Fiquei agarrado com Melissa no sofá até pouco depois da meia-noite, depois ela me botou para correr. Voltei para casa com um sorriso bobo e a pele do pescoço sensível das chupadas e mordidas que ela deu.
Depois daquela intimidade toda eu decidi que não podia mais ficar longe dela. No domingo a tarde resolvi aparecer novamente. Dessa vez levei algo para o Ian.
Melissa abriu a porta e balançou a cabeça sorrindo.
-O que é isso? Perdeu o endereço da própria casa?
-Eu precisava te ver, acho que não aguento mais ficar tanto tempo longe de você.
-Você não é assim, Flávio.
-Eu não era assim.
Ela me olhou de lado e abriu o portão.
-Se estiver no pique tem um quebra-cabeças sendo montado na mesa da sala de jantar. O que é isso? – Ela perguntou apontando para a sacola na minha mão.
-É uma coisa para o Ian.
-Flávio! – seu tom era de advertência. – Você não tem que comprar nada para o meu filho.
-Eu não estou fazendo isso nem por você, nem por mim, estou fazendo isso por ele. Eu gosto do seu filho, de verdade.
-Bom, se você está fazendo por ele, tudo bem.
Entramos e eu encontrei Ian ajoelhado em cima de uma cadeira debruçado sobre a mesa olhando atentamente para o quebra cabeça.
-E aí, cara? – Falei chamando a atenção dele que sorriu para mim.
-Tio Flávio. Você vai jantar com a gente de novo?
Foi mais uma exclamação que uma pergunta e eu assenti.
-Olha, vi esse negócio aqui e lembrei de você – estiquei a mão com a sacola para ele.
-Pra mim? – Ele arqueou uma sobrancelha.
-É. Abre – dei um sorriso um pouco envergonhado, eu ainda não dominava a técnica de conversar com crianças.
Ian, desceu da cadeira, pegou a sacola e foi até o sofá abrir. Quando viu a caixa seus olhinhos arregalaram.
-Mamãe, vem ver o que o tio Flávio me deu – ele gritou animado.
Melissa entrou na sala logo em seguida secando as mãos nas pernas das calças.
-O que você estava fazendo? – Perguntei.
-O jantar, a gente não come pizza todas as noites – ela revirou os olhos e foi até o filho. – O que é isso Ian?
-Mamãe, é um avião – ele gritou novamente e olhou para a mãe. – Eu posso abrir?
-É claro, meu amor – ela olhou para mim e deu um sorriso carinhoso. – Mas você não está esquecendo nada, Ian?
O menino me olhou depressa, deixou a caixa no sofá e correu em minha direção abraçando a minha cintura.
-Obrigado, tio Flávio, eu adorei o meu avião.
Senti vontade de pegá-lo em meus braços e jogá-lo para o alto como o meu pai costumava fazer, mas me detive em apenas bagunçar os cabelos volumosos dele.
Ele voltou para o sofá e abriu a caixa, com todo o cuidado ele tirou o brinquedo, era uma miniatura de avião, mas próprio para crianças, nada de peça para colecionador.
-É lindo – Melissa disse impressionada se aproximando do filho.
-A Mariela vai gostar de brincar com ele, mamãe, ela vai colocar as bonecas dela em cima dele para elas voarem.
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Um tempo ao lado dela
RomanceFlávio se encantou por Melissa assim que a viu pela primeira vez. Sua rotina e seu status sempre o fizeram se sentir maior que o mundo, mas Melissa com seu jeito natural e desencanado o desarmou. Após anos de um relacionamento que não saiu do 0 a 0...