Artur entregou os documentos do carro e a sua carteira de motorista.
-falta o passaporte. - o guarda disse.
-leia os documentos meu senhor.
O guarda assim o fez, eu estava no banco de trás coberta por um pano muito quente com apenas uma fresta de ar que me possibilitava ver pouca coisa.
-me desculpe senhor, foi engano meu. - o guarda disse.
-peço descrição e que não anuncie que estou aqui, foi um pedido sigiloso entre os responsáveis dos países.
-tudo bem senhor, pode seguir, boa viagem. - o guarda entregou os documentos.
Artur pegou os documentos e saiu o mais rápido que pode.
-essa foi por pouco. - Artur respirou fundo. -não se levante ainda, não acabamos de atravessar a divisa.
-eu nem quero me levantar mesmo. - disse com sarcasmo.
Nós viajamos por mais cinco horas até Artur parar em mais uma mata.
-serio?!- disse indignada. -mais mato?
-é necessário, para a nossa própria segurança. - Artur pegou uma das malas e fechou o carro.
Artur saiu andando e eu o seguia.
- quanto tempo nós iremos ficar aqui? – perguntei.
-vamos passar a noite, um pouco mais para dentro tem uma chalana, ficaremos nela essa noite e sairemos de madrugada. - ele me disse enquanto abria o caminho mata adentro.
-não era melhor seguirmos viagem?- disse tentando não passar a noite naquele lugar.
-seria o ideal, mas eu estou cansado e você não pode dirigir. - Artur segurou a minha mão para pular por cima um tronco.
-olhei para Artur. - por que eu não posso dirigir? - pulei em seus braços.
Ele me segurou pela cintura. -primeiro por que você fez dezoito anos e já saiu do Brasil, nem tempo de tirar a carteira de motorista você teve. -ele olhou para mim me colocando no chão. Você sabe dirigir?
-olhei arrependida de pergunta aquilo. - não. -disse seca.
-viu? E outra você não poderia de qualquer maneira, eu sou livre para ir onde quiser. -Artur fez entre aspas. -mas você sempre foi vigiada por onde quer que fosse.
-jura? - disse sarcasticamente.
-você acha que sabe o bastante sobre meu pai, meu amor ele colocou uma câmera no nosso quarto e outra no banheiro. -Artur disse naturalmente.
-olhei sem entender para Artur. - e você sabendo disso fez o que?-o encarei.
-eu tirei as câmeras e joguei aos pés dele, não tinha mais nada que poderia fazer. - ele deu os ombros.
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Uma Rainha sem Coroa
RomansMeu nome é Alice, cresci em São Paulo, um dos lugares mais especiais do mundo para mim. Fui criada em uma família bastante tradicional, com mãe, pai e uma irmã. No entanto, recentemente, descobri algo que transformou minha vida de maneira radical: f...