JUJUBA: FANTASMAS

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"Acho que eu e Marceline somos amigas agora"

Marceline flutuava pela floresta escura com as mãos no bolso da calça jeans escura enquanto era seguida por Jujuba, que não parava de olhar ao redor como se esperasse um agressor vindo de todos os lados. A princesa brincava com os dedos, chocando um indicador contra o outro, sua boca estava aberta em um pequeno círculo.

- Olha, eu preciso pegar uma coisa antes de irmos, tudo bem? - Marceline olhou para Jujuba por cima dos ombros.

- Ah, claro! Sem problemas. - Jujuba respondeu.

- Não tenha medo do escuro.

- Mas eu não estou com medo. - Jujuba respondeu firme estufando o peito.

Marceline deu um sorriso de canto debochado já de costas para a princesa. Seria uma inverdade dizer que Marceline não pensou em mil e uma formas de assustar Jujuba, entretanto as ideias não agradaram a vampira e correram de sua mente, assim como os animais da floresta corriam dela.

"Nós fizemos o mesmo caminho que eu tinha feito dias antes seguindo o rastro dela, mas dessa vez me ocupei de mapear todo o local com uma lente de contato especial. Eu preciso saber onde encontrá-la."

- Pode ficar aqui. Só vai levar um minuto. - Marceline comunicou antes de subir até a janela mais alta da casa na árvore e adentrar na mesma.

Jujuba torceu a boca e aproveitou o momento para mapear a casa de Marceline, dessa vez entretanto, ela utilizou um outro equipamento que tirou do bolso. Isso a permitiu enxergar todo o interior da casa, atravessando até por dentro das paredes onde pequenos insetos pareciam ter montado uma comunidade. Mas na parte superior, ela pôde ver a figura de Marceline prendendo os cabelos com a mão em um rabo de cavalo depois deixando-os cair nos ombros. Ela repetiu isso duas vezes antes de se encaminhar a um espelho e ter um ataque de raiva. Talvez por se lembrar que vampiros não tem reflexo. Quando a vampira pareceu flutuar para fora da casa, Jujuba rapidamente guardou seu equipamento e encarou o nada.

- Vamos.

"Marceline parecia um pouco brava quando saiu de casa. Eu ainda tentei puxar assunto perguntando o que era aquela coisa vermelha nas suas costas e se ela também iria tocar, mas todas as suas respostas eram um tanto desanimadas. Marceline é realmente um enigma. Ela não demonstra nenhuma expressão do que está pensando. É como se seu corpo estivesse do meu lado, mas sua cabeça estivesse a milhares de quilômetros de distância em um lugar frio e vazio. Mas continuando, o humor de Marceline só melhorou quando chegamos"

- Chegamos princesa.

Marceline anunciou ao chegarem em uma espaço que lembrava uma arena de gladiadores. Com assentos de pedra quebrados em algumas partes formando um semi-círculo, esses assentos eram organizados de maneira gradual, de forma que cada fileira apresentasse uma elevação comparado ao seu antecessor. No centro, havia alguns instrumentos musicais e um suporte para microfone, ainda sem condutores. Os fantasmas e demais criaturas já começavam a escolher seus lugares e Jujuba seguia Marceline, tomando um cuidado extremo onde pisava devido aos restos de comida que sujavam o local e ela achava aquilo muito nojento.

Pensou até em questionar Marceline sobre a escolha do local, mas ao olhar para a rainha dos vampiros e ver um sorriso angelical (?) que não aparecia com muita frequência resolveu deixar para lá.

"Eu nem sabia que ela sorria", pensou consigo mesma.

Ela achou aquilo tão fascinante, um monstro temido com um sorriso infantil e feições puras, que não se conteve em encará-la mais um pouco por ter certeza que suas lentes de contato especiais gravavam tudo.

Candy Girl (Bubbline)Onde histórias criam vida. Descubra agora