O pesadelo se inicia

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Tudo o que ela podia enxergar era a escuridão, tudo o que podia sentir eram as amarras envolta de seus pulsos e tornozelos e a mordaça em sua boca, ela sentia a pedra fria a suas costas, o chão frio de pedra e nada podia ouvir, o silencio era assombroso, e o terror aos poucos lhe tomava, enquanto as poucas lembranças de como viera parar ali voltavam a sua mente.
Finalmente ela conseguira voltar, depois de longos três anos longe dos seus, ela retornara, agora mais madura, mais mulher, mais sabia e mais poderosa, sem a joia seus poderes foram finalmente libertos, e com essa liberdade ela teve de aprender a controlá-los.
InuYasha a retirara do poço com a alegria tomando-lhe a face, ela também não podia conter a felicidade de rever seu antigo amor, se abraçaram e juntos voltaram para a aldeia.
A aldeia entrou em festa com o retorno da jovem sacerdotisa do futuro, mas foram atacados, gritos, chamas, seus amigos lutando e ela lutando ao lado deles, um verdadeiro pandemônio, até que tudo ao seu redor se calou e desapareceu.
Quando ela recobrou sua consciência ela estava naquela cela de pedra, sozinha e no escuro, com seus nervos à flor da pele, e o pior de tudo era a incapacidade de acessar seus poderes, aquilo sim a apavorava de verdade.
O som de passos atrairá sua atenção e quando a luz finalmente entrara, ela teve de afastar seu rosto da luz repentina, pelo menos até se acostumar com a claridade novamente.
- Ora, ora, ora, a bela adormecida finalmente despertara.
Os olhos azuis se transformaram em duas fendas para o homem a sua frente, ele tinha uma pele pálida coberta por algumas escamas verdes, seus olhos amarelos com as pupilas em fendas diagonais, seus cabelos longos e negros pareciam estar molhados ou sebosos, suas unhas eram garras perigosas, mas a jovem sacerdotisa sentia dentro de si que deveria livrar a terra daquela criatura.
- Não me olhe assim querida, eu não quero o seu mal.... – Ele parou por alguns segundos, antes de prosseguir. – Mas também não quero o seu bem, o que eu quero é saciar a minha gigantesca curiosidade, e para isso eu preciso de você.
Ele continuou a observá-la até que pareceu cair uma ficha.
- Você deve ter muitas perguntas, não é mocinha? Vamos tirar essa mordaça para você poder verbalizá-las.
Se Kagome pudesse ela teria rosnado para aquela criatura. Com cuidado ele se aproximou da jovem e lhe retirara a mordaça.
- Vamos querida, fale.
Com muita raiva a jovem conseguiu achar o caminho de sua voz.
- Quem é você?
- Hebigon, ao seu dispor.
Kagome tremia de raiva por dentro.
- Porque estou aqui?
O homem sorriu cruelmente.
- Para saciar minha curiosidade.
- Que seria?
- No momento certo você irá saber.
- Porque não posso acessar meus poderes?
O sorriso se alargou e a jovem sacerdotisa agora sabia o porquê do gato cheshire lhe irritar tanto na história da Alice.
- Porque seria inconveniente se você pudesse usá-lo, mas agora devo ir, logo irei trazer-lhe um presente.
Novamente ele lhe pôs a mordaça e sumiu pela passagem em que aparecera, a encarcerando novamente na escuridão e no silencio.

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