentar alguma coisa.
— Não pode deixar a cidade, seus clientes precisam de você.
— Eu neguei todos os meus clientes para ficar justamente com ele. — Isso sim era um problema.
— Porra, Sophia! Você se entregou á ele, totalmente.
— Eu estava ficando... Apaixonada.
— Por um cara rico, sucedido, que não dá valor á própria mulher? Era isso que você tanto admirava?
— Ele parecia singelo quando me conheceu.
— Não confunda. Mas você nunca me escuta. — Cerrou os olhos. — E agora? O que quer realmente fazer?
— Eu não sei, eu estou muito confusa com isso.
— Tente descansar e pensar no que vai fazer, ter a sua clientela novamente. — Carlie a acolheu. — Eu vou preparar um chá e te levar na cama.
— Obrigada. — Sorriu para amiga e andou até seu quarto.
Não conseguia achar uma resposta para o que queria fazer, só soube chorar e engolir todas as palavras ditas por Micael Borges. Um homem muito cruel, que lhe passou a melhor imagem que um homem poderia ter.
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Perfume de Mulher - MiniFic
RomanceSophia Abrahão, uma bela prostituta que encantava todos os homens. Não era de se apegar, de ter encontros com clientes, até Micael chegar, um homem desejado, de dinheiro, que só queria uma única coisa: Sedução e corpos nus.