MARCELINE: Encontro

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"Eu acordei disposta a fazer uma visita especial para os meus novos amigos de doce. Se aquela garota acha que simplesmente pode fazer o que quiser na MINHA FLORESTA e sair de boa dessa história ela tá enganada. Eu voltei ao acampamento deles e fiquei esperando a princesinha aparecer. Foram três longos e tediosos dias de espera. Parecia que ela tinha tomado um chá de sumiço. Mas em uma noite, enquanto eu tocava uns acordes no meu baixo-machado ela saiu não-sei-de-onde com um carinha que eu suspeito já ter visto antes"

Marceline sorriu maliciosamente enquanto acompanhava com os olhos Jujuba caminhar ao lado do Mordomo Menta. Marceline colocou seu baixo-machado nas costas e seguiu as duas figuras.

"Eu não sei como uma princesa como ela consegue chamar aquelas bananas gigantes de guarda. Eu não precisei nem encostar neles para que me deixassem passar, foi só dizer que era amiga de anos da princesa que eles abriram as portas"

- Mas como você passou pelos meus guardas?

- Eram seus guardas? - Marceline riu sarcástica - Me desculpe então, vai ter que recutrar novos.

- O que você quer aqui?

Marceline flutuava como um fantasma ao redor de Jujuba, talvez para intimidá-la, talvez para conhecer o lugar.

- Esse lugar tá meio caído para uma princesa. - Marceline olhava com desdém - O que é isso? - ela pegou uma pedra negra com pontos brancos da estante da princesa que fez questão de tomar da mão de Marceline.

- Uma pedra da lua, não toque nisso!

- Nervosinha você, hein? - a vampira riu mais ainda.

- Eu só quero saber o que você veio fazer aqui.

Marceline flutuou para outro lugar enquanto Jujuba colocava sua pedra da lua no lugar.

- Bom, vamos aos fatos. Você criou uma armadilha para mim, me prendeu em uma rede, depois me perseguiu, atirou redes em mim - Marceline contava nos dedos enquanto falava - e isso não foi legal.

- O que você queria que eu fizesse? Você atacou um dos meus cidadãos!

- Não seja tão dramática princesa! A propósito, qual é o seu nome?

Jujuba caminhou para o seu criado-mudo deixando a pergunta de Marceline no ar. Ela abriu a gaveta e olhou algumas coisas até achar o que queria. Ela pegou uma pasta amarela e jogou-a em cima da mesa, na frente de Marceline, que a olhava curiosa.

- Tá vendo isso? - Jujuba tirou da pasta uma foto e praticamente a esfregou na cara da vampira - Essa é a Moranguinho, a cidadã que você atacou.

Marceline se aproximou da foto que tinha um morango branco com calda de chocolate por cima rindo.

- Ela parece bem para mim. - Marceline disse com indiferença.

- O quê? - Jujuba abriu bem os olhos - E quantos morangos brancos você já viu na sua vida? Hein? - ela empurrava a foto para Marceline criando uma espécie de barreira entre elas, já que a pálida vampira tentava conversar com Jujuba, mas a foto atrapalhava seu campo de visão.

- Para com isso! - Marceline gritou afastando a mão da princesa. - Presta atenção ou princesa sei lá do quê, eu não quero fazer mal ao seus - Marceline fez aspas com dedos - cidadãos, mas eu sou uma vampira faminta e preciso me alimentar, e eles tem algo que eu preciso.

- Doce?

- Não, vermelho. Por falar nisso, você... - Marceline se aproximava de Jujuba como uma onça se aproxima da presa.

- O q-que tem eu? - Jujuba se afastou até ser encurralada numa parte da sua tenda.

- Você é o meu tipo...

Uma expressão de horror tomou conta de Jujuba. Ela pensou em gritar, mas quem poderia ajudá-la? O povo doce iria explodir se soubesse da intrusa, Mordomo Menta deveria estar bem longe cuidando de outras coisas e os Guardas Banana, bem... eram os Guardas Banana. Ela fechou os olhos com força e virou a cabeça para o lado. Podia sentir a respiração quente de Marceline contra seu rosto. A língua da vampira estavam a poucos centímetros do seu queixo, mas ela podia pressenti-la em sua pele. Jujuba não tinha nada para se defender e parecia que ninguém ia aparecer para salvá-la. Em um gesto desesperado ela gritou:

- Eu posso te ajudar Marceline! Eu posso curar seu vampirismo!

Marceline se afastou. Percebendo que seu plano tinha dado certo, Jujuba abriu os olhos aliviada.

- Curar?

- Sim! - Jujuba respondeu empolgada - No meu laboratório eu tenho bastante equipamento para criar uma cura para sua maldição. Se você me deixar te ajudar eu posso... Marceline?

A vampira começou a se afastar devagar da princesa que parecia entretida demais na ideia de cura.

- Não se aproxime de mim de novo ou eu vou sugar todo esse rosa da sua cara.

- Marceline espere...!

Jujuba só teve tempo de encostar no tecido da calça rasgada de Marceline antes que a mesma desaparecesse da sua barraca. Jujuba ainda correu para procurá-la, mas não viu mais nada além de fogueiras e alguns doces conversando.

"Esse tempo todo eu vivi isolada das pessoas achando que meu problema não tinha solução. Agora aparece essa garota dizendo que pode me curar. Ha! Até parece. Mas e se realmente tiver cura? Será que eu ainda poderia ter uma vida normal com amigos, uma família ou coisa assim? Eu odeio essa garota"

Candy Girl (Bubbline)Onde histórias criam vida. Descubra agora