JUJUBA: Procura

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"Marceline..."

Jujuba se recostou na sua cadeira com o fundo da caneta entre os dentes e o diário em seu colo. Distraída em suas memórias recentes ela buscava palavras para descrever Marceline. Ela era um monstro que ameaçava as redondezas ou a garota debochada que invadiu seu quarto? De onde ela vinha? Qual a história dela? Ela podia representar um perigo? Talvez fosse melhor desenhar. Jujuba virou a página na qual já tinha escrito o nome da vampira e encostou a ponta da caneta no papel. Tudo que veio a sua mente foi uma nuvem negra, e como a sua disposição só haviam canetas rosa, lilás e azul era impossível retratar o que ela queria.

"Tudo nela é negro. Os cabelos, os olhos, as roupas, a cortina de fumaça que ela apareceu e desapareceu. Ela é como uma noite sem lua. Tudo nela lembra escuridão. A pele pálida e a língua vermelha são as únicas coisas que se destacam em meio a todo preto. Mas mesmo assim ela não me pareceu assustadora. Era como se ela quisesse que todos a vissem dessa forma"

- O que será que você esconde Marceline? - ela comentou ainda absorta.

- Madame? - Menta interrompeu seus devaneios.

- Sim?

- A sua mochila já está pronta como me pediu.

- Obrigada Mentinha.

- Deseja mais alguma coisa?

- Sim! Eu preciso que você vá a biblioteca da Princesa Tartaruga e consiga todos os livros que falem sobre vampiros que existam em Ooo.

- Sim, senhora.

Jujuba pegou a mochila que Menta havia colocado no chão do laboratório e já ia saindo quando lembrou-se de algo importante.

- Ah, Mordomo Menta - ele a olhou diligente - eu preciso também que você me arrume uma caneta preta.

◇◇◇

Jujuba caminhava pela floresta com uma enorme mochila nas costas, concentrando toda a atenção em um aparelho eletrônico retangular nas suas mãos. No visor verde escuro com linhas brancas na horizontal e vertical, se destacava um ponto vermelho piscante.

Não era por acaso que Jujuba tinha acordado bem cedo naquela manhã vestido seu short rosa, um suéter branco com listras, seu boné azul e sapatos próprios de caminhada para se aventurar na floresta de Ooo.

"Eu sei que isso pode parecer um pouco errado, mas enquanto eu ajeitava a pedra que a Marceline tinha pegado da minha estante, aproveitei para pegar um nano rastreador que eu desenvolvi e coloquei no bolso do meu short aproveitando sua distração. Antes que ela pudesse desaparecer eu grudei o rastreador na barra na sua calça. O que posso fazer? Era necessário"

O aparelho por fim indicou que a princesa estava a pequenas polegadas de distância do seu alvo. Ela levantou a cabeça e se deparou com uma enorme árvore cujo os topos a princesa teve dificuldade de visualizar por causa do sol. Progressivamente ela foi descendo os olhos até identificar uma entrada. Guardou seu equipamento na mochila e inspirou o máximo de coragem que conseguiu.

Impulsionou a porta sem muito esforço. Um rangido apavorante foi ouvido. Ela adentrou o local de baixa iluminação e espaço considerável. Por mais que tentasse ser cautelosa, o chão de madeira possivelmente estava entregando sua posição. Mais a frente havia uma escada que ela concluiu dar para o primeiro andar já que uma luz solar iluminava o que é que estivesse lá em cima. Sempre cautelosamente ela subia as escadas.

Marceline estava de costas para a entrada, flutuando de pernas cruzadas com o que parecia ser um baixo ou guitarra nas mãos e um caderno de capa vermelha no chão. Jujuba terminou os degraus e observou a vampira dedilhar algumas notas ao mesmo tempo que cantava.

Se tornar eu pode apenas significar

Sentir medo de respirar

E se você me deixar, então eu terei medo de tudo

O que me deixa ansiosa, me mantém paciente, me acalma

Me permita encarar isso, me deixe dormir, e quando eu acordar

Me deixe respirar

"Definitivamente Marceline não era um monstro. Ela precisava de ajuda"

Candy Girl (Bubbline)Onde histórias criam vida. Descubra agora