Capítulo-9

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Dick acordou cedo. Estava indo para o banheiro, quando seu telefone toca, era sua namorada, quase noiva, Bárbara Gordon, uma bibliotecária que ele conheceu em um museu, quando ela estava passeando com o seu pai, James Gordon, que por coincidência era amigo do seu pai, Bruce. Naquela época Bárbara havia se mudado há pouco tempo para Gotham, então ela ainda não tinha um emprego, até conseguir vaga na maior biblioteca da cidade. Dick ficou encantado com a beleza da garota. Os dois viraram grandes amigos, até decidirem começar um namoro, que foi aprovado pelas duas famílias.

Ele atende o telefone:

– Bom dia gata. – Disse ele ao telefone.

– Bom dia gato. – Sua voz era doce e calma. – Já vai tomar banho?

– Era o que eu pretendia fazer.

– Queria que viesse me buscar para irmos juntos.

– Tudo bem. Quando eu sair, eu aviso.

– Te amo!

– Eu também. – Ele desliga o celular.

Dick realmente gostava da Bárbara, mas com o tempo o relacionamento dos dois foi se desgastando, as coisas esfriando e eles pareciam ser mais um casal de amigos do que de namorados. Ao dizer que a amava, ele não estava mentindo, mas ele já não a amava como namorada, às vezes se perguntava se algum dia já a amou dessa forma. Fazia algum tempo em que ele se questionava sobre seus reais sentimentos por Bárbara, mas nunca chegava a uma conclusão. Talvez tivesse medo de não achar ninguém que o ame da forma que ela ama, ou de nunca se apaixonar e viver sozinho como o seu pai.

Após o seu banho, Dick se veste e vai tomar seu café.

A mesa estava muito bem arrumada e organizada. Tudo normal. Tudo igual.

Ele se senta no seu devido lugar.

Sempre ele era o primeiro a se sentar, logo depois viria o seu pai e em seguida seus irmãos. Mas algo inesperado acontece, Damian aparece e toma café com eles. Dick, assim como os seus irmãos, achou estranho, já que Damian não era o tipo que tomava café com a família.

O único que não parecia surpreso era seu pai, que estava tomando seu café normalmente, mas Dick o conhecia muito bem e sabia que ele também havia estranhado a aparição do garoto.

Damian saiu da mesa após Helena despejar seu veneno.

– Damian está diferente. – Falou Helena. – Algo aconteceu.

Helena era a irmã que mais brigava e debocha de Damian, mas também era a que mais o conhecia, talvez a que mais o amava, depois de Bruce, logo depois dela vem Dick.

– Só porque resolveu tomar café conosco? – Questionou Tim. – Isso não significa nada.

– Concordo com a Helena.

Todos olharam para o local de onde vinha a voz, que era de Bruce.

– Damian parece estar mudando. – Ele lia seu jornal, que de fato era seu. – Espero que para melhor. – Ele coloca o jornal sobre a mesa e saí.

– Eu também tenho que ir. – Fala Dick se levantando.

– Vai dar uma carona para a Bárbara? – Perguntou Helena, que era melhor amiga de Bárbara.

– Sim. Vai querer carona também? – Perguntou, já sabendo a resposta de sua irmã.

A morena faz sim com a cabeça e vai, com seu irmão, até a garagem. Eles entram no carro e Dick dirige até o apartamento da sua namorada, que não fica muito longe da casa deles.

– Como está o relacionamento de vocês? – Pergunta Helena, sabendo que havia algo de errado entre seu irmão e a sua namorada.

Dick respira fundo. Ele não conseguia falar sobre o relacionamento dos dois, como estava ou se já havia acabado, já que os dois não brigam, mas também havia uma certa distância que incomodava Dick, mesmo ele sabendo que era por causa do trabalho dela, que havia consumido a maior parte do seu tempo e toda a sua energia.

– Estamos bem. – Fala, um tanto quanto forçado.

Helena sabia que seu irmão não iria admitir que os dois não estavam em um bom momento no relacionamento, já que Dick era do tipo que não se apegava fácil, mas quando se apegava era difícil desapegar. Ele era assim, seus sentimentos eram muito fortes, o que às vezes era bom, mas outras eram irritantes e até mesmo o atrapalhava.

Ela revira os olhos e dá um sorriso.

Depois de algum tempo no carro eles chegam no apartamento de Bárbara.

A jovem já estava esperando eles na frente do prédio.

Ele pára o carro e ela entra. Os dois dão um beijo rápido, como se fosse hábito, não como se quisessem se beijar.

Dick dá a partida e eles seguem o caminho com Bárbara e Helena conversando animadamente sobre coisas aleatórias, até chegarem à biblioteca e Bárbara ter que descer.

Novamente Dick dirige, só que dessa vez ele estava indo para o seu local de trabalho.

– Acho que deveria terminar com ela. – Fala Helena, quando Dick acaba de estacionar o carro.

– Já falei que estamos bem. – Falou sério.

– Se continuar assim vai ser pior. – Ela sai do carro e fecha a porta.

– Estamos bem.

Ela vai até a janela do motorista.

– Quanto mais você diz isso, menos parece ser real. – Ela se afasta e anda até o elevador.

Dick fica encarando o volante por algum tempo, pensando no que sua irmã acabou de falar. Logo ele sai do carro e começa a sua rotina no trabalho.

...

Dick estava em seu carro, indo para uma reunião de negócios, quando uma garota de cabelos azuis passa na frente de seu carro. O sinal estava vermelho, deu tempo de ele ver para que caminho ela iria, e ele percebeu que ela estava indo para o metrô. Algo naquela garota lhe chamou a atenção, talvez sua beleza peculiar. Ela era muito linda, sua pele pálida e seus cabelos curtos e azuis.

A buzina do carro que estava logo atrás faz ele voltar a si e a dirigir.

Logo ele chega ao local da reunião, mas a garota não saía de sua mente, e ele não sabia o porque e se sentia mal por estar pensando em uma estranha tendo um compromisso com Bárbara, mas foi aí que ele percebeu que esse compromisso já não existia mais.

Após a reunião, Dick resolveu ir para o apartamento de Bárbara, onde ele sabia que a encontraria.

Ele bate na porta e ela atende e quando o vê, pede para que entre. Dick se senta no sofá e fica encarando a televisão, pensando nas diversas formas em que iria falar sobre esse assunto, quando Bárbara fala:

– Dick, preciso ter uma conversa séria com você.

Ele olhou para ela, que se sentou ao seu lado no sofá.

– O que houve? – Perguntou sério.

Bárbara cutucava seus dedos na sua coxa, em movimentos frenéticos.

– Eu sinto que o nosso relacionamento não é mais como antes. – Ela respira fundo. – Acho que...

Antes mesmo que ela pudesse terminar sua frase, Dick a interrompe:

– Deveríamos terminar. – Ele põe as mãos sobre seu rosto, depois as tira mostrando sua expressão de alívio. – Tudo bem. Concordo com você.

Ela olha para ele.

– Acho que na realidade nunca nos amamos. Não mais que amigos. – Ela pega na mão dele. – Seria pedir demais para...

– Sermos amigos? – Completou sua frase. – Não, não seria pedir demais. – Ele sorriu.

Bárbara sorri e os dois se abraçam.

Dick estava começando uma nova vida. Um novo ciclo.

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