Capítulo 2: Poderes devastadores

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Martin~

Toda essa loucura de poderes e escola para controlá-los me deixou muito confuso, então saio da cozinha e vou direto para o meu quarto.

Durante o dia eu não conseguia pensar em mais nada a não ser neste assunto.

O dia passou rápido e a noite logo se esvai, já estava próximo das três horas da manhã, então decidi dormir.

Acordo às 6:30hrs da manhã e decido ir para o colégio. Eu não tenho indício do tal "Quirk" como a Marina, tomo banho, visto roupas pretas, como sempre, meu costumeiros óculos de grau em meu rosto e como eu sabia que não haveria ninguém acordado aquela hora saio de casa tranquilamente.

Já que a escola não é tão longe vou a pé mesmo.

Chegando na escola sigo direto para a aula, a manhã passou rápido e logo era hora do intervalo.

Meu celular toca.

-Onde você está?-Ouço minha mãe falar assim que atendo, está furiosa.

-No colégio...- Sou interrompido.

- Eu avisei que não era para ir, estou indo te buscar. - Ela desliga antes que eu respondesse algo.

Coloco o celular em meu bolso e vou em direção à sala para pegar minhas coisas.

- E aí nerd.- O Kaio aparece na minha frente.

Porque as pessoas acham que nerd é uma ofensa?

-Estava demorando para você ser um babaca hoje não é?- Pego minha mochila, coloco o óculos na caixa e deixo dentro da mesma e tento passar por ele, mas ele não deixa. -Sai da minha frente, agora!

Ele me empurra.

Tento falar algo, mas minha voz não saía, eu sentia como se tivesse algo na minha goela, tento outra vez, mas não saía nada.

- Vai se fazer de mudo agora?- O garoto se aproxima de mim, me empurrando novamente e me fazendo cair próximo a parede no fim da sala.

Me desespero por não conseguir falar e também por, agora, não conseguir respirar. Eu estou tendo uma crise de pânico, talvez pela falta da minha voz ou talvez o que vez minha voz sumir também esteja me sufocando.

Tudo começa a girar.

Nesse momento eu só tive vontade de gritar, mas como faria isso se não tinha voz?

Me ajoelho e olho para o teto com as mãos em meu pescoço em desespero, nesse momento ele percebe o quão sério era a situação, mas foi tarde.

A vontade de gritar não tinha passado e eu gritei, um barulho muito alto ecoou na sala. A sala tremeu, as cadeiras foram jogadas longe, sendo quebradas, assim como o Kaio que bateu forte contra a parede, as janelas de vidro todas foram estilhaçadas jogando cacos por todos os lados, as paredes foram quebradas e em o chão e teto tiveram rachaduras completamente visíveis de tão grossas.

Quando parei de gritar minha respiração e voz estavam normais, e eu surtei ao perceber como a sala ficou. Eu fiz aquilo, eu provavelmente matei o Kaio.

Alguém chega à porta da sala de aula.

-Filho, vamos nós temos que sair daqui. -Minha mãe se aproxima de mim.- Rápido.

-Mãe, eu fiz isso!- Digo olhando para ela.- Eu machuquei ele e... E destruí toda a sala. Temos que chamar uma ambulância.

- Eu sei filho, a ambulância já foi acionada. Mas agora nós temos que ir.- Ela me levita me fazendo ficar em pé. -Vamos pela saída de emergência.

Corremos o mais rápido que podíamos até o carro, Do lado de fora havia muita gente correndo para fora do colégio e muitas outras já paradas olhando como tudo estava. quando já estávamos dentro do veículo que eu percebi que o ouvido da minha mãe estava sangrando.

-Mãe, seu ouvido. - Levo minha mão até ela.

- Eu consegui te ouvir, ouvi seu Quirk, mas não se preocupe não dói tanto como antes.- Ela liga o carro e saímos dali rapidamente.- Os seus também tiveram danos, não está doendo?

Só quando ela falou que eu percebi que escorria sangue dos meus ouvidos até o meu pescoço.

- Isso é normal acontecer, é um efeito do poder. Quando você controlá-lo ele fará parte de você e não vai te machucar.- Minha mãe fala para mim.

Chegamos em casa e eu vou direto para o meu quarto, entro no banheiro para me limpar.

-Martin?- Ouço a voz da Marina.

Saio do banheiro e vou até ela.

-Seus cabelos... estão mudando de cor.- Falo assim que olho para ela.

-O pai falou que pode ser efeito da tal Quirk, mas ainda não sabemos qual é.- Ela se aproxima, pega o papel em minha mão e começa a tirar o sangue que havia escorrido em mim.- Você está bem?

-Sim estou, não sinto dor alguma.- Explico a ela.

-É melhor você tomar banho e deitar um pouco.- Ela diz.- Me chame se quiser que eu fique aqui com você.

Ela me devolve o papel sujo de sangue e sai do meu quarto.

Marina~

Segundo a minha mãe, o Martin destruiu toda a sala de aula apenas com um grito. E isso me fez pensar o quanto esse poder pode ser perigoso tanto para ele quanto para as pessoas ao seu redor. Ainda bem que nossa escola não tem câmera, pois assim ninguém descobriu nada, ainda.

O Kaio morreu, meus pais receberam uma ligação do colégio os avisando da morte de um dos alunos decretando o fim das aulas como luto.

As pessoas acharam que uma bomba explodiu na escola e estão tratando isso como um ato terrorista.

Dois dias se passaram desde o incidente, meus cabelos ficavam cada vez mais brancos e eu cada vez com mais frio e com a pele totalmente gélida.

Eu estava arrumando todas as minhas coisas para levar para a nova escola, a qual iremos morar. Meus pais se conheceram lá e estão juntos desde então. Após terminar de arrumar tudo fecho as malas.

Uma onda súbita de frio passa pela minha coluna, era um frio quase insuportável, chamo por meus pais mas foi tão baixo que talvez não tenham ouvido. Caio no chão e fico em posição fetal, tremendo. Nesse momento eu pensei que morreria por hipotermia, acabei desmaiando por causa do frio.

Horas depois, quando acordo, percebo que estou no quarto do Martin, deitada e com 5 cobertores em minha volta. Assim que percebem que eu acordei, meus pais se aproximam de mim.

-O que aconteceu?- Pergunto.

-Seu Quirk despertou. - Minha mãe explica. -Você desmaiou por conta do frio, mas agora está tudo bem. O seu corpo se acostumou com a temperatura que seu poder liberou.

O Martim fica apenas me olhando do canto do quarto com um olhar assustado, sorrio para ele e faço sinal para que se aproxime.

Ele senta na cama próximo de mim.

-Você está bem?- Ele pergunta nitidamente preocupado.

Balanço a cabeça em confirmação.

Apesar de termos a mesma idade, o Martin sempre pareceu ser o mais novo e eu sempre tive um senso de proteção muito grande por ele.

-Filha, o seu quarto... - Meu pai tenta falar.- Ele foi coberto por seu Quirk, então você terá que dormir aqui hoje.

-Como assim "coberto"?- Pergunto.

- É melhor você ver.- Martin diz.

Me levanto da cama e é nesta hora que eu percebo que não estou com tanto frio como antes, mas ainda assim estava com a temperatura corporal baixa.

Quando abro a porta do meu quarto percebo que as paredes de todo o local estavam cobertas por gelo, do chão ao teto, estava completamente congelado.

Então esse é o meu poder?!

DEZESSEIS (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora