24º Capítulo

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Sophia levantou cedo naquela manhã, e estranhou quando avistou Micael e Aline, ainda em coma pelo sono. Saiu da cama confortável e dos lençóis de seda, fez sua higiene matinal, tomou um banho de banheira, escolheu uma roupa confortável e desceu as escadas do apartamento. Tinha que preparar o café. Geralmente, as famílias ricas tinham seus próprios funcionários, mas Micael não gostava dessa tática. Se fosse Sophia, ele até pensaria no caso.

A loira acendeu o cookie top, buscou uma frigideira optando por comer panquecas de chocolate. Fez seu cappuccino na máquina e sentou-se sozinha no balcão, comendo em silêncio. Tinha pensado na primeira parte de seu plano, estava tudo ocorrendo bem, depois disso, iria sumir, deixando os Borges viverem em paz.

— Vejo que gosta de ficar sozinha. — Micael apareceu na cozinha, vestido com sua calça social, tinha a blusa de botões aberta no corpo e o terno no ombro.

— Tomando café. — Voltou a comer em silêncio. — Irá trabalhar?

— Claro que sim. — Foi até a máquina, preparando um café forte.

Ótimo! Seria um longo dia, ou uma longa manhã.

— Diga a Aline que depositarei dinheiro mais tarde. — Bebeu seu café quente.

— Direi. — Terminou de comer suas panquecas, fez impulso para levantar-se.

— Arrume minha gravata. Eu preciso trabalhar daqui á vinte minutos. — Ordenou pela primeira vez naquela manhã. Sophia largou o prato na lava-louças, andou até Micael abotoando todos os botões de sua camisa, por último, o vestiu com o terno e arrumou sua gravata preta, delicadamente. O homem tinha os olhos fincados nela, em cada detalhe, ela não podia ser real, não reclamava em nada, apenas fazia.

— Pronto! Agora pode ir. — Sorriu falsa.

Micael levantou-se, já arrumado, encarou Sophia antes de buscar as chaves da Land Rover e bater à porta. Respirou fundo e assustou-se quando Aline desceu as escadas, usava um robe vermelho.

— Bom dia, meu amor. — Selou os lábios com Sophia. — Dormiu bem?

— Ótima. — Sorriram cúmplices. — Micael acabou de sair, disse que irá depositar um dinheiro para você.

— Deve ser as ações. — Bagunçou os cabelos.

— Ações? — Sophia interessou-se. Sentou com Aline no balcão, preparou um cappuccino para a morena.

— Sim, Micael sempre deposita o dinheiro das ações em minha conta. Ficamos com um dinheiro extra, por precauções. — Dinheiro extra? Sophia interessou-se ainda mais.

— Ele faz isso há muito tempo? — Encarou as unhas, em charme.

— Uns cinco anos, acumulamos dinheiro demais. — Sorriu leve. — Mas isso não me interessa no momento, eu quero saber de você. Que tal viajarmos essa semana? Estou com o tempo livre.

— E Micael?

— Ele que se dane. — Sophia riu.

— Não podemos. Eu quero procurar um emprego.

Aline gargalhou, por que estava rindo? Só podia ser piada.

— Você é engraçada quando quer, querida. — Bebeu seu cappuccino. — Irei dizer sobre a viagem para Micael, mas não garanto bons resultados.

— E que tal você ficar por aqui? Pode se matricular em algum curso, que tal yoga? — Aline franziu o cenho, Sophia não queria ficar ao seu lado, estava fugindo de sua companhia.

— Yoga? Me parece bom. — Concordou. — Vamos juntas?

— Eu vou ficar aqui, esperando você. — Beijou a morena que sorriu. — Tenho coisas a resolver, preciso mandar e-mails para minha antiga empresa. — Mentiu. — Se não fosse por isso, iríamos viajar e depois, faríamos yoga.

Perfume de Mulher - MiniFic Onde histórias criam vida. Descubra agora