MARCELINE: À primeira vista

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"Quando não tinha nada, eu quis. Quando tudo era ausência, esperei. Quando senti frio, tremi"

- Você vai dormir aqui? - perguntou com uma voz doce sendo abafada pelos lençóis da cama.

- Uhum. - respondeu de olhos fechados.

- E você vai estar aqui de manhã? Quando eu acordar?

- Eu queria.

- Por favor... - uma súplica, um último suspiro.

"Eu sempre fui uma pessoa bem racional, mas acho que ela está acabando o resto de autopreservação que existe em mim"

- Não posso. Esqueceu que sou uma vampira?

Marceline abriu os olhos, e antes não tivesse feito, porque encarar o rosto rosado de Jujuba com os olhos enormes marejados só tornava mais difícil dizer não. A dor de ter o sol queimando sua pele não seria nada comparada a dor de ter que deixá-la antes de acordar. Mas Jujuba estava acostumada a não insistir demais e apenas aceitar que o que quisesse ir, fosse.

Ela apertou as cobertas e deslizou a cabeça para perto de Marceline para em seguida o resto do corpo acompanhar. Colou as coxas na barriga, como se tentasse se aquecer.

- Está com frio? - Marceline perguntou.

- Se eu disser que estou você me abraça?

A vampira apenas sorriu. O que elas estavam fazendo na cama mais parecia um jogo de xadrez. Elas se olhavam e se estudavam. Cada movimento parecia ter sido perfeitamente ensaiado, até um simples respirar pesado, uma risada tímida, uma mordida nos lábios. Jujuba já tinha feito sua jogada, Marceline sabia que agora era sua vez. E como uma imã seu corpo conchegou-se com o de Jujuba. Seu nariz dançava pelas bochechas rosadas da princesa enquanto sua mão acariciava o braço dela. Uma das pernas da vampira passaram por cima das de Jujuba e ali mesmo ficaram, envolvendo o quadril da garota. E foi aí que Marceline sentiu uma mão acariciando sua coxa e uma respiração quente e pesada no seu pescoço. Jujuba mantinha os olhos apertados e afundava as pontas dos dedos na pele fria da vampira, que por sua vez, iniciou uma série de beijos delicados por toda extensão do rosto de Jujuba que seus lábios podiam tocar.

"A mão dela puxou minha camisa e esse foi o sinal. Ela virou o rosto e nossos lábios colidiram. E depois foi tão louco porque quando percebi eu já estava em cima dela. Era como se os nossos corpos tivessem se encaixado sozinhos. As mãos dela subindo das minhas coxas até minhas costas. O gemido que ela soltou quando eu passei a língua no seu pescoço. Os selinhos que trocamos no final antes de eu me afastar pra admirar a beleza dela. Ela sorriu pra mim e eu meio que achei surreal aquilo estar acontecendo"

5 a.m.

Jujuba estava deitada no peito de Marceline que acariciava seu couro cabeludo. A vampira olhou pela janela e percebeu que o sol já se preparava para nascer. Desviou o foco da janela e percebeu que Jujuba dormia serenamente. Nesse momento ela tinha que escolher entre estar ali para quando a princesa acordasse ou ir embora agora e não ter seu corpo queimado pelo sol. Não era nada fácil para ela, porque escolher uma coisa e abrir mão da outra a matariam. E mesmo com pesar ela delicadamente tirou a cabeça de Jujuba de cima de si e acomodou-a no travesseiro.

- Eu queria muito ficar, - ela falou sussurrando para não acordar Jujuba - mas se eu não for embora agora talvez eu não veja esse lindo rostinho nunca mais. Me desculpa?

A vampira ficou admirando a garota que dormia com uma expressão imperturbável como se ela fosse a coisa de beleza mais rara de toda a Ooo. E talvez ela fosse mesmo. O jeito que Marceline a olhava poderia fazer qualquer um sentir inveja de Jujuba, porque talvez, lá no fundo, a gente só queira alguém que goste da gente dessa forma. Apenas com um olhar todo mundo saberia que você está apaixonado.

Candy Girl (Bubbline)Onde histórias criam vida. Descubra agora