Capítulo 11

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S/N POV

— John? – Chamei a atenção do homem que me acompanhava.

— Sim, Majestade? – Questionou com a voz neutra.

— Ainda há muitas pessoas aguardando? – O homem de meia idade logo tratou de conferir a lista do dia.

— Apenas mais um, Majestade. – Limitei somente a concordar com a cabeça, logo me lembrando involuntariamente do rosto masculinamente acabado do meu pai em dia cheio, como esse. Não pela carga explosiva ao longo do dia à sua frente, era muito mais pela carga emocional que recebia ao longo dele. Apesar de, eu tentar amenizar o máximo a vida sofrida de uns, ainda, sim, muitas pessoas tinham um histórico de vida bem pesada e sofrida.

Suspirei lamentosa. Logo, um velho senhor, de veste simples e humilde, adentrou o recinto, caminhando timidamente até a mim, brevemente fazendo uma atrapalhada reverência posteriormente.

— S-s-saudações, Majestade. – O nervosismo era perceptível em seu tom de voz. – M-me chamo Hugo S-sánchez. – Hugo apertou o velho chapéu de paia sobre as mãos. – Minha família e eu possuímos uma criação de aves para produção de alimentos, em especial carne e ovos, residimos em Bardófoss. Porém, nos últimos meses temos tido problemas catastrófico na criação. – Fez uma breve pausa. – Já informamos isso aos guardas diversas vezes, como manda a lei, sobre esses furtos, mas eles sempre dão as mesmas respostas vazias "há casos especiais na frente". E eu não sei mais o que fazer, Majestade! Minha família e eu dependemos dessa criação de aves. É o nosso ganha pão!

— Tudo bem, Sr. Sánchez. Entendo sua preocupação. – Falei compreensiva. – John? – Chamei a atenção do homem que estava em pé ao meu lado.

— Diga, Majestade.

— Quero que convoque alguns guardas e os mandes para as áreas próximas da residência do Sr. Sánchez. Eu não quero que eles saiam de lá até que o devido problema esteje solucionado.

— M-muito obrigado, Majestade. Muito obrigado mesmo. – Sánchez disse fazendo uma reverência de agradecimento. Eu apenas sorri para o velho homem que logo foi retirado dali.

— Está livre, Majestade. – Informou John. Concordei, por fim. Levantando-se do trono em seguida, saindo dali.

👑 👑 👑

— Sério? Você tem que pintar as unhas no meu escritório? – Grunhi me contendo a muito custo. – E porque caralhos você está aqui, Daiana? – Rosnei.

— Eu coloquei uma primeira demão hoje de manhã, mas está cor realmente precisa de uma segunda camada, não acha S/A? – Eu odiava a forma que ela me chamava, e odiei mais ainda a forma que foi falada.

— E por causa disso não há problema de feder o meu escritório? – Fechei meus punhos de nervoso.

— Por que está assim, S/A? – A loira perguntou calmamente ao caminhar para trás de mim, iniciando uma massagem em meus ombros. – Você não reclamava, quando o cheiro de sexo pairava no seu escritório, depois de me foder loucamente em cima da sua mesa. – Seu tom foi mais baixo, suave, sexy, no meu ouvido.

— Isso foi antes, Daiana. – Tirei abruptamente as mãos com unhas pintadas de vermelho vivo da loira dos meus ombros, virando-me de frente para encará-la.

— Antes de você comer a princesinha e se apaixonar por ela? – Suspirei levemente irritada com o seu comentário.

— Eu não estou apaixonada por ela, Daiana. – Grunhi irritada, enquanto ela me olhava, como um maldito predador esperando o momento certo para atacar à sua presa.

— Então prove, S/N. – Disse. Suas narinas dilatando. O olhar me queimando, me violentando, deixando claro o que ela queria, avançando devagar, os olhos escuros nunca deixando os meus. – Prove me fodendo aqui e agora. – Mordeu meu lábio inferior, mordeu meu queixo, descendo para o pescoço, cravando os dentes bem no ponto entre o pescoço e o ombro.

— Não, Daiana. – Neguei me afastando dela de novo.

— Uau! Uma foda e ela já tem o total controle sobre você. – Abro a boca para retrucar, mas meu queixo cai quando... Que porra de feitiço aquela mulher colocou em mim? Eu não a quero permanentemente porra! Eu posso sair a hora que eu quiser, foder quem eu quiser. É só a porra de uma boceta como todas as outras caralho! Então por que eu só quero a dela? Não. Ela não importa nada para mim! Nunca vai importar! Nunca! Ela e sua maldita boceta perfeita não me governam! Nunca!

— S/N... – A voz de Camila me trouxe de volta de novo, fazendo-me prender a respiração quando a vi dentro do meu escritório, com uma bandeja de iguarias em mãos. Deus, por que tão bonita?

— Você não costuma bater antes de entrar? – Minha voz soou um tanto ríspida. Seu rosto ficou tenso, mas ela andou até à frente da minha mesa. – Entre aqui sem bater mais uma vez e haverá consequências, princesa.

— Este palácio também é meu. – Sussurrou descrente, desviando o olhar para Daiana que estava sentada em uma das cadeiras.

— Você acha que só porque carrega o meu sobrenome tem direitos sobre minhas coisas? Os meus bens? – Sua expressão avisava que estava se contendo para não quebrar aquela bandeja na minha cabeça. – Se eu digo para não entrar, você não questiona, porra!

— Fodam-se você e suas ordens ridículas S/N! Só porque estamos casadas não significa que eu sou tapete para ser pisada! EU NÃO SOU UM DE SEUS SOLDADOS! – Esbravejou, seus olhos cravados em mim soltando inúmeras faíscas.

— Foda-se, princesa! Coloque-se na porra do seu lugar! – Eu estava irritada mais comigo do que com ela por ter perdido totalmente o controle da situação. – Muito menos pedi por esse desjejum. Eu não preciso da merda do seu cuidado e gentileza, princesa. Guarde-os para quem você ama. Porque pra mim é só prazer, mas nada. – Seus olhos brilharam, se encheram de lágrimas e ela piscou para contê-las. Fui dura, eu sei, mas não havia a menor possibilidade de um relacionamento com ela. Agora era a hora de colocar tudo em pratos limpos. – Já que está aqui há outra coisa que precisa saber. – Ela me olhou de queixo levantado, já recuperada, os olhos castanhos soltando adagas. – Meus tios ficaram chateados por eu ter me casado longe do meu povo. Na Espanha os casamentos reais são tradição. As comemorações duram dias.

— O que exatamente está me dizendo S/N?

— Faremos um baile no sábado. Uma coisa mais íntima apenas para o parlamento, algo em torno de trezentos convidados. – Ela arregalou os olhos.

— Trezentos convidados não se encaixam na definição de íntimo que conheço.

— Eu não me importo com o que você acha, ou deixa de achar, Camila. – Meu tom de voz não deixou margem para novos argumentos.

Suas palavras ferem muito mais do que eu possa imaginar, S/N. – Camila recuou, lágrimas caindo pela face e tropeçou para fora da sala sem me olhar de novo.

Eu não me importo, não é? Mas, então, por que uma dorzinha aguda se fazia tão presente no meu peito ao ouvir aquelas palavras?

CROWN ( Camila/You G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora