Sophia se remexeu no lençol de sua cama, espreguiçou-se, tateou o criado mudo com as mãos e pegou o IPhone, onde o horário indicava nove e meia passada. Levantou-se, fez sua higiene matinal, foi até a cozinha vendo algo para comer, encarou os cômodos do apartamento vazio, Carlie não tinha dormido em residência, estava fora.
Optou por panquecas com bacon, tirou dois pedaços da carne embalados da geladeira, jogou na frigideira que fez um barulho cômico, bateu a massa da panqueca no liquidificador e por fim decorou com mel e aveia. Sophia era estranha em relação á comida, tinha gostos exóticos.
— Boa noite. — Carlie passou pela porta, segurava o scarpin prata nas mãos.
— Bom dia, querida! — Sophia sorriu, deixou a frigideira na pia. — Onde estava?
— Um cliente me segurou até agora, na verdade... — Coçou a cabeça. — Eu acabei caindo no sono, e acordei só agora. — Fez uma careta.
— Era muito velho? — Sophia franziu o cenho, sentou-se na mesa comendo suas panquecas.
— Cinquenta e três anos, o azulzinho quase o matou. — Recebeu gargalhadas da amiga.
— Que sorte! — Cortou os filetes de bacon. — Quer tomar café? Eu fiz panquecas e bacon.
— Suas panquecas são horríveis. — Carlie andou até a cozinha, verificou o que Sophia mastigava. Roubou um bacon da amiga. — Pelo menos esse aqui está bom.
— Não fale mal do meu café sendo que você não vai comer. — Irritou-se.
— Dormiu com o senhor Borges de novo? — Tinha um tom malicioso em sua face.
— Ele está impossível! Vamos ter outro encontro.
— Virou cliente fixo?
— Estou quase acreditando que... Sim. — Despejou o suco de caixinha no copo, fez uma careta, era azedo!
— Você deu sorte. Além de bonito, tem a grana alta.
— Mas é casado, e não gosta de se abrir.
— Nada que um bom vinho...
— Uísque. — Interrompeu. — Eu vou deixar a mesa posta, se você quiser comer... Está á disposição. — Brincou com Carlie que achou estranho, Sophia estava feliz, em plenas nove da manhã.
— Onde você vai? — Seguiu a loira que entrou em seu quarto.
— Fazer compras! Estou sem alguns sapatos, já que você anda fazendo visitas no meu closet. — Sorriu falsa.
— Eu não peguei nada de você, só um tênis surrado que eu acho lindíssimo. — Sophia segurou o riso, não adianta dar sermões em Carlie, ela sempre iria repetir o processo.
— Eu vou dormir. Boas compras para você! — Despediu-se da amiga e foi até seu quarto.
Sophia escolheu uma calça jeans, usou os saltos Prada nos pés, tinha uma blusa de botões na cor preta e por último, óculos escuros Ray Ban, em formato de gatinho. Penteou os cabelos e foi atrás de sua carteira Gucci, andou até á porta e saiu do condomínio.
Pegou um táxi, entrou no veículo que não tinha identificado a marca e pediu para que o motorista a deixasse na rua de lojas mais cara da cidade, os milionários faziam seus mimos por ali, e agora, Sophia também faria. Pagou o motorista quando o carro parou em frente á uma loja, encarou o outdoor de modelos do outro lado da rua.
— Bom dia! Em que posso ajudar? — A atendente sorriu para Sophia. É lógico que ela não queria estar ali, mas seguiu com a gentileza. O uniforme da loja era neutro, não parecia que seu trabalho era algo escravista, e sim, um passatempo para ganhar dólares ao mês.
— Eu quero ver os seus sapatos, por favor! — Sorriu em gentileza.
— Me acompanhe, por favor. — Sophia seguiu a atendente que mostrou um closet cheio de saltos e suas marcas, estava no céu com aquele tanto de scarpins reluzentes e banhados a ouro e prata. — A senhora tem alguma preferência em marcas?
— Saint Laurent e Gabbana, você teria?
— Oh, claro que temos! — Mostrou a prateleira para Sophia. — As variadas cores chegaram nesta semana, a senhora combina com um... Brilhante. Ou até mesmo o preto fosco. — Pegou o scarpin nas mãos, colocou nas de Sophia que verificou o produto.
— Eu adorei o preto fosco, os meus pés vão gritar de felicidade. — As duas sorriram. Era um conversa de negócios, e dinheiro.
Muito dinheiro!
— O salto perfeito para você. — A atendente esperou Sophia namorar o scarpin nas mãos.
— Vou levar! — Entregou o calçado novamente a atendente que levou até o balcão de mármore gold. Arrumou a caixa perfeitamente e escreveu algo em algum papel.
As duas se olharam.
— Onze mil dólares. À vista ou cartão?
— Cartão, por favor! — Sophia entregou o cartão para atendente que passou para caixa, as duas sorriram. Sophia colocou a senha e rapidamente tinha a nota em suas mãos, junto com o salto. Despediu-se da atendente e saiu da loja.
Sua primeira compra do dia! Um sucesso junto com pares de Saint Laurent novinhos em folha.
Entrou na segunda loja... Roupas de grife, estava cheia, sorriu por antecipação.
— Olá, em que posso ajudar? — Estava odiando ser atendida por todos, só queria paz na hora de comprar suas blusas.
— Estou verificando por enquanto. Obrigada! — Entrou mais a fundo, foi até os cabides nominados com sua marca. Era tão bom estar ali, em meio á grifes e mulheres de elite.
Sentiu a seda nas mãos, um vestido pouco formal, a cor militar cairia bem em seu corpo mas não optou por aquele, voltou a dar uma olhada nos outros conjuntos, pegou uma peça nas mãos e sorriu. Iria prova-la!
Esperou os provadores, estavam cheios. Tinha todo o tempo do mundo para aquilo.
Viu a mulher bem vestida sair do provador, alta, um corpo definido, cabelos pretos, era linda. Sua pele morena deixou Sophia querendo um pouco de melanina, surreal.
— Ótimo vestido. — Elogiou a mulher que sorriu. Esperava ser simpática!
— Obrigada! Sua blusa também é boa. — Sorriram.
— Obrigada. — Abaixou rápido a cabeça. — Estou em dúvida entre Lacoste e Gucci. O que acha? — Mostrou os cabides para a mulher que riu leve.
— Lacoste é um pouco másculo para nós. Optaria por um Chanel ou até mesmo Dior. — Sorriu.
— Um óculos Dior cairia bem junto com os vestidos da segunda coluna.
— Tenho que concordar.
Sophia tinha feito uma amiga, em um provador de loja. Cômico!
— Mil perdões, não nos apresentamos. — A morena ainda sorria, simpática.
— Sophia Abrahão, e o seu?
— Aline Borges. — Deram um aperto de mãos. — Está em trabalho ou muito ocupada?
— Oh, não! Tirei o dia para fazer compras.
— Que tal um café? Eu espero você finalizar a compra levando... Gucci. — As duas riram.
— Adoraria um café. — Sorriram. Aline esperou Sophia no trocador.
Tinha um café com a senhora Borges, mas nem imaginava que aquela era sim, a senhora Borges.
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Perfume de Mulher - MiniFic
RomansaSophia Abrahão, uma bela prostituta que encantava todos os homens. Não era de se apegar, de ter encontros com clientes, até Micael chegar, um homem desejado, de dinheiro, que só queria uma única coisa: Sedução e corpos nus.