E quando eu acordar me deixe respirar
O último verso foi seguido de um suspiro pesado. Seus dedos deslizaram suavemente pelas cordas até desabarem como a cabeça de Marceline. A próxima coisa a desabar seria uma lágrima teimosa do seu rosto que ela tentava reprimir. Seria. Porque o que aconteceu na verdade foram aplausos vindos do canto da sala.
- Muito bom Marceline. - a voz doce dizia animada.
A vampira ficou surpresa por ver parada na sua casa um outro ser. E ainda mais sendo quem era.
- Mas que porra você está fazendo aqui? - ela gritou furiosa.
- Eu vim ver como você está depois que saiu daquele jeito do meu acampamento.
- E como exatamente você me achou?
- Hahaha, como eu te achei? - a princesa ria nervosa - Bem... é que eu... eu... eu andei te procurando e descobri que você morava aqui. - Marceline olhava incrédula para ela como se esperasse a verdade - Ai tá bom! Eu coloquei um rastreador na sua roupa!
- Você... o quê? - havia um jeito tênue na voz de Marceline que fez Jujuba estranhar.
- Não vamos falar disso agora. - ela tirou a mochila das costas e começou a vasculhar - Eu andei pesquisando o seu caso e acho que posso desenvolver um antídoto para o seu vampirismo. Ah! Aqui está ele! - ela tirou um pequeno vidro cilíndrico transparente tampado com um líquido azulado dentro.
Marceline continuava a encarar toda aquela situação como quem não acredita que tudo seja real. Jujuba entretanto balançava o vidro com um enorme sorriso no rosto encorajando Marceline a pegá-lo da sua mão.
- Olha vai embora, tá legal?! Eu não estou muito no clima de brincadeiras. - ela flutuou como seu baixo para o segundo andar da casa.
- Mas Marceline! - Jujuba tentava acompanhar - Eu sei que você precisa de ajuda - ela subia as escadas - e o antídoto ainda não é cem por cento eficaz, mas nós podemos...Quando Jujuba colocou a cabeça no segundo andar do cômodo Marceline apareceu encanrando-a bem de perto.
- E o que você ganha com isso?
- Bem, eu não sei. Mas podemos ser amigas, trabalhar nisso juntas.
- Eu não tenho amigos princesinha.
- Eu sei que você não é um monstro. Tome. - ela pegou a mão de Marceline e deu-lhe o vidro - Você sabe onde me achar.
Jujuba desceu o resto das escadas. Pela janela, Marceline pode ver a princesa se afastando da sua casa. Ela parou, olhou para trás e acenou para a vampira, gesto que Marceline não retribuiu e Jujuba esperava por isso. Ela seguiu seu caminho em direção ao seu reino que já estava no processo avançado de construção.
"A primeira coisa que fiz quando ela saiu foi procurar pelo meu corpo o tal de rastreador que ela pôs em mim. Estava na bainha da minha calça. Destruí aquela coisa minúscula com um pisão só. Ela me lembra o meu pai, sempre me regulando"
Marceline olhou para o vidro em sua mão imaginando o que aconteceria se ela o bebesse. A poção não lhe parecia nem um pouco agradável. Parecia mais um xarope amargo. Se fossem nos velhos tempos, ela passaria a noite em claro, mas como vampira, uma noite sem dormir por causa dos seus pensamentos já não fazia tanta diferença.
"Se você encontrar esse diário significa que algo ruim aconteceu comigo e se algo ruim aconteceu comigo é culpa de uma princesa rosa que me deu alguma coisa para tomar. E eu tomei"
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Candy Girl (Bubbline)
Roman d'amour"- Por falar nisso, você... - Marceline se aproximava de Jujuba como uma onça se aproxima da presa. - O q-que tem eu? - Jujuba se afastou até ser encurralada numa parte da sua tenda. - Você é o meu tipo... [...] Ela fechou os olhos com força e vi...