MARCELINE: Vampiros

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"Meu querido diário otário,
Depois que o Simon se mandou, morar com o meu pai foi um inferno (literalmente), não pude mais viver com os humanos, então decidi morar sozinha. Não sei porquê não tive essa ideia antes. Talvez tenha tido algo de bom naquele vampiro otário ter me transformado. Agora posso focar nas coisas que eu realmente quero, fazer tudo que me der vontade. Eu arrumei uma casinha na árvore e decorei ela como eu quis. Na verdade eu só cravei minhas iniciais para me lembrar de que essa é a minha casa agora. Descobri que posso me alimentar sugando a cor vermelha das coisas, o que é um alívio porque eu não ia querer me igualar àqueles vampiros asquerosos e sugar o sangue de qualquer animal. As criaturas da floresta aqui próximo morrem de medo de mim e por isso eles se mantém o máximo de distância da minha casa. Eles até abrem passagem para mim hahaha. Me sinto como uma rainha. O topo da minha casa árvore tem uma bela vista dos arredores e toda noite, depois de caçar e apavorar os carinhas da floresta, eu deito ali em cima e fico olhando as estrelas. O fardo de viver eternamente já não é mais tão pesado como antes. Está tudo exatamente como eu quero"

Após escrever esta última frase, Marceline soltou um suspiro pesado. Ela antes, que flutuava com suas pernas cruzadas, começou a descer lentamente até que seu corpo encontrasse o topo da sua casa-árvore. A vampira fechou os olhos e abaixou a cabeça. Estava tudo escuro, os únicos pontos de luz em meio a todo preto eram o brilho das estrelas, da lua e da pele clara da jovem. Marceline abriu novamente os olhos e encarou o céu escuro. Seu diário continuava em sua perna e a caneta em suas mãos. Ela baixou a cabeça para observar a folha de caderno na qual escrevia e a frase "Está tudo exatamente como eu quero".

- A quem eu quero enganar... - sua voz saiu como um sussurro e ela voltou a escrever.

"Sabe, o meu pai é um saco e eu fico feliz por ter me livrado dele, mas eu ainda sinto falta da mamãe, do Simon e dos humanos. Talvez eu tenha alguma maldição por ser filha de um demônio que me impeça de ficar com as pessoas que eu amo. Estou cada vez mais convencida de que nasci para viver sozinha"

Depois de escrever o que estava preso em sua garganta, Marceline deitou a cabeça nas folhas da árvore e fitou as estrelas por longos segundos. Todas pareciam pertencer a mesma família, uma família enorme que ficaria para sempre junta. Infelizmente, essa coisa de pertencer a algo maior que ela para sempre lhe parecia um sentimento distante, mais distante do que aquelas estrelas no céu.

Candy Girl (Bubbline)Onde histórias criam vida. Descubra agora