XXXII. Halloween

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Notas: GENTEM BIURIFÚ, como demorei muito, me esforcei para finalizar três capítulos para trazer de uma vez só. Eles já estavam planejados há eras, na vdd, então eu já sabia o que escrever. O problema era justamente este: escrever. Juro que tô dando meu melhor. Lucca merece e vocês também! ♥
ENTÃO TOMEM ESTA TRIPLICATA!
(quando trabalhava em lab, chamávamos de triplicata as análises de três em três amostras)


Outubro

Nathaniel sorriu quando enxergou Kellan.

Halloween estava próximo e a área pediátrica do hospital já estava customizada para a garotada se sentir mais à vontade, mesmo presos ao hospital. O que o Walker não sabia é que os médicos também seriam customizados.

— Cala a boca — foi logo dizendo Kellan, ao deixar o prontuário no balcão, com um sorriso de canto.

— Eu nem disse nada — riu-se Nathan, observando o loiro.

Usava uma tiara de abóboras que balançava quando ele se movia, uma das sobrancelhas estava pintada de roxa e a outra de laranja e havia um chapéu de bruxa desenhado em sua bochecha esquerda.

— Não, mas seus olhos disseram — retrucou, bem-humorado. Então apoiou-se no balcão. — E quer saber? Se a Lizzy disse que eu fiquei gato assim, eu acredito!

Nathan riu, assentindo.

Lizzy era uma das pacientes mais conhecidas naquele ano, sempre retornava ao hospital devido à quimioterapia, mas chamava a atenção que fosse sempre tão animada. Tinha nove anos, era apaixonada por Kellan e não fazia questão de esconder.

— Fiquei sabendo que vocês vão casar um dia — brincou Nathan, analisando-o.

— É verdade — concordou, rindo. — Nós iremos usar terno e vestido roxos, porque Lizzy diz que se o tênis branco que ganhou da sua mãe suja rápido, imagina um vestido de noiva!

Nathaniel gargalhou, podendo jurar que ouvira a voz da garotinha em sua cabeça, daquele jeito sabichão dela. — Sensata como sempre.

— Com certeza — afirmou Kellan, com um sorriso terno.

Já fazia um tempo que Kellan se inclinava para a pediatria cirúrgica, desde o início difícil que tiveram nela. Kellan odiava trabalhar com crianças com todas as forças, devido às vezes em que as perdiam, e Nathan teve que acalmá-lo em algumas destas.

Nathan não tinha o coração de pedra, mas sempre foi calmo e neutro em todos os casos, um dos motivos pelos quais Russell sempre o seduziu para a Traumatologia. Kellan, no entanto, era outra história.

Foi a maior ironia quando escolheu a Pediatria como a futura área de especialização, com a ideia de que, mesmo que não trabalhasse com crianças e não visse seu sofrimento, este ainda ocorreria. Tomado pela vontade de ajudar com que menos crianças tivessem as vidas tomadas para doenças ou circunstâncias ruins, a partir de sua dedicação em jamais se tornar um médico mediano para tratá-las, Kellan decidiu que não haveria trabalho algum que mais lhe satisfizesse.

Nathan se orgulhava dele por isto, já que o acompanhou nessa trajetória.

— O que faz aqui? — perguntou, referindo-se à sala de emergência.

— Russell me tirou da Pediatria por hoje, porque já ultrapassei minhas horas da semana — explicou, com uma careta. Nathan riu. — E como soube que você estava por aqui hoje, vim para lhe fazer companhia — brincou, com um sorriso de canto.

Nathan assentiu, olhando ao redor. — Hoje está estranhamente parado — comentou, dando de ombros.

— O pronto-socorro? — questionou, como se recém olhasse em volta, com estranheza. — Bizarro.

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