Capítulo 9: A dor do povo

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Fomos anunciados para o rei e ele deu a permissão para que entrássemos. Assim que entrei na sala particular do rei, a rainha, minha suposta mãe, saiu correndo ao meu encontro e me abraçou forte. Eu não queria, mas não tive como resistir a um abraço que passava tanta sinceridade como o dela e a abracei de volta um pouco menos entusiasmada.

O rei esperou pacientemente sua esposa me soltar e também me abraçou. Pude perceber que ele segurava o choro e posso compreender o porquê.

- Como você cresceu e está tão linda, minha princesa. - A rainha passava a mão em meu rosto.

Eu não sabia o que dizer e nem que reação tomar, então preferi ficar em silêncio.

- Ela deve estar assustada, meu amor, tudo é muito novo para ela.

- Certamente é isso, rei. - Artur respondeu. Desde que conheci a princesa, acredito que ela tem passado por muita coisa. - Artur tentou me defender.

-Por isso mesmo que eu marquei o banquete para somente daqui a três dias, assim ela terá o tempo suficiente para nos conhecer melhor e as nossas leis também. - O rei disse, muito satisfeito com a sua ideia.

- Respirei fundo. - Leis? Bom, eu vou deixar uma coisa bem clara aqui e, se perecer, pereci. Eu não preciso e nem irei aprender lei nenhuma, não fui criada assim e não vou me educar agora desse modo. Se os senhores quisessem que a sua filha tivesse a educação da Holanda ou de qualquer lugar que seja, os senhores mesmo deveriam tê-la criado e não ter mandado ela para um país completamente diferente e com uma serva, ou seja, lá como vocês chamam.

- Eu entendo a sua dor, filha, mas não diminua a nossa. Eu e sua mãe fizemos o que era melhor para você e para o reino, não poderíamos deixar você se tornar uma nobre soberba. Você precisava entender a dor do povo e não há nada melhor do que ser criada por ele e no meio dele, mas nunca lhe faltou nada. - Rei disse serio, pude sentir em suas palavras a decepção. 

Uma Rainha sem CoroaOnde histórias criam vida. Descubra agora