Capítulo 30

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Camila POV

Levei o copo de chocolate quente aos lábios. Meu corpo ainda tremia um pouco, mas já conseguia sentir todos os membros. Graças ao Marido de Antonela e seus filhos que ouviram meus gritos de socorro estávamos vivas agora, senão poderíamos estar bem encrencadas agora. Mais galhos poderiam cair nela e... Ah! Deus! Gemi e me levantei de novo. Não consigo me imaginar em um mundo onde ela não esteja mais. S/N e eu fomos atendidas, prontamente, assim, que chegamos no posto médico perto daquela região. Fiz alguns exames médicos, enquanto há mais de uma hora S/N estava na enfermaria. Parece que o ferimento apesar de feio, não foi tão profundo de acordo com o enfermeiro que veio me tranquilizar ainda há pouco.

— E-ela está bem? – Meu tom foi abertamente frágil, quando me aproximei da sua cama de hospital. S/N dormia pacificamente. Havia um grande curativo abaixo das suas costelas e um pequeno curativo na sua cabeça do lado direito. A médica abriu um pequeno sorriso gentil.

— Sim, está. Mas poderia ter sangrado até a morte se não fosse encontrada a tempo, princesa. – Revelou e eu estremeci de novo com a mera possibilidade de S/N... Cristo! Não! – Você também teria morrido de hipotermia se não fosse encontrada a tempo, alteza. Ter ficado lá e não ter corrido para chamar ajuda foi muita imprudência da sua parte. – Seu tom foi um tanto acusador agora. Eu sei, fui uma completa idiota quanto a isso. Mas toda aquela aflição que senti quando a vi machucada, sangrando, me paralisaram, eu simplesmente não conseguia deixá-la sozinha, de baixo daquela forte chuva e sangrando. A médica saiu do quarto logo depois, disse que voltaria em uma hora para examiná-la mais uma vez.

S/N POV

Abri os olhos lentamente. Encarei um teto branco. Meus olhos pesavam. Minha mente momentaneamente confusa. Me mexi e senti uma picada dolorosa nas costelas. Dio! Levantei a cabeça para ver melhor o ambiente. Parecia um quarto de hospital. De hospital? Então pousei os olhos sobre uma cabeleira negra sobre o meu estômago. Camila? Ela gemeu, sua mão apertou a minha e só agora percebi que nossas mãos estavam unidas. Não contive um grunhido de dor ao me mexer de novo. Camila levantou a cabeça, seus olhos lindos e sonolentos pousaram em mim. Havia uma sombra de preocupação lá.

— Oi. – Camila sussurrou. – Como se sente? – Levou uma mão ao meu rosto, antes de tocá-lo segurei sua mão e a afastei do meu rosto. Vi quando a dor da minha rejeição tomou seus olhos, antes de vê-la abraçar o próprio corpo e abaixar os olhos.

— Estou bem, acho. – Tentei sorrir, mas a dor aumentou e eu gemi. – Dio! Que dor é essa, afinal? – Seus olhos castanhos se fixaram novamente nos meus. Culpa e arrependimento pesavam sobre eles.

— Você foi atingida por um galho. A médica informou que a ferida não foi profunda, mas você foi ferida, S/N. – Disse num fio de voz. – Nunca mais quero vê-la machucada e me sentir tão... impotente.

— Você foi atrás de mim naquele temporal? – Seus olhos castanhos me prenderam, antes de assentir lentamente. – Por que foi atrás de mim, Camila? Não sabe que só idiotas saem pra fora num temporal desses? – Ela riu. Um sorriso lindo. Encaramo-nos por alguns instantes e eu acabei rindo também. – Você se arriscou por mim. Por que, Camila?

Por que, eu te amo, S/N.

— Isso não importa mais, Camila.

— Está enganada. – Rebateu. – Importa para mim, sempre importou. – Seu tom foi estrangulado.

— Não, não importa, Camila. Você me disse isso naquela fatídica noite.

— Eu menti, S/N. – Sua voz saiu embargada. – Eu só queria feri-la da mesma forma que havia me ferido. – Soluçou baixinho. Lágrimas rolaram nas minhas e nas suas faces.

CROWN ( Camila/You G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora