EPÍLOGO

41 7 7
                                    


EPÍLOGO

Olho para Melissa e sorrio me sentindo o cara mais foda do mundo. Ela está com as mãos nas costas tentando suportar o peso da barriga.

Não foi tão simples assim engravidar essa mulher. Demorou mais de um ano, mas agora estamos esperando a nossa menina. Uma Melissinha. Estou fodido? Claro que estou. Espero não pagar pelos meus pecados. Ela é preciosa demais para ter um cara como eu em sua vida. Bom, a mãe dela também não me merecia, mas ela é resistente.

-Tio Flávio – Ian chama a minha atenção. – Meninas também andam de moto?

-Claro que andam.

-Por que a minha mãe não pilota?

-Porque ela nem sabe dirigir um carro.

Ele ficou pensativo sem compreender, então deu de ombros e saiu para brincar com sua miniatura. Eu comprei uma Harley para ele aprender como é a coisa, claro que eu pedi a permissão do Júlio.

Júlio também está no paraíso, ele se casou e estão grávidos, também vão ter uma menina, talvez seja por isso que o Ian tem perguntado tanto sobre o comportamento feminino.

Assim que eu saí do hospital depois de tomar uns tiros, eu levei a minha mulher para comprarmos as alianças. Eu não a pedi em casamento e dei um anel, eu quis usar um anel de noivado também. Queria que ela soubesse que eu era dela. É legal ver a cara dos outros quando olham para o arco dourado enorme no meu dedo enquanto eu sirvo suas doses. É legal também quando ela fica comigo atrás do balcão do bar. Embora não tenhamos passado muitas noites por lá desde que nos casamos. Prefiro ficar em casa, com ela e com o Ian. Eu vendi minha casa e compramos algo maior, que nos dê mais privacidade. O quarto das crianças fica no começo do corredor e o nosso lá no fundo, depois do quarto de brincar. Assim temos um cômodo nos separando dos pequenos. Foi em veio à muito barulho que fizemos nossa Catarina.

Essa menininha nem nasceu e tem me feito chorar como nunca. Cada novidade é um choro. Cada choro da minha mulher é um choro. Cada móvel que eu consigo montar é um choro.

-Flávio – Melissa me chama e vem rebolando parecendo um pato. – Acho que você pode me ajudar no exercício de indução.

Eu adoro isso. Ela leu que o sexo no último estágio da gestação ajuda na indução do parto natural, então esses últimos dias têm sido perfeitos, embora seja um pouco complicado manusear o corpinho redondo dela. Mas eu acho que ela nunca esteve tão linda. Exceto da primeira vez que eu a vi. Aquele sorriso, o gesto de tirar os cabelos do rosto só com a pontinha dos dedos. Eu nunca me esqueci daquele dia, nem me esquecerei. O bom é que agora eu tenho total certeza de que vou passar o resto da minha vida ao lado dela.

Um tempo ao lado delaOnde histórias criam vida. Descubra agora