Capitulo 14: Ashia

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Ashia~

●Nigéria, três dias antes do torneio. ●

Ouço minha mãe me chamar do outro lado da porta, olho para o relógio e ainda marca 7 horas da manhã, minha irmã não está mais ali.

Me levanto, os olhos semicerrados de sono vou direto para o banheiro.

Logo estou pronta e vou direto até a sala dela.

-Suas coisas já estão prontas?- Diz ela assim que entro procurando algo dentro das gavetas.

Minha mãe é diretora do colégio Ashia, o qual eu recebo o nome em homenagem e também a mulher que a construiu essa escola, linha direta da minha descendência. Nome esse que, por curiosidade, significa esperança e é de origem africana.

Voltando à minha mãe, ela é preta, alta, lábios carnudos, olhos castanhos escuros e seu cabelo raspado. Dizem que me pareço com ela, claro que eu queria alguns centímetros a mais e todo o corpo escultural como o dela. Mas as pessoas dizem que eu tenho um "corpo de dar inveja", então estou de boa com isso... E uso dreads de cor marsala.

-Primeiro bom dia né?!- Me sento. - Sim, está tudo arrumado desde ontem.

-Vamos partir às 10 horas. - Ela me abraça por trás e beija minha cabeça.- Tenho uma reunião antes da viagem. Veja se a sua irmã e os outros já arrumaram suas coisas. - Diz me deixando sozinha na sala.

Por que me acordar a essa hora se sairíamos às 10?

Mando mensagem para todos que eu tenho o número, mais da metade deles na verdade. E volto para o meu quarto.

-Onde estava?-Minha colega de quarto e irmã, Tris, pergunta. - Você não gosta de acordar cedo assim, nem mesmo quando tem aula. Preguiçosa.

-Minha mãe me acordou. E você, tão cedo e já acordada?

-Fui correr!

A Quirk da Tris estimula o cérebro a aumentar e abaixar emoções e muitas vezes ela acaba usando em si mesma sem querer, então ela corre para ajudar a manter o foco. Principalmente por que ela tem ansiedade, é inimaginável para mim uma crise de ansiedade amplificada.

Deve ser completamente insuportável e isso mostra o quanto ela é forte.

Minha mãe a adotou ainda bebê, apenas seis meses mais nova que eu. Ela também é preta, cabelos pretos num black, olhos âmbar, bem magra e alta. Para mim que sou baixa, todos são altos.

Às 10 horas da manhã pegamos o avião e em algumas horas estávamos pisando em solo brasileiro.

Ao entrar no colégio Fausto havia dois garotos nos esperando. Um chamou o grupo que participaria do torneio e o outro acompanhou a minha mãe e eu até a sala do diretor.

É impressionante, não havia resquícios de nenhuma Quirk ali, mas eu consigo entender tudo perfeitamente mesmo não falando português.

-Desculpe, mas você não deveria estar no grupo para conhecer a escola?- O garoto de óculos e olhos heterocrômicos falou olhando para mim.

- Eu não vou participar do torneio, vim fazer intercâmbio.

Entro em uma sala junto a minha mãe.

-Martim, espere aí fora, por favor. Quero que você mostre o colégio a visitante. - O homem baixo que parecia ser o diretor falou.

10 ou 15 minutos se passaram e minha mãe pediu que eu saísse da sala, não me falaram nada demais; apenas como a escola funciona e como seriam ministradas as minhas aulas de quirk com um determinado professor, o que não seria tão difícil já que o meu poder é fácil de ser controlado.

DEZESSEIS (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora