Capítulo 12

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POV CLARKE

Estava em uma sala na qual havia vários quadros de estudantes que passaram por aquele colégio, minha ultima aula tinha sido cancelada, eu iria para o hospital em seguida, mas com esse tempo livre eu finalmente resolvi olhar os quadros, havia vários do meu pai e nem lembrava o quanto ele era bom no que fazia, respirei fundo e lembrei de quando era pequena, ele me girava pela sala, nossas roupas sujas de tinta se encostavam criando mais manchas.

" Papai me girava de um lado para o outro enquanto eu soltava gritos agudos, por mais irritante, ele adorava. Quando percebia que os giros estavam me deixando tonta ele me colocava no sofá.

- Clarke, a vida é como um giro, você tem que se manter firme para continuar em pé se não qualquer coisa pode te derrubar.

- Eu sei, papai. Não importa o quão difícil vai ser eu vou continuar em pé.

- Isso mesmo, princesa. - sorri mostrando que mais um dente faltava em meu sorriso. "

Eu quase não pensava nele, bom antigamente eu pensava que o amor era fraqueza, pensava que ele foi a fraqueza da minha mãe, lembro quando era pequena que desejava ter um amor igual ao deles, mas quando minha mãe pronunciou aquela frase o meu pensamento mudou, eu não era capaz de amar alguém e também não era digna de receber o amor, mas isso mudou, não sei se deveria ter sido com Lexa, não sei se meu destino pode me levar a outra pessoa, mas agora, no presente eu estou feliz ao lado da morena e se for pra ser assim, ela e eu, vou tentar ao máximo me jogar nesse tipo de " relacionamento " que estamos tendo.
Meus dedos deslizavam sobre a tela tomando cuidado para não estragar nada, eu podia sentir a emoção que meu pai passara na tela, era como se ele ainda estivesse ali, falando comigo " Você pode demonstrar qualquer sentimento através de uma tela. Você não precisa ter medo, apenas pinte o que o seu coração manda. " Ele tinha uma maneira diferente de me mostrar o mundo, de me fazer enxergar alegria na menor coisas que poderia existir, eu daria tudo pra ter ele novamente, poder abraça-lo e dizer o quanto o amava, saber se ele se orgulhava da filha que tinha, de uma coisa eu tinha certeza naquele momento, eu me orgulhava do pai que tive.
Senti os braços passar em volta da minha cintura, sorri ao reconhecer aquele abraço e o perfume de rosas, me virei lentamente.

- Os quadros dele são incríveis. - concordei ainda olhando pra ela. - Sente saudades, não é?

- Sim, perder ele foi a pior coisa que me aconteceu. Ele também perdeu tudo, não me viu crescer, perdeu a mulher que amava, eu... queria...

- Ei, shiu. - A morena me abraçou o mais forte que poderia. - De uma coisa eu sei, aonde quer que ele esteja, ele te ama e ama sua mãe.

Respirei devagar sentindo mais o perfume da morena, seus dedos acariciavam meu cabelo, o silencio tomou conta de nos por alguns longos minutos, o abraço em nenhum momento foi quebrado, era o gesto de carinho que precisava.

- Eu não te vi pelo colégio hoje. - olhei lentamente para Lexa.

- Não vim trabalhar hoje. - ergui uma sobrancelha. - Foi tipo um dia de folga.

- E por que você está aqui agora?

- Pensei em te dar uma carona até o hospital. - A morena pego a minha mochila e jogou sobre os ombros dela.

- Você vai ir ver as crianças comigo?

- Não, Clarke. Eu fiquei de encontrar o Lincoln daqui a pouco. Mas prometo tirar um dia pra isso.

Acenei com a cabeça, não estava chateada por Lexa não querer ir comigo, estava mesmo é preocupada, Lexa estava estranha desde sábado, no domingo escolheu uma das trilhas mais longe de casa, não que isso fosse um problema, mas notei que a morena queria sair do apartamento o mais rápido possível e não queria voltar antes que escurecesse e hoje não veio trabalhar, alguma coisa estava acontecendo e eu precisava saber o que era, ela não poderia agir assim e não me contar nada, bom eu não tinha total direito de saber sobre tudo, mas estávamos nos conhecendo e eu me preocupava com ela. Eu me abria totalmente, contava meus segredos e passado, ela deveria confiar em mim e me contar seja lá o que estava incomodando ela.

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