"Entre por essa porta agora e diga que me adora. Você tem meia hora pra mudar a minha vida."
Eram onze da noite. Ou talvez passasse das uma da manhã. Contar o tempo tinha se tornado irrelevante desde que sua vida perdeu a graça. Era como estar presa em uma maldição que a fazia reviver o mesmo dia sempre que acordava. Marceline só possuía peças pretas, cinzas e vermelhas no seu guarda-roupa, mas ainda assim conseguiu colorir sua vida como um arco-íris. Só que ela já não estava mais por perto e as coisas voltaram a ter as cores monocórdicas de antes. E como distração, Jujuba procurava passar o máximo de tempo em seu laboratório, quase escuro, com a luz mais forte sendo o azul da tela do monitor. Isso inevitavelmente lhe causaria uma enxaqueca terrível, entretanto, era o único momento que sua mente desligava os pensamentos nela.
Agora ela tinha estagnado em uma fórmula matemática que não conseguia achar a resposta. Os pequenos pontos feitos pelas batidas do lápis no papel só aumentavam seu estresse.
- Mas que droga eu não consigo! - ela gritou arremessando o lápis longe.
Era sufocante pensar. Era sufocante estar em sua própria pele. Porque parte dela ainda se sentia culpada pela ocorrido no jantar. E o que se sucedeu depois disso levou o relacionamento delas ladeira a baixo.
"No dia seguinte eu evitei a Marceline com todas as forças, não conseguia nem olhar na cara dela. E ela nunca fez muito o tipo que corria, mas dessa vez me jogou na parede e cobrou explicações"
- Então a gente faz aquelas coisas ontem e hoje você finge que nada aconteceu?
Jujuba andou para atrás até se encostar no muro do castelo. Ela aperta sua prancheta com a cabeça para o lado, orando para que alguma coisa atrapalhasse aquela conversa.
- Marceline não...
- Não? Quer que eu refresque sua memória? - a vampira bateu as duas mãos na parede e a princesa soltou um grito baixo de susto.
- Por que você gosta tanto de bagunçar minha cabeça?
- O que nós fizemos ontem foi um erro, temos que nos empenhar para que... - ela engoliu em seco - não volte... a acontecer.
Jujuba comprimia os olhos e segurava a respiração com força, todavia, ao não ouvir resposta, seus músculos relaxaram e ela pôde notar que Marceline agora se afastava.
- Você é... uma covarde.
A garota rosada precisou de um bom tempo para assimilar o que aconteceu. Marceline a atacou de uma forma tão serena e controlada que a deixou sem reação.
- Covarde?
- Sim, covarde e egoísta. Ontem mesmo disse que sentia minha falta e hoje age como se eu fosse uma desconhecida. Será que você não consegue manter uma personalidade só?!
- Pelo menos eu não traí meu namorado! - disse irritada.
- Você nem tem namorado pra trair. - Marceline declarou como se encerrasse o assunto - Acho que essa história de sermos amigas não vai dar muito certo não, to indo nessa.
"Ela foi embora sem olhar para trás. Eu queria perguntar se ela voltaria amanhã, mas a resposta era bem clara: não"
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Candy Girl (Bubbline)
Romance"- Por falar nisso, você... - Marceline se aproximava de Jujuba como uma onça se aproxima da presa. - O q-que tem eu? - Jujuba se afastou até ser encurralada numa parte da sua tenda. - Você é o meu tipo... [...] Ela fechou os olhos com força e vi...