ANTES
Manter uma namorada satisfeita já é complicado, imagine quando você tem uma namorada ciumenta, possessiva e neurótica – e ainda se sente em dívida com ela – e está tentando se reaproximar de uma mulher que mexe completamente com você.
Depois que levei a Melissa para conhecer o bar sede do meu clube, eu a levei para a minha casa. Percebi que ela ficou um pouco inquieta, certamente lembrando do episódio em que Letícia invadiu a minha casa e quase nos pegou transando na sala.
-Nada mudou por aqui – ela disse olhando ao redor.
Sentei-me no sofá e observei ela olhar cada canto da minha sala como se as lembranças a tomassem. Quando enfim me olhou, Melissa parecia tímida e ansiosa, como eu nunca a vi antes.
-Vem aqui – eu falei e estendi a mão para ela se sentar ao meu lado.
Ficamos sentados, lado a lado, com os dedos entrelaçados, era como se conseguíssemos nos comunicar em silêncio e nossas palavras fossem pedidos de perdão e confissões de saudades.
Me aproximei devagar com medo da reação de Melissa, ela me olhou com aqueles olhos escuros e sorriu para mim, e eu vi aquela covinha que me deixa louco, deu um beijo nela, e Melissa se afastou um pouco. Me aproximei novamente e beijei seus lábios com toda a delicadeza. Mel olhou nos meus olhos e pude ver que ela sentia tanta saudade quanto eu, então eu fiz o que desejei fazer, a beijei com tudo o que eu sentia.
Mel gemeu e se agarrou em mim, subiu no meu colo se escarranchando e pressionando seu corpo pequeno contra o meu. Eu juro que queria ir com calma, mas era impossível, desde que eu a vi na outra noite se agarrando com aquele cara, eu precisava mostrar a ela que tudo poderia mudar, mas que nada mudaria de verdade entre nós. O que a gente sentia um pelo outro era maior do que as convenções.
-Eu estava louco de saudades de você – falei a puxando para mais perto e esfregando minha ereção no calor entre as pernas dela. – Eu odeio esses jeans.
Melissa riu.
-Então tira ele, oras.
-Eu vou te levar para a minha cama.
-Não – ela me olhou séria. – Eu quero ficar aqui.
-Por quê?
-Cala a boca e para de enrolar – ela me beijou e começou a tirar a minha camiseta.
Sentia tanto a falta dela que fiquei um pouco perdido quando tive consciência que eu ia toca-la novamente. Tirei toda a roupa dela e a vi deitada em meu sofá ofegante com os cabelos bagunçados.
-Você é a coisa mais bonita que eu já vi – falei acariciando os seios dela.
-Para, vem logo – ela resmungou e abriu as pernas me convidando para entrar. Quando eu me posicionei para penetrá-la ela parou.
-Não, sem camisinha não.
-Por quê?
-Eu não confio em você – ela falou me deixando um pouco irritado.
-Você confiava em mim antes.
-Você disse tudo, antes.
-Então vamos para o quarto, elas estão lá em cima.
Melissa me olhou ofegante certamente calculando quais seriam suas opções.
-Vamos subir então.
Adorei a visão daquele corpo maravilhoso nu andando pela minha casa. Eu a deitei na minha cama, peguei e coloquei a maldita camisinha e entrei. A sensação era tão boa que fiquei parado dentro dela, apenas sentindo seu corpo me envolver de todas as formas.
-Que saudade, Mel – falei e a beijei voltando a me mover.
Ela não disse nada, apenas aceitou tudo o que eu dei a ela. Quando gozamos ela se afastou de mim.
-Eu preciso ir embora.
-Não mesmo.
-Flávio, é sério, eu preciso ir embora.
-Você não precisa ir, você quer ir e isso é diferente.
-Então eu não tenho o direito de querer ir embora?
-Claro que tem, mas eu quero que você fique. Que passe a noite comigo.
-Pra quê?
-Porque eu preciso ter esse tempo ao seu lado.
Mel me olhou com certa agonia, e eu não sei dizer o que ela estava sentindo.
-Fica, Mel – eu falei me aproximando dela devagar, ela relutou, mas aceitou que eu a puxasse para perto e a beijasse.
Adormeci com o corpo dela junto ao meu, mas quando despertei pela manhã o lado da cama em que ela dormiu estava vazio. Saí desesperado à procura dela e me tranquilizei quando ouvi o som do chuveiro ligado. Entrei sem fazer barulho e ela estava de costas para o box com a cabeça abaixada, abri a porta de vidro e ela se virou para me olhar.
-O que você está fazendo aqui?
-É a minha casa, o meu chuveiro, eu posso entrar a hora que eu quiser – acariciei o rosto assustado dela. – Ei, vem aqui – a beijei e ela se entregou.
Quando a deixei na estação do metrô ela se foi sem sequer me dar um beijo. Mesmo sabendo que as coisas haviam mudado, eu não esperava que ela se tornasse tão fria. Em alguns momentos eu via a minha Melissa, mas na maioria parecia uma outra mulher no lugar dela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um tempo ao lado dela
RomansFlávio se encantou por Melissa assim que a viu pela primeira vez. Sua rotina e seu status sempre o fizeram se sentir maior que o mundo, mas Melissa com seu jeito natural e desencanado o desarmou. Após anos de um relacionamento que não saiu do 0 a 0...