JUJUBA: Confronto

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"Não posso dizer com toda clareza o que o monstro era, mas tenho quase certeza de que vi ele se transformar de uma garota para um morcego gigante. E se isso realmente tiver acontecido, então ela deve estar sob o efeito de algum encantamento. Já fazem dois dias que ela não aparece. Já fazem dois dias que eu estou trancada no meu laboratório estudando um método eficaz de ajudá-la. Já fazem dois dias que eu não vejo a luz do sol ou o rosto de qualquer outra pessoa, com exceção do Mordomo Menta, que vem me checar regularmente para saber se eu preciso de algo. Acho que ele está preocupado comigo, mas eu preciso proteger o meu reino. Só não sei como fazer isso"

Exausta, Jujuba boceja e levanta da cadeira. Ela caminha e encosta a palma da mão em uma enorme parede azul. Uma parte se abre para cima dando passagem para a princesa. Ela ainda pega um elevador para subir a superfície. As coisas dela sempre foram assim: bem escondidas. O fato de seus olhos e sua pele não terem sido invadidos pela luz e sim pela da lua, sequer a preocupou. Dito de passagem ela preferia assim.

- Princesa Jujuba? - seu mordomo veio ao seu encontro surpreso.

- Mentinha... - ela respondeu atônita.

- Está bem, madame?

- Estou sim.

- A senhora não dorme a três dias.

- Verdade? - Jujuba tomou um susto.

- Sim, acredito que seria melhor descansar um pouco antes de voltar ao laboratório. A criatura parece ter sumido e os guardas bananas estão em vigia.

- Talvez você tenha razão...

Ela não parecia raciocinar muito bem e estava disposta a aceitar qualquer coisa que ele sugerisse para não precisar pensar. Mentinha levou sua ama até seus aposentos sendo recompensado com um "obrigado" e um carinho na cabeça. Ele se despediu de Jujuba e a deixou sozinha na barraca.

De um marrom desbotado e formando um triângulo com o chão, a barraca onde ela dormia era bem simples apesar de maior do que as outras. Por dentro era tudo decorado sem muita extravagância. Um colchão apoiado em livros em um canto, uma mesa retangular portátil e quatro pequenas cadeiras com assento de pano e pernas de madeira no centro, chão de carpete também marrom, uma pequena estante com vários livros e objetos e apenas uma lâmpada para iluminar o lugar. No lugar da porta uma cortina. O interruptor da luz era um longo fio que ia do teto, se esgueirando pelos cantos da parede do quarto até chegar ao alcance das mãos de uma pessoa de 1,2 metros.

Por mais que seus olhos implorassem por uma pausa, sua mente insistia em continuar trabalhando. Jujuba apoiou as mãos na mesa e abaixou a cabeça de olhos fechados tentando agradar todos os pedidos do seu corpo. A cortina da sua tenda esvoaçou e um vento gelado fez Jujuba se arrepiar. Ela abriu os olhos de súbito como se sentisse a presença de mais alguém ali. Ela se virou para trás e encontrou um corpo flutuante parado na sua porta. O rosto era impossível de enxergar bem, mas os longos cabelos negros, a pele pálida e o jeito maltrapilho da roupa era perceptíveis.

- Iai princesa. - Marceline se aproximou bruscamente fazendo Jujuba se escorar na mesa.

- Quem... ou o quê é você? - Jujuba cerrou os olhos.

- Marceline, rainha dos vampiros. E eu acho que nós precisamos ter uma conversinha.

Candy Girl (Bubbline)Onde histórias criam vida. Descubra agora