Capítulo 58: A dor que fere a alma

282 27 4
                                    

-eu não sei quanto tempo vamos ficar aqui, o rei às vezes passa dos limites. - Artur me respondeu.

-mas ele é seu pai, você precisa ter paciência com ele, fora que ele pode te matar fácil. - disse sem pensar.

-ele não é meu pai. -Artur me disse serio.

-claro que é não deixe a mágoa fazer isso com você. -tentei tirar aquele pensamento de Artur.

-Alice, ele literalmente não é o meu pai! -Artur disse ainda mais serio.

Foi quando eu percebi que aquilo não era apenas palavras ditas na hora da raiva.

-como assim? -perguntei.

-eu descobri faz pouco tempo que ele não é meu pai. -Artur pareceu não querer entrar em detalhes.

-e a rainha, é realmente a sua mãe? - perguntei.

-sim, mas são tantas mentiras que fica difícil entender de verdade o que aconteceu.

-eu sinto muito, será que o rei sabe?

-pelo mono como me trata você ainda duvida?

-não havia pensado nisso, mas não temos nada de concreto né?!

-não.

Não falamos mais nada, mas eu sabia que Artur estava machucado na alma.

Nós acabamos pegando no sono e só acordamos no dia seguinte com uma flecha de luz do sol incomodando os nossos olhos.

-eu acho que amanheceu. - disse tampando o meu rosto.

-parece que sim, é melhor nos vestimos, vai que o rei aparece aqui ele já é encantado o suficiente por você com roupa.

-concordo com você. -respondi.

Levantamos e nos vestimos, passamos à manhã toda esperando o rei nos chamar, mas isso não aconteceu...

Somente à noite o chefe da guarda nos soltou.

-o rei quer vê-los. -ele disse enquanto nos tirava dali.

-tudo bem, vamos para o quarto tomar um banho e iremos à presença do rei. -Artur disse.

-o príncipe não entendeu, o rei quer vê-lo agora! - disse o comandante.

-dessa forma?- Artur apontou para si mesmo.

-foi o que ele disse senhor.
- o comandante era pulso firme.

Artur me olhou. - vamos?

Eu segurei em sua mão lhe dando forças. - vamos!

...

Fomos à presença do rei que não gostou nada ao nos ver de mãos dadas, até parecia que ele sabia o que aquilo significava.

-olha só como vocês ficam bem juntos. - o rei se levantou. -espero que tenham aproveitado a noite. - rei mediu Artur de baixo a cima.

-ela foi bem proveitosa majestade.
- Artur respondeu sorrindo.

-que bom, sabem eu já estou cansado disso. - o rei se sentou impaciente. - da próxima vez não colocarei ninguém na cela, eu vou matar vocês.

-com a permissão para falar, senhor, eu acredito que o rei não queira criar uma guerra com o meu país, o que ira acontecer caso a filha do rei seja morta não acha?- respondi ao rei rapidamente.

-a princesa tem razão. - ele apontou para mim. -então isso significa que Artur precisa de uma mulher para defende-lo. - ele olhou para Artur. -ser seu pai é a minha maior humilhação.

Uma Rainha sem CoroaOnde histórias criam vida. Descubra agora