3.13. Masmorras, minas e vampiros - Parte 2

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Após a primeira batalha com dois vampiros epíscopos e incontáveis de vampiros comuns (os rabones), o grupo, formado pelo Tiradentes e mascate Joaquim José, o Padre Rolim, o escravo Pedro e a maga Ana Lopéz, saiu-se vitorioso. Um dos epíscopos foi morto, dezenas de rabones foram eliminados e os monstros recuaram.

Agora, porém, o dilema era claro. Ana, peça crucial na defesa e no ataque, esgotou seu mana e estava impedida de fazer magias. Precisava de tempo para recuperar a energia mística. Rolim estava ofegante. Joaquim notou que as pernas do padre tremiam. Pedro, que há poucos minutos estava ferido mortalmente e com entranhas expostas, parecia curado, mas seu semblante sombrio não transmitia confiança.

Por outro lado, esperar significaria queimar as poucas tochas disponíveis. Além disso, agora os vilões conheciam em detalhes as forças do grupo, e a cada minuto poderiam organizar formas mais efetivas de ataque.

- É melhor descansarmos um...

- Não! – Ana interrompeu o mascate – Precisamos continuar o mais rápido possível.

- Mas você não...

- Cale-se. Vamos! – ela começou a andar, quase sumindo na escuridão. O grupo correu e a alcançou. – Não podemos desistir nem fraquejar agora. Em quinze minutos já terei recuperado o mana para encantamentos básicos.

Joaquim notou que ela colocou uma mistura de folhas embaixo da língua.

***

Dessa vez a caminhada foi longa. O túnel ascendente seguiu e a atmosfera parecia menos pesada.

Uma mudança no cenário: uma escada circular, de metal, levava até um alçapão.

- Se subirmos ali, com certeza sairemos no Mosteiro do Buraco Sagrado e encontraremos um monte de monges armados – disse Pedro.

- Pode ser – replicou Joaquim. – Então este é um dos segredos do mosteiro. Está ligado à antiga mina de ouro abandonada, e na mina há diversas abominações. Qual a motivação deles?

- Pedro está certo – completou Ana – Esta área é perigosa. Estamos perto do coração do Mosteiro. Vo.. Não queremos subir, né? O calabouço está perto. Seu irmão estará lá. Também... vou reencontrar minha prima.

Após mais cinco minutos de caminhada, uma escada suntuosa, larga e de mármore rosa, permitia um novo acesso ao piso superior. Estranhamente, a área estava deserta. O grupo estava alerta e analisou o cenário.

- É melhor acendermos agora uma segunda tocha. A escada de mármore estava no mapa que analisei. Conecta-se com o salão acima, onde havia dois guardiões com armaduras, lembra-se, Joaquim? Visualizei a área quando acessei suas memórias.

Ela continou:

- Para chegar à prisão das masmorras, vamos virar à esquerda na próxima bifurcação. Depois de longa caminhada, pegaremos o túnel central, e em seguida, uma longa descida apresentará o destino final da missão. Entenderam? Não parem por motivo algum!

Sem questionar, o grupo prosseguiu. Conforme previsto, revelaram-se duas opções e o grupo seguiu pela esquerda.

O chão era pavimentado e regular, mas as laterais do túnel eram rochosas, com lascas e reentrâncias, como uma antiga mina em exploração. No teto, as estalactites lembravam uma miríade irregular de dentes.

De repente, sons horrendos começaram a inundar o túnel.

- Atenção!

Como formigas, centenas de rabones caminhavam em filas e bloqueavam a passagem. Joaquim olhou para trás e viu que não havia volta. Vampiros também preenchiam o caminho por onde o grupo veio.

- Onde está a bruxa? – Disse o padre.

Ana López havia sumido. Pedro, Joaquim e Rolim estavam cercados e sozinhos contra a multidão de monstros.

Tiradentes Jovem contra os VampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora