1.0.3 - Estrela

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Capítulo 3 - Estrela:

"Por que começar uma prova se não sabe nem mesmo o seu nome?"

Assim que SeungCheol sai do chalé, observa que, diferente da noite do seu casamento, está fazendo frio e nevando.

Acha estranho essa mudança climática de repente. Anda mais um pouco afastado do chalé e então olha para o chão.

- Muco azul na montanha de fogo? - rastros desse tal muco são encontrados acima da neve.

Segue esses rastros até sentir tontura. Tontura essa que vem de repente o deixando de joelhos.

Ouve várias vozes o chamando. Algo estava errado e ele tenta se lembrar dos seus estudos sobre feitiçaria/bruxaria. Queria saber o que estava causando essa tremenda dor de cabeça.

Até que sente algo balançar dentro da sua jaqueta e põe a mão dentro do bolso dessa. Ao tirar vê um pano enrolado, abre e lá encontra o muco, galhos pequenos de uma árvore velha e folhas de erva doce. Tudo causando um cheiro insuportável no olfato do alfa. 

O Choi só não desmaia porque pensa rápido e enterra aquele pano bem fundo na neve, onde tira suas unhas para cavar.

Sua respiração, antes falhada, começa a se normalizar, e o frio se desfaz, junto a neve que desaparece.

Suas mãos, unhas e joelhos estão sujos de mato e terra.

- Bruxaria da ilusão? Quem faria algo assim?

Um dos principais motivos de SeungCheol ter passado mal, é exatamente dele ser da alcatéia do Sol de Fogo do Norte. Alcatéia muito sensível ao frio e a água. Quando atacados por trás sem ter preparo psicológico para a batalha, pode ser derrotada de uma maneira certa.

A alcatéia mais forte e agressiva, pode ser pequena, mas é porque as outras o pedem ajuda nas guerras por serem destemidos, assim perdendo soldados.

SeungCheol volta irritado para o chalé, na mente que quem só podia ter feito isso era JeongHan. Adentra batendo a porta com força, sente o cheiro do ômega vindo da cozinha. Onde sente o cheiro também de algo que lhe deixa calmo.

- Salmão com nozes? - pergunta adentrando o cômodo causando um susto no ômega.

- Uhum... - o outro responde seco terminando de cortar as batatas para cozinhar - Não achei carne de carneiro, então resolvi fazer com salmão já que você também gosta.

- Como sabe que... - o alfa ia perguntar, mas lembra do seu atual foco ali - Esqueça. Olha, foi você que fez uma bruxaria da ilusão? Tenho certeza que foi, a única pessoa que ficou próxima o bastante de mim para colocar aquela porcaria na minha roupa.

- Não faço feitiçaria, bruxaria, nem sou permitido usar meus poderes por serem mestiços. -  JeongHan responde calmo virando para o alfa - Tem certeza que não colocaram na sua roupa antes de você sair da aldeia?

Naquela possibilidade ele não havia pensado, está acusando o ômega sem ter provas. Aquilo o deixa irritado, odeia estar errado.

- É provável. Droga! - da um murro no mármore que acaba rachando, por sorte não quebra por completo - Mas... Me conte mais sobre seus poderes.

- Por que eu deveria? - volta a fazer o que planejava para o jantar. Coloca as batatas no caldo do salmão e tampa a panela a vapor.

Lava suas mãos e planeja passar pelo alfa até que seu braço é segurado.

- Não podemos ter uma conversa de esposa e marido? Ômega e alfa? Para nos conhecermos melhor, sem brigas, por favor. - tal pergunta pega JeongHan de surpresa, mas ele não está disposto a facilitar, mesmo surpreendido com o "por favor" do alfa. Então, nega com a cabeça enquanto sorri travesso.

- Não lhe considero meu marido e nem meu alfa, Choi SeungCheol.

O supremo suspira e larga o braço alheio. O moreno platinado continua seu caminho em direção ao quarto, onde toma uma ducha fria pelo calor que sente.

Após o banho, o ex-Jeon sai do banheiro sem toalha, havia trancado a porta e se enxugado no banheiro do quarto.

Ruma até a cômoda e de lá tira seus cremes de pele. Passa todos em cada parte do seu corpo, massageando devidamente os locais, como sua Omma ensinou.

Não molhou o cabelo por saber que não teria lugar onde ligar o secador. O chalé é livre de tomada para os casais se aproximarem sem aparelhos eletrônicos atrapalhando. Apenas a geladeira e o fogão eram ligados a tomada.

Desce as escadas depois de vestir uma roupa adequada para a noite que chega. Não teve sinais do alfa na sala nem na cozinha. Da de ombros e vai arrumar a sala de jantar.

- Um mistério veio até mim. -  começa a cantarola uma música que sua mãe cantava para si - Com o rosto de um anjo, seu calor. - o ômega sempre teve um gosto para cantar quando se encontra sozinho - O único que te ama... - mas ele não está sozinho - Que fica do seu lado... - SeungCheol observa o esposo cantando do batente da entrada da cozinha - Sou eu?

JeongHan se assusta com a presença do alfa ali. Não esperava que o outro o visse cantando, muito menos esperava que o outro estivesse sem camisa e todo encharcado.

- Onde estava?

Não está preocupado com o alfa, apenas queria saber o porque dele ter chegado assim no local.

- Nadando numa cachoeira perto daqui. - passa a mão entre seus cabelos.

JeongHan fixa o olhar com o estado do outro, mas logo manda tais pensamentos de luxúria para longe e suspira, voltando a sua atenção a mesa já posta.

SeungCheol sorri, havia pensado na declaração do outro, e já que estava disposto a negar ser seu esposo... O alfa está disposto a fazê-lo repensar na ideia. A fazer - o atual - Choi JeongHan cair aos seus pés, de um jeito sexual e submisso.

- Vá tomar banho para jantar.

O alfa não nega o mandado. Admite para si mesmo que foi um mandado.

O jantar se passa silencioso e tranquilo. Mesmo com o rosto do SeungCheol vermelho de raiva por ter suas roupas ainda na mochila, e um ômega travesso segurando o riso com a expressão do outro.

Não sabe nem o porquê de ter feito uma das comidas preferidas do alfa. Mas fazer o que? Aprendeu a fazer apenas o que o alfa gosta.

O que não está sendo tranquila, era a madrugada. A marca no pescoço de JeongHan o fazia querer abraçar o Choi, mas se contia ao máximo. Maldita marca daquele alfa.

Na manhã seguinte, como está acostumado, o ômega acorda cedo e vai tomar banho. Enquanto passa seus cremes logo após sair do outro cômodo, não percebe SeungCheol acordando aos poucos.

O moreno observa JeongHan por trás, e nisso vê que no lombo há uma tatuagem. A estrela do mundo.

Tal estrela era separada em 5 partes com suas pontas, como foi dividido a terra. A ponta superior é a região do espírito; a direita superior a região da água, a direita inferior a região do fogo; já a ponta esquerda superior é a região do ar e a inferior da terra. Dividida pelos elementos como as aldeias. A direita do sol e a esquerda da lua.

A tatuagem de JeongHan é colorida. No centro branco. O espírito preto, a água azul, o fogo vermelho, a terra verde e o ar amarelo.

Para de olhar aquele símbolo - junto ao corpo do ômega - e vira de lado.

O Líder Da AlcatéiaOnde histórias criam vida. Descubra agora