CAPÍTULO 3-SANTIAGO HENRIQUE VIDIGAL-COMERCIANTE

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A Padaria Divina Massa  estava uma loucura, como sempre!

Domingo de manhã era sempre aquele alvoroço, todo mundo correndo para garantir o pão da manhã e o lanche da tarde, visto que o comércio fechava ao meio-dia.

Santiago, o dono do estabelecimento,  decidiu ajudar os funcionários a atender os fregueses, para aliviar para todo mundo. "Seria o frio que aumentara tanto o apetite do povo?", pensou.

Alto, forte, 40 anos, pele clara, olhos claros e cabelos castanhos. O rosto estava sempre bem barbeado, os cabelos bem penteados e mesmo sendo o dono, ele, a exemplo dos funcionários,  também usava a camisa branca com a logomarca da padaria. Era casado, pai de três filhas. Sério, responsável, carinhoso, sensível, trabalhador e fiel à esposa.

_Querido, a gente já está indo pra casa da mamãe._avisou a esposa lhe dando um beijo leve nos lábios._Veja se não chega muito tarde ou a lasanha vai esfriar. Você sabe que  se requentar não será a mesma coisa.

"Lasanha de novo", ele suspirou resignado sem que a esposa visse. Ela não podia ver que ele já estava cansado do mesmo cardápio todos os domingos. Era a especialidade da mãe dela, receita passada de geração a geração...todo mundo gostava...ele também gostava...mas seria bom variar de vez em quando.

Camila, 38 anos, sua esposa amada, fiel, companheira e mãe perfeita merecia que ele fizesse aquele sacrifício pela sogra.

_As meninas disseram que vão preferir ir com você, amor._completou Camila antes de sair._ Tchau.

Ele sabia que as filhas procrastinariam até o último momento para irem com os pais almoçar na casa da avó.

Ele não podia repreendê-las...se ele pudesse, se não fosse ofender a sogra e mesmo a esposa...ele também não iria.

O cheiro adocicado e enjoativo do perfume da avó (odor de rosas) tresandava pela casa...nas cortinas, nos estofados, nas roupas de cama...até na lasanha que ela fazia!

A filha mais velha,  Cristina, 17 anos, preferia poder ficar em casa para se preparar para fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Ela pretendia fazer veterinária e estar na faculdade no ano seguinte.

Lúcia, a filha do meio, 15 anos, também preferia ficar em casa por mais tempo a fim de ler as pilhas de livros que ela já separara para ler durante aquele ano. Tinha a mania de se cobrar a ler, pelo menos, um livro por semana e se orgulhava quando ultrapassava esta cota.

Finalmente, Angélica, a filha caçula, 13 anos, a adolescente rebelde que estava fissurada no celular novo que ganhara no aniversário. Ele insistira em presentear a filha atendendo ao seu desejo, afinal, tirara total em todas as avaliações bimestrais e merecia um prêmio. A mãe fora contra, já adivinhando o que iria acontecer e que realmente aconteceu: a garota agora não se  desgrudava do aparelho.

_Se piorar nos estudos, vai ser culpa sua, Santiago! Pra que dar um celular desses para uma menina de 13 anos? O outro estava tão bom!

_Pra ela ficar feliz e continuar estudando, tirando boas notas, sendo a primeira aluna da sala..._os argumentos dele não convenceram.

Ele admitia que os amigos estavam certos: ele tinha que se orgulhar por ter um "harém" em casa, brincavam. As quatro mulheres de sua vida eram todas altas, todas magras, todas lindas, olhos claros, todas com cabelos castanhos compridos e anelados e delicadas sardas em volta do nariz. Ao lado da mãe, pareciam ser todas irmãs, ele reconhecia orgulhoso da família que tinha.

As três garotas haviam inventado de usar aparelhos, coisa que ele não entendia, pois já soubera que era algo incômodo demais, uma tortura, mas, era a moda...estavam na era dos dentes brancos e perfeitos? Então que ele se matasse na padaria pra pagar  a manutenção dos três aparelhos. Tudo bem, Camila também ajudava a pagar, pois julgava ser importante que as filhas percebessem o esforço dos dois para que tivessem dentes perfeitos! Surpreso ficou quando também Camila inventou que precisaria usar aparelho também!

EM PRIMEIRO LUGAR...NÓS TRÊS!-Armando Scoth Lee-romance espírita gayOnde histórias criam vida. Descubra agora