Capítulo 6: Torneio

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Marina~

Consegui falar com algumas das pessoas que tiveram suas características mudadas pela Quirk, pouquíssimas pessoas do colégio têm essas mudanças e é normal alguém que mude para algo que não entendem se sentirem mal por isso.

-Oi.- Me aproximo devagar deles e me sentando ao lado dos 5 ali.- Eu sou nova aqui, posso sentar com vocês?

-Você tem amigos, por que se sentaria com a gente?- Diz uma garota ao meu lado, com a voz rouca.

- Não posso querer mais?- Brinco. - Por que vocês não saem comigo qualquer dia desses?

-Você já nos viu... agora pode sair.

-Algumas pessoas não ligam para aparência. - Interrompo-a sendo direta.- Talvez vocês pudessem dar uma chance de te conhecerem.

Um rapaz à minha frente levanta o olhar e me encara. Lentamente ele tira o capuz deixando seu rosto à mostra sobre a luz que entrava no local por uma pequena janela, mas que dava para vê-lo perfeitamente.

Seu rosto era muito branco, com algum tipo de escamas e olhos vermelhos, ao piscá-los parecia um réptil. Não me assusto, pelo contrário. Mantenho o contato visual com ele, os outros ali pareciam surpresos com o ato do amigo e, o meu.

Há um silêncio pairando ali.

-Então, vocês querem sair comigo qualquer dia desses?- Sorrio para todos.

O rapaz apenas deu um pequeno sorriso, cobriu seu rosto, e saiu. Sendo acompanhado pelos outros.

Na manhã seguinte, no intervalo, vi o garoto de olhos vermelhos novamente. Ele caminhava pelo pátio, todos o encaravam e isso o deixava com vergonha, cobrindo mais o seu rosto. Me levanto e vou falar com ele.

-Oi, tudo bem?

Ele apenas balança a cabeça em confirmação.

-Vem se sentar com a gente!

O rapaz olha para a mesa onde eu estava e nega. E ver o Martin se aproximar.

- Eu tenho que ir. - Ele fala e sai andando rápido.

Foi a primeira vez que ouvi sua voz, era muito grossa e rouca.

Fico ali parada olhando-o se afastar.

-Por que ele saiu assim?

Não o respondo, apenas o puxo de volta à mesa.

Mia~

Era uma manhã de uma sexta chuvosa, acordei mais cedo que o necessário e não conseguia voltar a dormir, decido sair do meu quarto e caminhar pela escola.

Caminhando pelos corredores ainda vazios encontro o irmão da Marina. Já se passaram alguns poucos meses e essa é a primeira vez que o vejo sozinho.

-E aí garoto. -Sento ao seu lado. - resolveu sair mais cedo também?

- Eu não estou conseguindo dormir, então resolvi dar uma volta.

-E isso tem algum motivo?-Pego meu caderno de desenhos em minha mochila, mas não o abro.

-Acho que tudo isso, descobrir que tenho poderes principalmente, sair de casa, essa escola, o Noah. - Ele para de falar subitamente.

-O Noah?- Pergunto e olho para ele com um pequeno sorriso.

- Eu falei por falar. - Ele vira seu rosto. - Ele me ajudou a ter base no controle do Quirk e... Eu acho que por isso falei o nome dele porque, sei lá...

-Você não precisa esconder nada. - Me levanto e fico de frente a ele.- levanta e vem comigo.

A chuva já havia parado e agora pequenos raios de sol se mostravam por entre as nuvens cinza do céu, o levo até o telhado e nos sentamos na borda, mesmo molhada, olhando para a paisagem dali, as montanhas, as árvores e o sol que estava a nascer.

DEZESSEIS (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora