Capítulo 6: Dentro do avião

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A viagem foi muito cansativa... Mas já estava na Holanda, ainda me lembrando dos momentos tristes de dentro e fora do avião...

-Se você não tivesse feito escândalo, sua mãe poderia ter vindo até aqui. -Artur disse irritado, querendo me dar lição de moral enquanto íamos para o aeroporto.

- Se você não existisse, eu estaria com a minha mãe e não precisaria estar aqui. - disse duramente, sem notar o quanto minhas palavras poderiam machucar.

- Eu sinto muito, princesa, mas assim como a senhorita, eu não pude escolher o meu futuro, apenas aprendi a ser grato pelo que tenho ganhado. Isso ajuda a vida a não ser tão amargurada e principalmente você, ninguém quer uma esposa assim.

Apenas nesse momento me dei conta de que, se eu, que cresci longe dos "meus pais", não tive escolha de nada, imagine alguém que cresceu daquela forma?

...

Quando entramos no avião, havia alguns papéis sobre uma mesa. Eu nunca tinha andado de avião, mas era nítido que aquele não era um comum, como as pessoas costumam voar.

- O que é isso? - perguntei, apontando para os papéis.

- Isso são as clausuras do nosso casamento e as leis dos nossos países.

- Eu não vou seguir nada do que está escrito aqui, a menos que já seja normal no meu cotidiano.

- Eu acho que a princesa ainda não entendeu que não tem mais vontade própria.

- Engano seu, aliás, seu e de todos os que pensaram que o Brasil era o melhor lugar para criar uma pessoa submissa e sem vontade própria. E eu já pedi para não me chamar de princesa e, já que você é meu "marido", por que não me chama pelo nome?

- Eu não posso chamá-la pelo nome.

- Por quê?

- Está tudo escrito aqui. - Ele pegou os papéis e me entregou.

Eu li todas as regras e não acreditei que aquilo poderia ser real, as regras eram absurdas. Artur só poderia me chamar pelo nome após consumarmos o casamento, mas para a minha surpresa e alegria, isso não poderia acontecer tão facilmente...

Uma Rainha sem CoroaOnde histórias criam vida. Descubra agora