29º Capítulo

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A sapatilha de Sophia ecoou no hospital luxuoso de Houston, tinha uma bolsa Prada nos ombros, usava calça jeans e uma blusa de botões, que realçavam seus seios. Os cabelos em movimento enquanto andava apressada, queria alguma informação, o cheiro de éter estava lhe deixando tensa.

— Olá, eu gostaria de uma informação. — Cutucou um médico com cabelos grisalhos. Ele assentiu. — Eu quero saber onde está Aline Borges, ela é minha irmã. — Mentiu.

— Um minuto. — O médico caminhou até á recepção, junto com Sophia, buscou uma prancheta transparente que continha alguns papéis, buscou o nome de Aline. — Ela está no quarto 213. Sedada.

— Meu Deus. — Cerrou os olhos. — Não fizeram exames? Nada? — Ficou apavorada.

— Fizemos, e eles irão sair daqui á uma hora. — Sorriu falso. — Qualquer coisa é só me avisar, estarei na ala da pediatria. — Ótimo! Como se Sophia soubesse onde ficava a ala da pediatria.

Respirou fundo antes de entrar no elevador, estava nervosa enquanto se encarava no espelho, a viagem para Houston foi conturbada. Aline não deveria ter aberto a boca, sonhou com esse momento e estragou tudo. O amor fazia isso, ela não tinha dúvidas. A porta se abriu e Sophia correu, como se alguém estivesse roubando algo, para não ser pega, voou no pescoço de Micael lhe dando bolsadas em sua cabeça, ele grunhiu.

— O que está fazendo?

— TE MATANDO. — Deu uma bela bofetada no rosto. Sua mão ardeu. Micael mexeu o maxilar. — Você ficou maluco? Seu doente mental.

— Aline arriscou a minha linha de confiança.

— Linha de confiança? — Franziu o cenho. — Ela é a sua mulher, ela ama você. Nada mais justo do que um filho.

— Eu não gosto de crianças! — Cerrou os dentes, bravo.

— Azar o seu. Ela gosta e está bem preparada para isso.

— Ah, preparada? — Cruzou os braços, incrédulo. — Ela irá contratar um batalhão de babás, e irá encher a minha cabeça quando essa droga nascer. Falará que está cansada, que a culpa é minha, que deveríamos ter nos protegido. Você não conhece Aline, ela é imprevisível!

Sophia lhe deu mais uma bofetada no rosto, ainda mais forte.

— Quer parar de me bater? Ou irei fazer a mesma coisa com você.

— Você não é nem louco de encostar em mim. — Ameaçou. — Seu monstro hipócrita. Aline deve ficar longe de você.

— Ela é a minha esposa.

— E você trata ela como se fosse um lixo.

— Eu trato as pessoas do jeito que eu quero.

— Problema é seu. Seu retardado! — Tinha sangue nos olhos. Sua mão estava apressada quando deu outra bofetada, a terceira, deixando Micael muito irritado.

Segurou os braços de Sophia, empurrando ela no canto da parede.

— Você acha que é quem para ficar me batendo? — Procurou o zíper de sua calça jeans, o descendo, junto com sua minúscula calcinha.

— Uma pessoa que deve te bater. — Os beijos de Micael passearam por seu pescoço.

— Eu adoro o seu cheiro. Um cheiro de...

— Prostituta? Você não tem armas para usar comigo, acha que vai me ofender.

— Se quiser, eu vou. — Dedilhou o decote de Sophia, abriu dois botões e desceu o pano, vendo o sutiã de renda. — Seu perfume de mulher é insaciável. — Beijou os lábios de Sophia com gana. Levou as mãos até seu zíper da calça jeans que também usava, o desceu, junto com a boxer. Pincelou sua glande na fenda de Sophia, que já estava úmida, esperando por ele.

— Sua mulher. — Disse ofegante, enquanto recebia estocadas de Micael. — Está lá dentro. Sedada. — Apertou os músculos do homem, achando um jeito de se manter. — E você, está aqui. Comigo. — Entreabriu os lábios.

— Eu gosto de estar com você. — Mordeu o lóbulo de sua orelha. — E não vejo a hora de meter a porrada em você, bagunçar esse rostinho lindo.

— Eu sei ser sádica quando quero. — Apertou os olhos, estava chegando em seu ápice. — E posso ser todas as coisas que você quer. — Micael sentiu-se tentado, urrou baixinho no ouvido de Sophia e largou seu corpo, desencaixando de sua intimidade. Estavam ofegantes, arrumaram as roupas e se encararam, com sangue nos olhos novamente.

— Parentes de Aline Borges? — O médico de cabelo grisalho apareceu, com outra prancheta. Entrou no quarto da morena e ficou por alguns minutos. Sophia não estava entendendo quando esperou que ele saísse, era tensão demais estar ali, com Micael e com o médico.

O homem mais velho voltou, guardou sua caneta no bolso do jaleco.

— Ela está bem, o bebê também. — Pausou. — As únicas precauções são, não fazer muito esforço. Eu já encaminhei ela para obstetrícia. Está tudo sob controle.

— Que ótimo, doutor. — Micael disse irônico, mexeu em seus cabelos, nervoso.

— Com licença. — O médico saiu, deixou Sophia e Micael sozinhos novamente.

— Eu vou lá dentro. — Avisou Sophia que foi barrada por Micael.

— Ela está descansando.

— E você liga para isso? — Cruzou os braços, esperando pela resposta patética que iria receber.

— Ligo. Desde que você armou essa palhaçada toda.

— Que palhaçada? — Desentendeu-se.

— Você acha que eu sou idiota? — Riu sarcástico. — Aline é burra demais para fazer isso sozinha, ela tinha que ter um auxílio. — Pausou. — A ginecologista que contratei me disse, a injeção foi aplicada em você. — Arqueou uma sobrancelha. — Aline fingiu que tinha saído, fingiu ter tomado um anticoncepcional oral, Aline mentiu para mim. E eu odeio que mintam para mim! — A fuzilou com o olhar. — Você acha mesmo que ela engravidaria assim tão fácil? Você tentou ser inteligente, Sophia. Mas não conseguiu.

— Monstro. Eu ainda vou matar você e fazer Aline muito feliz.

— Quando fizer. — Vasculhou o bolso da calça. — Me avise. — Tinha um pequeno pano consigo, Sophia franziu as sobrancelhas. — Eu estarei esperando. Mas escute só, eu me canso rápido.

— O que está querendo dizer? — Deu um passo para trás vendo que Micael se aproximava.

— Que você é uma porra de uma pedra no meu caminho. — Segurou os cabelos de Sophia, mantendo seu corpo preso. Pressionou o pequeno pano contra sua narina, fazendo Sophia inalar o cheiro forte de algum produto tóxico. — Você disse que eu sou sádico, é porque não me viu ainda. — A loira se debatia, estava perdendo a consciência aos poucos. — Eu disse que iria te enterrar. Sua puta! — Sorriu quando a teve nos braços, caída, sua pele gelou.

Micael buscou seu IPhone, discou alguns números e esperou pela ligação, enquanto tinha Sophia nos braços.

— Jerry? Eu preciso de um favor. — Apertou os lábios roxeados de Sophia. — Quero que reserve um caixão de madeira, isso, maciço. — Pausou. — Passarei aí pelo fim da tarde. Deixe os utensílios de cova. — Assentiu. — Até mais. — Desligou a ligação.

Encarou Sophia antes de levá-la para um lugar que ninguém sabia.

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