Capítulo 6

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Camila POV

A insônia nunca foi uma companheira insistente e inconveniente em minhas noites de sono, mas, naquela noite, em particular, ela parecia tentada a me acompanhar, um cochilo rápido e logo me via rolando na cama daquele jato particular pelo que pareceram longas horas, embora fossem poucos minutos. Busquei juntar um dos travesseiros sobressalentes sobre o rosto, tentava dormir outra vez, mas eu já havia sido tirada dessa dádiva, e nada restou a não ser rolar pela cama pra lá e pra cá.

Bufo irritada.

Minha ansiedade estava pulsantemente frenética e eu não conseguia dormir.

Minha ansiedade estava pulsantemente frenética, por saber que faltava poucas horas para enfim pousarmos no que seria meu novo lar e país.

Joguei o edredom pesado que me cobria de lado, igualmente, com os travesseiros que me rodeava e vesti o meu aconchegante casaco de moletom amarelo que se fixava pendurado sobre a maçaneta fria do pequeno e abarrotado guarda-roupa daquele não tão pequeno quarto em que eu estava, e, em seguida, calcei as quentinhas pantufas de unicórnios e saí quarto afora.

Um delicioso Chá de Camomila seria um excelente relaxante para cessar minha ansiedade e nervosismo daquela noite, e assim, usufruir daquela consagrada bênção que era dormir.

— O que está fazendo? – Perguntei para a morena de olhos verdes, quando adentrei a cozinha do jato particular. O susto foi imediato. Com as mãos sobre o peito, e a respiração ligeiramente afetada, assisti uma Lauren trêmula despejar o líquido amarelinho pela superfície central da xícara. – Assustei você?

— Não, imagina. Só achei que você era o capiroto parado na porta de uma mini cozinha, de um jato particular, à uma da manhã, coisinha boba. – Sua rouquenha voz tinha um quê de divertimento e ironia.

— Desculpa. – Pedi sincera. – Só não esperava encontrar alguém com a mesma ideia que eu.

— Não, tudo bem. – Lauren forçou um sorriso, ainda se recuperando do susto. – Sempre tem um, ou outro assaltando a geladeira na calada da noite. A insônia é um mal comum, pelo menos pra mim é.

— Bem, pelo menos eu não sou a única.

— Aceita chá? – Lauren ofereceu compassiva.

— Claro! É por isso que vim aqui. – Ela assentiu, despejando o líquido amarelinho e adocicado pela superfície central de uma outra xícara e moveu a xícara ali assentada, no balcão, a mim. – Obrigada. – Agradeci cordial, bebendo um gole generoso do Chá de Camomila morninho.

— Quer falar a respeito? – Lauren perguntou, levando a xícara a altura dos lábios.

— Nem saberia por onde começar. – Suspirei, cansada.

— Tente. – Lauren me incentivou.

— Primeiramente, sua irmã é uma babaca. – Falei sem rodeios, bebendo um pouco do Chá de Camomila, enquanto Lauren nada respondeu. – Sem ofensa.

— Tudo bem, não é ofensa. Seu comportamento causa esse feedback nas pessoas. – Falou sincera.

— Segundamente, idiota é um adjetivo que fica bem pequeno nela.

— Não culpo as pessoas e você de pensarem assim. S/N não faz nada para querer mudar isso. Ela se tornou uma especialista em afastar as pessoas, agindo da forma mais desagradável possível até levá-las ao limite, depois daquele atentado. – Lauren comenta, sem se preocupar em esconder a tristeza na voz.

— Esse é o problema, Lauren. Apesar dela agir como uma verdadeira filha da mãe, eu fico tentada a me aproximar cada vez mais dela, mesmo quando cada nervo do meu corpo exige para que eu me afaste dela. – Confesso o que estava entalado pra ela.

CROWN ( Camila/You G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora