- A princesa achou que ficaríamos aqui? - Artur me perguntou ironicamente.
- Sim, e por que você ainda está me chamando de princesa? Isso aqui é uma festa de casamento. – Apontei para o salão da festa, irritada.
- Não é assim que as coisas acontecem, eu já expliquei e a senhora leu a lei.
- A lei dizia que, se o príncipe vencesse o duelo, o que não aconteceu. - disse contrariada. - E se casasse com a princesa... - eu me calei.
- E eles se tornassem um, então o príncipe teria o direito de chamá-la pelo nome. - Artur completou a frase friamente sem olhar para mim.
- Eu limpei a garganta. - Tinha me esquecido da última parte.
- imaginei. - Artur arqueou uma das sobrancelhas, mas ainda assim não me olhou.
Eu não disse mais nada e Artur também não se esforçou para conversarmos, aliás, acredito que ele tenha gostado de me ver em silêncio. O que me doía, já que em silêncio eu só tinha vontade de chorar por tudo o que estava acontecendo.
- Está na hora dos noivos se retirarem. - o rei anunciou.
Meu coração disparou mais rápido do que a velocidade da luz, eu não imaginava que isso aconteceria, muito menos que ele gritaria para todos ouvirem. Artur pegou em minha mão, ficando de pé. Eu queria saber se ele não tinha sentimentos. Eu estava toda vermelha e sentia o calor em minhas bochechas, fora as pernas tremendo. Ele foi caminhando em direção à porta de entrada do castelo e todos olhavam estranhamente para nós dois, alguns faziam comentários com as pessoas que estavam à sua volta.
Assim que entramos no castelo, Artur se mostrou um pouco apreensivo. Subimos para o meu quarto e ele errou a porta duas vezes. Eu pude perceber que ele estava tão nervoso quanto eu. Mas acabamos achando a porta certa.
- Eu não sei por que você está tão apreensivo? - Tentei parecer calma.
- Quem está apreensivo? - ele se assustou com a minha voz.
- Você não vai tocar em mim. - disse firmemente, mas com medo da reação dele.
- Ele me segurou forte pelos meus braços, me levantando. - Se eu quiser fazer alguma coisa com a princesa, não terei dificuldade nenhuma de conseguir, já que a princesa não tem tanta força assim. - Ele me soltou. - Mas, não se preocupe, eu não irei te forçar a nada, aliás, a princesa me faz um favor, não querendo nada comigo.
- Me segurei para não chorar. - Você é um bruto! - passei a mão em meus braços que estavam avermelhados.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Rainha sem Coroa
RomanceMeu nome é Alice, cresci em São Paulo, um dos lugares mais especiais do mundo para mim. Fui criada em uma família bastante tradicional, com mãe, pai e uma irmã. No entanto, recentemente, descobri algo que transformou minha vida de maneira radical: f...