Capítulo 10

2.1K 161 9
                                    

POV CLARKE

Eu não sabia o que fazer, não sabia se aquela visão era real, Lexa se mantinha parada me olhando, ela estava linda como sempre, os olhos verdes me encarrava de um jeito diferente.

- Posso entrar? - Ouço a voz calma da morena.

- Claro. - Dou passagem e vejo ela entrar. - Quer beber algo?

- Não, só quero conversar.

Observei a morena se sentar no sofá individual, caminhei lentamente e me sentei na mesa de centro e olhei pra ela.

- Lexa... Eu queria que você soubesse... Eu não estava com outra...

- Eu sei, Griffin.

- Eu não posso deixar que você... Espera, o que você disse? - Olhei pra ela e a vi sorrindo, por que ela estava, sorrindo?

- Eu sei o que aconteceu. - Senti ela pegar minha mão. - Octavia me contou.

- Ela te contou tudo mesmo?

- Sim, Griffin. E deixa eu falar, achei que você era mais esperta. - Encarrei a morena sem entender. - Presa em um quarto? Serio? - Ouvi a risada da morena e balancei a cabeça.

- Eu não tenho culpa que Octavia me enganou desse jeito.

- Já sei a quem recorrer quando você quiser ir sair com outras. - Lexa mordeu o lábio e deu de ombros me fazendo sorrir.

- Estamos de boa, não é?

- Claro, podemos almoçar amanha, o que acha?

- Eu vou adorar. - Me ajeitei na mesa.

- Eu queria pedir desculpa... Pelo que eu disse a você...

- Ei, está tudo bem. Acho que se fosse comigo eu também teria falado as mesmas coisas.

Lexa me olhava com ternura, seus dedos brincava com os meus, o que me deixava calma e relaxada. Eu estava ali na frente dela e não tinha nada a haver com uma transar qualquer, tinha mais que isso, uma parte de mim sentia medo, medo por estar me entregando, medo por qualquer sentimento que poderia sentir e medo por machucar a morena em minha frente, eu não sabia muita coisa dela, mas sempre souber que ela é melhor que eu, que merece mais que isso, eu não sabia se eu seria capaz de dar a ela o meu melhor, não sabia se um dia iria amar ela de algum jeito, eu devo deixar rolar ou terminar tudo antes que alguém se machuque? Eu não tinha uma resposta pra essas perguntas, mas uma parte maior em mim queria apenas ficar ali, olhando pra garota dos olhos verdes. Senti a morena soltar minha mão e se levantar.

- Melhor eu ir, tenho que estar cedo no colégio. Nos vemos amanha, Griffin.

Queria a morena mais um tempo ali, me levantei e caminhei com ela até a porta, vi Lexa balançar os cabelos com a mão, me fazendo sorrir. Antes de sair pela porta ela me olhou e sorriu, eu não sabia o que era mais bonito nela, os olhos ou o sorriso, eu poderia ficar ali mais um tempo olhando pra ela, admirando cada traço de seu rosto.

- Boa noite, Clarke. - A voz suave me fez voltar a realidade.

Meu olhar pousou nos lábios da morena, ela dava um sorriso de canto, minha mão repouso na cintura da mais velha, colei meu lábios no dela, sem demora senti ela retribuir. O beijo era calmo, mas com um pingo de desejo, explorei cada canto de sua boca, o que fez a morena suspira e apertar meu corpo ao dela.
Meu coração batia um pouco mais rápido e meu corpo tremeu junto ao da morena, nossos movimentos eram calmos e sincronizados, senti os longos dedos da mulher em meu rosto, aprofundei mais o beijo, nossas línguas dançavam juntas, eu não poderia pedir mais, aquele beijo seria a melhor despedida que poderíamos ter naquela noite, não sei quanto tempo durou aquele beijo, mas precisávamos respirar, lentamente o beijo foi acabando, abri meus olhos e vi a morena me olhando com um sorriso, era somente nós duas, o azul no verde, ficando bons longos segundos nos olhando. Uma breve tosse nos acordou, Lexa e eu olhamos ao mesmo tempo.

- Boa noite, garotas.

- Boa noite, senhora Griffin. - Lexa falou me soltando lentamente

- Por favor, me chame de Abby. - A morena acenou com a cabeça. - Bom, irei deixar vocês a sós.

- Na verdade, eu já estava de saída. Foi um prazer senho... - Lexa percebeu o olhar da medica sobre ela. - Digo, Abby. Foi um prazer te conhecer.

- O prazer foi todo meu...?

- Lexa Woods. - Vi a morena sorrir e logo acenar. - Uma boa noite a vocês.

Minha mãe e eu acenamos ao mesmo tempo, fechei a porta assim que me certifiquei que Lexa estava no carro.

- Não sabia que vocês trazia as garotas aqui pra casa. - Me virei, minha mãe estava no sofá, notei o quanto ela estava cansada.

- Lexa e eu não fizemos nada. - Me sentei ao lado dela. - Eu acho que estou dando uma chance...

- Oh, querida. Eu fique feliz com isso. Espero que tudo de certo pra vocês. - Sorri com o delicado beijo que me dera. - Eu irei descansar um pouco.

- Mãe, antes de você ir eu queria conversar com você.

***

POV RAVEN


Três semanas se passaram depois que Octavia deu um jeito na besteira que tinha feito, nesse meio tempo Clarke tinha mudado, estava mais leve, ela excluiu o numero de todas as garotas com que já ficou, começo a ser voluntaria com crianças no hospital. Eu estava feliz por ter uma nova Clarke, a loira ainda negava alguns sentimentos, mas sei que ela apenas quer ir devagar e pelo que percebi Lexa também pensa assim e que na verdade é bom pra ambas, com presa elas não vão chegar longe.
Depois de tanto pedir Clarke finalmente concordou com uma noite de garotas e dessa vez teríamos a presença de Lexa, eu estou meio nervosa com isso, mas não pela Clarke ou pela Lexa e sim por Octavia, eu amo essa garota, mas ela não controla o que diz ou o que faz, teria que tomar muito cuidado com ela.
Clarke e Lexa chegou com as pizzas, Octavia tirou o sofá do caminho e colocamos os colchões na sala, estávamos em uma briga pra saber que filme iriamos ver, bom apenas Lexa estava quieta, ela parecia meio assustada ao ver como nós três agia juntas.

- Cansei, vocês nunca querem ver os meus filmes. - Octavia saiu do seu lugar e se sentou perto de Lexa.

- Seu filmes são horríveis, Blake.

- Cala a boca, Clork. Vou bater um papo com minha cunhada aqui. - Clarke e eu nos olhamos, sabíamos que ia dar merda. - Então Lexa, me responde. Clarke é boa na cama?

- OCTAVIA! - Gritei e logo vi a garota dos olhos verdes rindo.

- Sim, ela é muito boa na cama. - A morena rapidamente olhou pra Clarke que ficou vermelha na hora. - Octavia, é verdade que quando era pequena você espiava as meninas no banheiro da escola?

- Griffin! Não acredito que você contou a ela. - Vi as duas se levantando e saírem correndo pelo apartamento.

- Elas são sempre assim? - Olhei pra Lexa ao ouvir a pergunta.

- Quando elas não estão quase se matando, sim. - ouvi ela rindo. - Octavia as vezes tem vento na cabeça, mas é uma boa pessoa.

- Ela é divertida, gosto do jeito dela de ser meio " foda-se " pra tudo. Ela não liga pro que pensam dela.

- Sei bem do que você está falando, ela é incrível. - Me ajeitei ao lado da morena. - Você pode se soltar mais, somos serias, mas quando estamos juntas somos completas idiotas. - Ouvia gritos da Octavia batendo na porta, Clarke deveria ter se trancado em algum lugar. - Você ainda tem medo, não é?

- Sim, Raven. Estamos indo bem, mas as vezes não sei bem o que Clarke sente, se esta bem, eu tenho medo de algo estragar.

- Ei, o começo sempre é assim, mas tenta relaxar, Clarke sempre foi meio fechada, com o tempo ela vai se soltar.

- Acho que você tem razão. Obrigada, Rae. - sorri ao ouvir o jeito que ela me chamou.

Octavia e Clarke voltaram abraçadas, nem parece que a pouco minutos Octavia estava querendo matar a loira, sorri com a cena.

- Como está se saindo no hospital, Clarke? - falei enquanto me ajeitava no colchão assim que Octavia me abraçou.

- Está sendo incrível, poder trazer um pouco de felicidade pras crianças é uma sensação que não da para explicar. - a loira deitou a cabeça no colo de Lexa.

- O que você faz exatamente? - Octavia perguntou.

- Fico mais com crianças com câncer, leio, converso, jogamos algo ou assistimos algo, deixo a criança escolher, enquanto isso os pais podem descansar um pouco.

- Isso é muito lindo da sua parte. - Lexa disse em um tom calmo, as duas se olhavam e sorriam.

- Se quiserem tem um quarto ali no corredor.

Nem tive tempo de olhar pra Octavia, um travesseiro acertou em cheio o rosto da morena, logo Clarke sentou sobre o colo dela e fingia uma briga, eu apenas ri da cena. Lexa se aproximou sorrindo.

- Vai se acostumando, vai ser assim quase sempre. - Disse pra Lexa.

- Acho que posso me acostumar.


POV LEXA

Odiava quando precisava ir pro colégio aos sábados, Anya disse que teríamos que terminar alguns documentos essa manhã, mas a tarde estaríamos livre. Clarke queria vir, mas convenci ela a continuar no apartamento com as garotas.
Queria poder passar todo o sábado com a loira, mas hoje ela iria pro hospital, ela do nada quis ser voluntaria, pediu ajuda da mãe que não pensou muito e fez de tudo para ajudar a filha, sentia vontade de fazer o mesmo junto com a Clarke, mas as visitas que ela fazia ao hospital era em dias que tinha poucas aulas, mas eu tenho que continuar aqui, então não poderia ajuda-la.
Anya estava a sua mesa reclamando de ter vindo trabalhar e mal via a hora de ir pra casa, concordei com a cabeça.

- E como vai as coisas com a Griffin?

- Está indo aos poucos. - A loira me olhou e ergueu a sobrancelha. - Estamos indo com calma, nos conhecendo e tudo mais.

- Você parece bem com isso.

- Acho que as pessoas podem mudar, até mesmo as que achávamos que jamais mudaria.

- Espero que tudo de certo pra vocês, Lex. - Dei um breve sorriso carinhoso pra ela.

- Lexa, posso falar com você? - Olhei para a porta e vi Indra me olhando.

Ela parecia preocupada com algo, eu nunca tinha visto ela desse jeito, troquei olhares com Anya e logo entrei em sua sala, fechei a porta e me aproximei da sua mesa.

- Tia, está tudo bem?

- Lexa, eu preciso te contar uma coisa.

- O que aconteceu? Você parece tão...

- Echo está na cidade, ela me procurou...

- Não, isso é impossível. Ela está aqui?

- Sim, querida. Ela quer te ver.

- Não, não posso ver ela, não depois de tudo, depois de todos esses anos.

- Lexa, ela é sua...

- Já disse que não quero ver ela.

Não esperei Indra responder, sai da sala correndo o mais rápido nem me dei ao trabalho de falar algo pra Anya, eu só precisava correr e fugir, essa noticia me atingiu como um raio, minha respiração começou a ficar ofegante, precisava ir pra algum lugar que ninguém me achasse, queria ir ate o Lincoln, mas logo ele iria saber que Echo estava aqui.
Sentei no banco, meu peito subia e descia, tentava ao máximo respirar devagar, mas era algo que não estava dando para controlar.
Eu tentei ao máximo esquecer essa parte do meu passado e quando eu menos espero isso vem e me da um soco no estomago. Eu queria gritar e tentar tirar toda aquela dor do meu peito, Respirei fundo algumas até me acalmar, me levantei e me atrevi a voltar pra casa, mesmo sabendo que lá seria o primeiro lugar que ela me procuraria.

Let Me Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora