Kagome estava emburrada no colo do youkai, tinham acabado de sair da vila, ela tinha se despedido dos amigos e agora era carregada junto de seu filhote por Sesshoumaru, mais tarde Rin e Shippou seriam levados, Kagome jamais deixaria aqueles dois longe de seus olhos por muito tempo, afinal, eles também eram seus filhos.
- Sesshoumaru, eu posso muito bem ir andando com você.
O youkai apenas olhou para baixo e continuou seu caminho, já Kagome apenas revirou os olhos e passou a observar seu filhote que dormia tranquilamente em seu colo e antes que percebesse ela também embalava no sono.
Vendo que a jovem caira no sono Sesshoumaru acelerou, queria chegar logo ao palácio do Oeste e pôr um fim naquela discussão sem sentido do conselho.
Mal colocara seus pés dentro do palácio e só tivera tempo de deixar sua fêmea e filhote em seu quarto e partir para uma reunião com os malditos conselheiros, que naquele momento ele cojitava arrancar as cabeça.
Kagome acordou com a suave movimentação ao seu lado e os resmungos de seu pequeno filhote, que choramingava enquanto a observava.
- Está com fome, não é?
Mesmo com os olhinhos cheios de lagrimas o pequeno youkai soltou um sorrisinho e Kagome o pegou no colo para amamenta-lo, quando passos no corredor chamaram sua atenção e ela se cobriu da melhor maneira possível, para quem quer que fosse que entrasse naquele quarto não desse de cara com ela seminua.
- Senhora?
Kagome encarou a porta e nesta viu uma pequena youkai de cabelos castanhos e olhos chocolates, esta usava um kimono simples e tinha uma posição muito submissa, subimissa demais, algo na aura daquela jovem não lhe despertava confiança e uma coisa que aquela jovem aprendera em todos aqueles anos de andanças era de confiar em seus instintos muito mais do que em seus olhos.
- Pois não?
- O senhor Sesshoumaru exige sua presença em sua sala de reunião e mandou que esta serva ficasse para tomar conta de sua cria, enquanto sua senhora está com seu macho.
Kagome a encarou e teve vontade de rosnar para aquela mulher, jamais permitira que ela ficasse sozinha com Yue.
- Chame o Jaken.
- Como, senhora?
- Eu mandei que chamasse o inútil do Jaken.
- Sim, claro, irei fazer isso imediatamente.
Com rapidez a jovem youkai sumiu pela porta, mas não demorou muito para voltar com o pequeno youkai kappa, neste momento Kagome já estava devidamente trajada e Yue já havia arrotado.
- Mandou me chamar, Senhora?
Kagome olhou para o youkai kappa e este engoliu em seco, pois se recordava de todos os insultos que já lhe dirigira.
- Jaken, Sesshoumaru mandou me chamar, porem não posso deixar nosso filhote sozinho e desprotegido, por esta razão mandei chama-lo, você irá ficar aqui e cuidar para que nada, absolutamente nada, aconteça com meu filhote.
Jaken teve vontade de gritar um impropério e dizer que não era a maldita de uma babá, porem estremeceu ao ver nos olhos claros da miko uma ameaça muda de morte na certa, por isso engoliu as palavras de baixo calão que lhe subira a garganta e acenara de forma positiva.
- Como desejar, senhora.
Kagome com relutância colocou seu filho nas mãozinhas minúsculas de Jaken e suspirou.
- Não se esqueça, youkai, se quando eu voltar meu filho estiver com um único arranhão, não existira mais nem mesmo cinzas de Jaken para contar a história.
- S-s-s-s-s-sim s-s-s-s-s-s-senhora.
Vendo que sua ameaça surtira efeito a miko saiu do quarto e seguiu o cheiro amadeirado de Sesshoumaru até a porta de seu escritório, onde nem precisou bater na porta e já recebia a ordem para entrar.
- Mandou me chamar Sesshoumaru?
Na sala repleta de livros, janelas e uma única escrivaninha possuía mais quatro pessoas, tirando Sesshoumaru, todos velhos e corcundas, um com cabelos e barbas longos de um verde palido, outro careca e com uma longa barba, tinha aquele que não possuía nem barba e nem cabelo e um mais ao canto, mais jovem, de cabelos negros e olhos azuis escuros.
- Sim, minha fêmea.
Os olhos dos velhos se arregalaram e a jovem levantou uma sobrancelha.
- Devo saber o motivo da convocação ou posso voltar para o nosso filhote?
- Este Sesshoumaru precisa que fique.
- Kagome cruzou os braços e levantou uma sobrancelha.
- Então a exibição ainda não acabou?
Sesshoumaru suspirou e sentou-se, nem notara que levantara.
- Este Sesshoumaru sente muito por isso, miko, porém é necessário.
- Miko?
Kagome encarou o conselheiro sem barba ou cabelo, furiosa.
- Sim miko, nasci humana e por alguma razão acabei virando uma youkai, porem minha essência ainda é o de uma miko.
O homem abriu um sorriso de escarnio.
- Não seja tola, criança.
Kagome lentamente abriu um sorriso malicioso e seus olhos brilharam furiosos.
- Não seja prepotente youkai.
- Não existe maneira de uma miko sobreviver ao parto de um youkai ou até de se transformar em uma youkai.
Kagome descruzou os braços para segurar as mãos atrás do corpo.
- Sempre gostei de contrariar as expectativas, nada em mim foi normal, me transformar em uma youkai só foi mais uma de minhas bizarrices.
Kagome sentia-se observada e seus olhos se cravaram em um par de olhos azuis, o youkai mais afastado tinha barba rala, cabelos negros e longos e apesar de exalar um ar antigo, não se parecia muito com um ancião como os demais.
- Não estamos aqui para discutir suas bizarrices, senhora, estamos aqui para discutir sobre a sua junção ao nosso senhor.
- E o que tem o meu “casamento” com o Sesshoumaru?
Um homem careca de barba longa, olhos vermelhos e barrigudo deu um passo a frente, chamando a atenção da jovem.
- Nós não aprovamos, nós temos a candidata perfeita para o cargo de senhora do Oeste.
Kagome estava com a mesma resposta que dera ao Sesshoumaru na ponta da língua, porem seus olhos recariam no Day-Youkai e ela se deu por vencida.
- Pouco me importa se vocês têm ou não uma candidata perfeita, Sesshoumaru escolheu a mim e eu serei a senhora do Oeste ao lado do Sesshoumaru, querem vocês queiram ou não.
- Ora sua....
Kagome lançou um olhar tão gelado quanto o do Sesshoumaru e o youkai a quem este olhar fora dirigido se encolheu.
- A marca já foi feita, não há mais volta e eu jamais irei permitir que Sesshoumaru tome outra fêmea, então só resta a vocês me aceitarem pacificamente ou serem eliminados ao ponto de não sobrar um único átomo de pó para contar a maldita história sobre vocês, estamos entendidos?
Kagome encarou conselheiro por conselheiro, os que pareciam anciões pareciam amedrontados e concordaram com um manear de cabeça, já o moreno do canto a encarava com um estranho brilho no olhar que a jovem não soube identificar o que era, já Sesshoumaru exibia um meio sorriso discreto e nos olhos um profundo orgulho de sua fêmea. Kagome olhou para a porta a suas costas e franziu o cenho, Sesshoumaru observou sua fêmea ficar levemente agitada e suspirou.
- Pode ir, miko.
Kagome o encarou e sorriu, antes de sair correndo porta a fora, o youkai de olhos azuis encarava a porta com uma expressão gelada.
- Então esta fora a jovem que escolhera, Sesshoumaru?
- Algum problema com a fêmea deste Sesshoumaru, Ren?
Ren encarou o albino e sorriu de canto, o surpreendendo e ao resto do conselho.
- Problema algum, acho que fora uma ótima escolha, a garota tem fibra, será uma ótima senhora.
Os ansioes encararam o moreno de queixo caído e ao se recuperar voltaram para o albino.
- Nós não aceitaremos uma fêmea como está Sesshoumaru.
- Ela não tem classe.
- E é uma mal-educada.
- Fique com a princesa do Sul, meu lorde, está sim seria uma fêmea adequada.
Sesshoumaru sorriu de forma presunçosa.
- Minha fêmea proibiu este Sesshoumaru de possuir qualquer outra fêmea e este Sesshoumaru se recusa a desobedece-la, pois, este Sesshoumaru não deseja outra fêmea, por mais adequada que a outra possa vir a ser.
- Mas, senhor...
- Chega, este Sesshoumaru já tem uma fêmea e não será o conselho a forçar este Sesshoumaru a ter outra, mandem a princesa de volta para suas terras e peçam perdão ao seu pai pelo transtorno que vocês conselheiros causaram, está reunião está encerrada.
Vendo-se sozinho Sesshoumaru permitiu-se relaxar em sua cadeira, aqueles velhos decrépitos lhe davam nos nervos, pensavam que ele era um mero filhote e que poderiam mandar e desmandar, como se ele fosse realmente permitir que aquelas múmias fossem mandar nele.
Kagome entrou como um furacão pela porta do quarto e tomou dos braços diminutos de Jaken seu filhote, que chorava furiosamente e começou a balançando, para acalma-lo e depois encarou furiosa o youkai kappa.
- O que aconteceu?
Jaken perdera a cor esverdeada e ficara cinza.
- A.... a meni....menina Yuka, o pegou por alguns instantes e ele começou a chorar, eu fui tentar acalmalo, porem o jovem mestre não parava de chorar e ai... ai...ai a Kagome-sama chegou.
Kagome encarou a menina do outro lado do aposento, seus olhos mais frios que as laberetas do inferno fizeram a jovem se encolher na parede.
- Jaken, eu avisei que era para VOCÊ cuidar do Yue, você realmente não tem amor a esta sua vida miserável, não é kappa?
Kagome se virou para o pequeno youkai com os olhos prateados e o kappa ficara branco.
- Sinto muito, Kagome-sama, me perdoe.
- Fora Jaken e leve essa youkai com você.
Yue parara de chorar e encarava a mãe com os olhos ainda marejados. Kagome tinha a respiração alterada, algo naquela youkai não lhe cheirava bem e aparentemente Yue também sentira isso.
Um longo suspiro escapou dos lábios da jovem quando seu coração se acalmou, por fim deixara seu pequeno príncipe na cama e se colocou a tranças seu cabelo, que estava mais longo do que ela gostaria, desistindo da trança ela caçou pelo comodo uma tesoura e assim que achou cortou as madeixas na altura de sua cintura e cortou ainda uma franja de lado, não era o serviço de um profissional, mas serviria, por fim fizera uma trança normal e a deixara de lado.
Kagome adormecera ao lado do filho enquanto brincava com ele, Yue por sua vez continuou a brincar sozinho e riu alto quando vira Sesshoumaru entrar no quarto.
- Vamos garoto, vamos dar uma volta e deixar a okaa-san descansar.
Silenciosamente o youkai deixou o quarto com o filhote e foi dar uma volta.
Kagome suspirou antes de abrir os olhos, havia dormido tao bem, estivera tao tensa nas ultimas horas que um cochilo lhe caira realmente bem, só que o desespero bateu ao não ver seu filhote ao seu lado, mas suspirou aliviada ao sentir o perfume do Sesshoumaru no quarto, por alguma razão sabia que seu filhote estava com ele.
Os dias se passavam com tranquilidade, kagome não voltara a ver Yuka por perto e isto lhe aliviada, as vezes ela tinha que impor-se mais do que gostaria aos empregados, mas nada que seu temperamente explosivo não resolvesse.
Naquele dia ela havia deixado Yue com Sakura, uma empregada que ela havia gostado muito, esta tinha cabelos platinados e olhos róseos, era um amor de youkai e Yue a adorava, Kagome não viu outra alternativa a não ser deixar o pequeno nas mãos hábeis de Sakura.
Kagome estava a virar em um corredor quando vira uma youkai de longos cabelos róseos claros, olhos violetas, trajando um vestido bordô com detalhes dourados, esta tinha um rosto delicado, mas seus olhos, seus olhos transmitiam algo muito ruim. Kagome se sentiu um pouco inapropriada em seu kimono azul marinho com detalhes prateados e os cabelos presos em um rabo alto.
- Então você é a fêmea que o Sesshoumaru-sama escolheu? Devo dizer que estou bem desapontada.
Kagome cravou as unhas nas palmas de sua mao e se obrigou a sorrir simpática.
- Sim, sou eu a fêmea que Sesshoumaru escolheu e você deve ser a princesa do sul. – Kagome fez questão de olha-la de cima a baixo. – Agora entendo porque Sesshoumaru preferiu a mim.
Os olhos violetas brilharam em ira e Kagome sorriu abertamente.
- Oras sua....
- Cuidado com suas palavras princesa, eu sou a senhora deste palácio e você apenas um hospede incomodo, eu posso me livrar de você muito antes que você possa pedir desculpas.
- Não se vanglorie muito, logo Sesshoumaru desiste de você e aí será a minha vez.
Kagome cruzou os braços e sorriu presunçosa.
- Mesmo que ele venha a desistir de mim, ele me marcou, a marca não pode ser desfeita, se um dia ele vir a ficar com você, você não irá passar de uma concunbina, enquanto eu continuarei a ser a senhora do Oeste, então porque você não evita a fadiga e volta para o sul? Faça a sua vida e a minha mais fáceis.
A princesa abriu a boca para responder, quando uma figura se fez presente.
- O que ainda faz nas terras deste Sesshoumaru, Yoshino?
Os olhos violetas brilharam, porem logo se apagaram ao ver o sorriso de Kagome e a felicidade da jovem ao chegar perto do lorde e pegar um pequeno embrulho de seus braços.
- Onde vocês estavam?
Sesshoumaru sorriu tranquilamente e lhe acariciou o topo da cabeça.
- Este Sesshoumaru apenas pegou o filhote com a Sakura, o levou para dar uma volta e quem sabe assim encontrar a sua hahaue. – O youkai subiu seu olhar até encontrar o da princesa do sul. – Ainda não respondeste a este Sesshoumaru, Yoshino.
A youkai cobriu o rosto com a manga de seu kimono, simulando recato.
- Estou apenas aproveitando o que me resta de estadia, Sesshoumaru-sama.
- E o que fazia com a fêmea deste Sesshoumaru?
Kagome levantou uma sobrancelha e voltou a encarar a jovem princesa.
- Estavamos apenas conversando.
- Miko?
Kagome voltou seu olhar para o youkai e sorriu.
- Sim, Sesshoumaru, estávamos apenas esclarecendo algumas coisas, porem já terminamos, não é princesa?
Os olhos azuis se encontraram com os violetas e fora inevitável o choque de hostilidade, porem ambas manteram os sorrisos falsos e a falsa cordialidade.
- Sim, terminamos e agora irei me retirar, com sua licença.
Os dois acompanharam com os olhos a princesa sumir na curva do corredor em completo silencio.
- Miko?
Kagome voltou os olhos para Sesshoumaru e encarou os olhos ambares do youkai.
- Sim?
- Amanha a hahaue deste Sesshoumaru chega.
- Hmn.
- Esteja preparada, pois este Sesshoumaru e a miko irão ter aquela conversa com ela.
Kagome suspirou e olhou para baixo, para o pequeno corpo em seu colo.
- Está certo Sesshoumaru, mas eu vou deixar bem claro que não irei ficar quieta caso ela me ofenda.
Sesshoumaru sorriu e passou um braço pela cintura da jovem.
- Este Sesshoumaru não esperava nada diferente de sua fêmea.

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Insano Pesadelo
RomansaAfinal, sempre quando estava na era feudal alguma coisa de ruim lhe acontecia. Parecia que aquele era seu destino afinal, sentir-se deslocada no tempo e atrair problemas para si. Agora o que faria? Estava presa em algum lugar para ser cobaia de um...