Capítulo 25- A festa da União

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Noah~

Assim que o torneio acabou sigo até a diretoria com o meu pai e o novato, depois fomos para a nossa casa já que tinha que pegar o meu irmão que estava na casa do vizinho. Wendell é amigo do meu pai desde a faculdade e também sabe que meu pai tem poder e seu filho Pedro é o melhor amigo do meu irmão.

-Noah, faz tempo que não te vejo.

-Culpa da escola. – Brinco. - Como estão todos?

-Estamos bem. - Dá espaço para que entremos na casa. - Os garotos já estão vindo, só estão arrumando os brinquedos.

O Miguel me vê e corre para me dar um abraço. Faço um toque de mão com Pedro.

Fomos para casa, sentamo-nos à mesa da cozinha. Pego uma maçã. Meu pai descasca uma laranja para o Miguel. E enfim começamos o assunto que tanto quero falar com o meu pai.

-A diretora Hanna me chamou para conversar hoje. - Dou uma mordida na fruta. - Me convidou a estudar nos Estados unidos, na Griffin College. - O rosto do meu pai estava impassível. - Ela acha que posso me dar bem lá por, você sabe, ter a mesma quirk do segundo e lá ter alguém que estudou sobre esse poder.

- E sua resposta?- Meu pai sempre foi o tipo de pessoa que dá espaço para todas as minhas escolhas, ele sempre quer que a escolha seja cem por cento minha. E isso é algo bom.

-Não queria me despedir de tudo que tenho aqui, mas é uma ótima oportunidade!- Dou outra mordida na fruta. - É uma boa escola, não é? Foi lá onde minha mãe estudou.

-É uma ótima escola e também acredito que você vai se da bem lá.

~16~

-Posso falar algo importante com você antes da festa?- Digo me levantando e me aproximando do Martin. São 21 h e já estávamos atrasados para a festa.

-É claro que sim, aconteceu algo?- Se vira olhando em meu rosto. Ele está vestido com uma calça jeans, camisa preta com mangas longas, um allstar preto e seu cabelo estavam soltos caindo sobre seus ombros. Pega seu óculos e põe sobre seu rosto.

-A Hanna me chamou para estudar na Griffin college a partir do ano que vem e eu não quero me mudar sem antes falar que... -Engulo a saliva por nervosismo, ele vira sua cabeça um pouco para a esquerda e parece tentar absorver o que acabei de dizer. - Estou apaixonado por você. Não quero ser a pessoa que perde um amor por medo de dizer o que sente. - Respiro fundo. Seus olhos grudados nos meus fizeram meu coração bater ainda mais rápido, minha mão começou a suar.

E em um pulo sinto seus lábios nos meus, um beijo calmo, suas mãos tocava meus braços e eu coloco as minhas mãos sob sua cintura e o acaricio como se fosse se quebrar a qualquer momento. Ele se afasta devagar, olhando para o chão com vergonha.

-Eu também estou apaixonado por você... Certo, isso foi bem clichê. - Com certeza meu rosto está como o de um completo bobo.

-Gosto de clichês. -Dou um sorriso de canto. Não digo que meu coração parou com sua resposta, isso seria ainda mais clichê e eu preciso dele batendo ainda mais daqui para frente. Coloco uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e com a mão em sua nuca o puxo para mais um beijo, calmo e doce.

Somos interrompidos por batidas na porta. Abro e vejo o Nathan parado.

-Estão prontos?

Olho para o Martin.

-Estamos. - Seguro sua mão e saímos do quarto.

Nathan olha para nossas mãos, surpreso.

-Meu Deus, até que enfim!- Ele grita e nós sorrimos.

- E você, quando vai falar com a minha irmã?

- Sua irmã é bem difícil de lidar, sabia?!- Essa é a única coisa que ele responde com um sorriso no rosto e claramente com vergonha.

Já estávamos perto do lago, algumas árvores estavam com alguns LEDs e também algumas pequenas luzes sobrevoando o local, como grandes vagalumes, com certeza a Mia pediu para alguém usar a quirk para isso.

A música estava alta e o lugar já estava cheio. Martin para por alguns segundos e inspira.

-Você realmente não curte festas, não é? Se quiser podemos voltar.

-Não, está tudo bem. É só que muito barulho me incomoda. - Ele olha para a tela do celular. - Estamos atrasados, a Mia vai acabar com a gente.

Fomos até a mesa de bebidas e encontramos a Mia e Marina com dois garotos, o Teo dos Estados Unidos e o outro, Gabriel, um aluno do segundo ano. A Marina quando nos vê faz uma cara de surpresa e logo dá um sorriso para o irmão.

-Onde vocês se meteram?- Diz Mia assim que nos ver. - Vocês estão muito atrasados meus amigos. Vem aqui, pegue uma bebida.

-Ela já está bêbada?

-É, ela está- Respondo o Martim.

-Não estou bêbada, ok? Agora peguem isso.

Pegamos os copos de suas mãos, dou um gole, cerveja. Já o Martin não bebe.

-Esses aqui são nossos salvadores, eles estão criando nossas bebidas. - Ela coloca os braços em volta dos nossos pescoços, enquanto a Marina e o Nathan rir. - O diretor não deixaria trazer bebida alcoólica. Esse aqui é o Theo e ele tem poder de criar água. Já esse aqui, o Gabriel, tem a melhor quirk de todas. - Ela dá uma pausa e coloca a mão no ombro do Gabriel. - Ele pode mudar a composição da água, ele tá fazendo todas as bebidas deste noite.

Brindamos a ele e gritamos.

Demos uma volta no local, tinha uma mesa de Dj, um garoto que é cantor reconhecido no país estava no palco. Estavam todos ali, todos os alunos das cinco escolas. Alguns bebiam, outros dançavam, outros dançavam e bebiam. Uns estavam sentados, outros voavam, longe da multidão e outros estavam bem perto do lago. Fizemos o mesmo, caminhamos pela beira da água em busca de um lugar mais sossegado. A noite estava clara e a lua refletia sob o lago.

O frio aumenta, Martin passa as mãos em seu braço para se aquecer. Tiro minha jaqueta e o faço vesti-la.

-Estou mais acostumado com o frio, não fará falta. - Digo quando ele faz menção de não aceitar.

Já era quase meia-noite quando voltamos para a festa, somos puxados para o meio da pista de dança, um amontoado de pessoas se tombavam uns nos outros. Mia segura as mãos do Martin fazendo o movimento de vai e vem para que ele dance, ele sorri de forma envergonhada, mas depois de alguns minutos seu corpo já dançava sozinho. Ele parece estar mais feliz, na real todos parecemos. Começa a tocar a música "We are Young, de Fun feat. Janelle Manaé", uma bela trilha sonora para uma festa cheia de adolescentes. Um coro se forma, vi em algum lugar que a música une as pessoas e isso é a mais completa verdade. Não importa quem seja ou em que continente viva a música é universal.

Cansados, nos deitamos na grama e olhando para as estrelas e a lua cheia. Admiro o Martin mais um pouco. Há meses atrás se alguém me dissesse que eu estaria em uma escola cheia de loucos com poderes e que amaria alguém desta forma, e espero que dure para sempre, eu diria que estava delirando. Mas aqui, segurando a mão de um garoto que eu descobri gostar a poucos meses e ter amigos que eu possa contar me deixa completamente feliz.

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Então, como puderam ver coloquei duas músicas nesse capítulo e explicando:
A primeira música, do início do cap, é para a parte da declaração do Noah para Martin e está indicação de agora será para o capítulo em sí.

Indicação de música:

"We are Young" de Fun feat Janelle manáe.

DEZESSEIS (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora