18 - VISITA INESPERADA 2

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Fiquei agarrado com Melissa no sofá até pouco depois da meia-noite, depois ela me botou para correr. Voltei para casa com um sorriso bobo e a pele do pescoço sensível das chupadas e mordidas que ela deu.

Depois daquela intimidade toda eu decidi que não podia mais ficar longe dela. No domingo a tarde resolvi aparecer novamente. Dessa vez levei algo para o Ian.

Melissa abriu a porta e balançou a cabeça sorrindo.

-O que é isso? Perdeu o endereço da própria casa?

-Eu precisava te ver, acho que não aguento mais ficar tanto tempo longe de você.

-Você não é assim, Flávio.

-Eu não era assim.

Ela me olhou de lado e abriu o portão.

-Se estiver no pique tem um quebra-cabeças sendo montado na mesa da sala de jantar. O que é isso? – Ela perguntou apontando para a sacola na minha mão.

-É uma coisa para o Ian.

-Flávio! – seu tom era de advertência. – Você não tem que comprar nada para o meu filho.

-Eu não estou fazendo isso nem por você, nem por mim, estou fazendo isso por ele. Eu gosto do seu filho, de verdade.

-Bom, se você está fazendo por ele, tudo bem.

Entramos e eu encontrei Ian ajoelhado em cima de uma cadeira debruçado sobre a mesa olhando atentamente para o quebra cabeça.

-E aí, cara? – Falei chamando a atenção dele que sorriu para mim.

-Tio Flávio. Você vai jantar com a gente de novo?

Foi mais uma exclamação que uma pergunta e eu assenti.

-Olha, vi esse negócio aqui e lembrei de você – estiquei a mão com a sacola para ele.

-Pra mim? – Ele arqueou uma sobrancelha.

-É. Abre – dei um sorriso um pouco envergonhado, eu ainda não dominava a técnica de conversar com crianças.

Ian, desceu da cadeira, pegou a sacola e foi até o sofá abrir. Quando viu a caixa seus olhinhos arregalaram.

-Mamãe, vem ver o que o tio Flávio me deu – ele gritou animado.

Melissa entrou na sala logo em seguida secando as mãos nas pernas das calças.

-O que você estava fazendo? – Perguntei.

-O jantar, a gente não come pizza todas as noites – ela revirou os olhos e foi até o filho. – O que é isso Ian?

-Mamãe, é um avião – ele gritou novamente e olhou para a mãe. – Eu posso abrir?

-É claro, meu amor – ela olhou para mim e deu um sorriso carinhoso. – Mas você não está esquecendo nada, Ian?

O menino me olhou depressa, deixou a caixa no sofá e correu em minha direção abraçando a minha cintura.

-Obrigado, tio Flávio, eu adorei o meu avião.

Senti vontade de pegá-lo em meus braços e jogá-lo para o alto como o meu pai costumava fazer, mas me detive em apenas bagunçar os cabelos volumosos dele.

Ele voltou para o sofá e abriu a caixa, com todo o cuidado ele tirou o brinquedo, era uma miniatura de avião, mas próprio para crianças, nada de peça para colecionador.

-É lindo – Melissa disse impressionada se aproximando do filho.

-A Mariela vai gostar de brincar com ele, mamãe, ela vai colocar as bonecas dela em cima dele para elas voarem.

Um tempo ao lado delaOnde histórias criam vida. Descubra agora