17º Capítulo

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Sophia acordou no dia seguinte, ainda sonolenta. Fez suas higienes matinais e vestiu uma roupa. Carlie assistia TV, odiava brigar com a amiga, mas ontem, tinha passado dos limites.

— Está brava comigo? — Sentou na frente da amiga, tirando sua atenção.

— Estou fazendo o que você pediu.

— Poxa, Carlie! — Exaltou. — Eu amo você mas acontece que está se intrometendo muito na minha vida.

— Eu fiquei preocupada, você está colocando o nariz onde não deve.

— E onde estou colocando?

— Na vida de Micael Borges, esse homem é louco!

— A ficha criminal dele está cheia? Por que se não, ele só finge de louco.

— O homem é bilionário, ele pode matar você com as próprias mãos e ainda por cima sair ileso. — Sophia sentiu a garganta se fechar, engoliu seco. — É disso que estou com medo, e por sua cara ontem, estava aprontando.

A loira ficou quieta, Carlie a conhecia muito bem.

— Dormi com a mulher dele. Aline Borges. — Carlie bateu as mãos na perna, em um tom de avisar. — Estou com um plano em mente, e vai dar certo.

— Um plano em mente? Ficou maluca?

— Não fiquei, porra. Me escute. — Segurou nas mãos da amiga. — Eu vou seduzir Aline, e assim ela trairá Micael.

— E o que você ganha com isso?

— Eu ganho a guerra! Micael se acha o último homem do planeta, ele não aguentaria ver a mulher, o traindo. — Sorriu maléfica. — Um prato cheio, ainda mais comigo.

— Você não tem medo do que ele possa fazer depois? — É lógico que tinha, precisava achar um outro plano quando ele descobrisse.

— Ele não vai fazer nada. Só ameaça!

— Ele te ameaçou, então?

Droga, não deveria ter contato á Carlie.

— Carlie...

— Sophia, pela última vez... Pare de se meter em confusão. — Pediu a amiga. — Eu não vou conseguir te deter, fazendo isso. Somos apenas duas prostitutas que não tem onde cair mortas.

— Fique despreocupada, eu irei dar um jeito. — Avisou. Deu um beijo no topo da cabeça de Carlie.

Andou até a cozinha indo preparar o seu café da manhã, ignorando quem falasse que seu plano para afetar Micael daria totalmente errado.

Já no apartamento dos Borges, tudo era harmonia. Micael estava de folga e Aline juntou-se com ele, obrigou o marido a fazer um programa de casal com ela. Assistir filmes românticos o dia todo, em sua sala de cinema.

— Quando vamos terminar isso?

— Já está quase acabando. — Aline prestou atenção. — Vai ser um final emocionante.

— Vai ser um final ridículo. — Micael odiava filmes de romance, aquele momento todos já estavam abusando da sua bondade. Ele nunca passaria o dia assistindo filmes de romance, comendo pipoca e se enchendo de refrigerante.

Mais doze minutos de filme e pronto, havia acabado!

— Não disse? Eu perdi o meu tempo aqui, poderia estar vendo bolsas de valores.

— Você só pensa em trabalho?

— É a minha obrigação. Devemos voltar nos assuntos Chanel e Gucci para você?

— Eu não vivo só disso.

— Ah, vive sim. — Micael saiu da sala. — Você quer que eu conte quantos cartões conseguiu estourar comprando essas porcarias?

— Eu estourei apenas dois. Depois disso, consegui parar.

— Sorte sua que conseguimos ficar bilionários. Se não, estaria com oito cartões estourados.

— Você faz drama por nada. Tem medo de descer do pedestal?

— Eu tenho, não vou mentir. — Abriu a geladeira, pegou uma garrafa de cerveja. — Gosto da vida que levo, do conforto que tenho, e não gostaria de voltar ao lugar que vim. E creio que você também não.

— Sempre coloca a culpa em meus sapatos e bolsas. Incrível!

— Você só sabe fazer isso, Aline. Poderia estar ocupada com outra coisa, quem sabe, administrando um grupo de caridade, doando quantias para quem precisa. Mas não, você acha mais importante comprar a última coleção da Chanel ou Louis Vuitton. Apenas por status.

— Eu estaria ocupada se tivesse um filho. — Cruzou os braços.

Ótimo, tinha comprado uma guerra.

— Que pena, você não tem. — Sorriu falso.

— Porque você não consegue aceitar que devemos ter uma família.

— Eu sou a sua família, sua mãe é a sua família. Para que filhos? Depois me mataria de tanto falar, que está com responsabilidades altas.

— Você sabe que é o meu sonho. — Tinha os olhos marejados.

— Aline, não comece. — Massageou as têmporas. — Fique disposta á transar com qualquer homem, se quiser reproduzir. Mas de mim, você não terá nenhum filho.

— Eu odeio essa sua parte. Esse seu egoísmo.

— Sou verdadeiro e não egoísta.

— Você é apenas como todos os outros. Pensa que tem uma responsabilidade, mas na verdade, foge de algumas.

— Ter um filho é uma responsabilidade á você?

— Você sabe que sim.

— Sinto muito. Esse seu sonho eu não conseguirei realizar. — Deixou Aline sozinha, no balcão da cozinha enquanto secava suas lágrimas.

Buscou o IPhone e ligou para Sophia, precisava encontrá-la, precisava dela, contar tudo o que havia acontecido. Ela era seu porto seguro.

— Sophia?

— Oi, meu bem. O que houve?

Eu preciso te encontrar. Pode ser no café?

— Claro. Eu estou indo me arrumar. Te encontro daqui á... Trinta minutos?

— Perfeito! Até mais. — Desligou a ligação.

Aline correu as escadas, entrou no quarto ignorando totalmente Micael, abriu as gavetas do closet atrás de uma roupa, ele já sabia que ela iria sair, só não sabia para onde. E nem imaginava que estava saindo com Sophia Abrahão, o grande fato de deixá-lo com as orelhas em pé.

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