My Sexy Slave // Harry Styles

Capítulo 27

P.O.V. Alissa:

Já tinha passado grande parte do dia. O sol estava a começar a por-se e a escuridão retomou o quarto de novo. Não tive coragem de sair daqui desde que estive com o Niall. Sempre que pensava nisso simplesmente sentia um aperto tão grande e doloroso no peito que se tornava impossível de conter as lágrimas que escorriam ferozmente pelo meu rosto. Não quero que o Niall me veja assim. O que poderá ele pensar?

Aposto que ele deve estar tão confuso quanto eu. Nem eu própria consigo me entender por vezes. Não sei porque razão eu fiquei assim. Simplesmente senti que ele me via como um erro, e por mais verdade que isso possa ser, é uma realidade que eu não quero encarar. Tenho vindo a descobrir um Niall totalmente diferente do que eu pensava que ele era.

Nunca tinha conhecido alguém tão humilde e honesto. Ele tem um brilho diferente, destaca-se, à sua maneira, no meio de uma multidão pela sua simplicidade. O meu coração bate de uma maneira diferente perto dele, sinto-me segura e amada. O Niall é uma pessoa extremamente dedicada, mesmo quando eu não o merecia, sempre esteve lá, agindo da melhor ou da pior maneira, mas sempre esteve lá para ter a certeza que eu seria protegida. Isso mexeu imenso comigo. Apesar de ter levado algum tempo para o perceber.

Ele deve estar a pensar que sou uma idiota neste momento. Não queria ter agido da maneira que agi à sua frente. Mostrei-me vulnerável, simplesmente porque ele impediu que acontece mais alguma coisa entre nós, porque eu não o conseguiria fazer. Pareça ou não egoísta, eu queria o Niall naquele momento e nunca acharia que ele seria um erro, porque não o é. Ele é o que há de mais certo na vida e eu escolhi não o ter.

Limpei as quantas lágrimas que caíram sobre as bochechas do meu rosto e encostei a cabeça ao vidro da enorme janela enquanto olhava para o prado coberto de neve. O que faço agora? Estou aqui sozinha com ele, eventualmente terei que sair do quarto e terei que falar com ele sobre o que aconteceu. Por muito que seja contra a minha vontade isto terá que acontecer.
Levantei-me devagar do pequeno sofá e fui até à casa de banho do quarto. Olhei-me no espelho e tracei as linhas escuras vincadas debaixo dos meus olhos. Chorar deixava-me sempre assim. Lavei a cara com a água fria e respirei fundo olhando, mais uma vez, para o meu reflexo no espelho.

Ainda hesitei uns segundos, segurando o puxador da porta, mas logo ganhei coragem fazendo o mesmo rodar e a porta ser aberta lentamente. Olhei para o corredor pela porta entreaberta e não havia sinais de vida do Niall. Caminhei ao longo do mesmo descendo as escadas tentando não fazer muito barulho e olhei em redor da sala vendo a porta do alpendre entreaberta e uma melodia fazer-se ouvir do seu exterior. Caminhei até ao mesmo vendo Niall sentado na escada enquanto tocava umas coisas aleatórias na guitarra. Entrelacei os meus dedos uns nos outros e fechei os olhos ouvindo a musica que saia das cordas da guitarra. Ele tinha realmente muito jeito para tocar.

Levei o meu lábio inferior para dentro da minha boca, vincando-o com os dentes e retomei o meu caminho até ao Niall de novo, sentando-me ao lado dele sem nunca desviar o olhar da paisagem. Este parou de tocar e olhou surpreso para mim, pousando de seguida a guitarra no meio das suas pernas. Nenhum de nós disse alguma coisa, simplesmente limitámos-nos a ouvir a natureza que nos rodeava enquanto os raios de sol iam sumindo lentamente sobre as folhagens das árvores.

Coloquei as minhas mãos por dentro das mangas da sweat e baloucei-as juntamente com as minhas pernas pousadas nos degraus da escada de madeira. Dei um toque com o meu joelho na perna de Niall fazendo-o olhar para mim. Eu simplesmente abaixei a cabeça, numa tentativa de não me deixar perder do azul maravilhoso dos seus olhos e suspirei, fechando os olhos com força para que não caísse mais nenhuma lágrima, mas logo os abri arregaladamente ao sentir a mão de Niall sobre a minha coxa, fazendo-me parar os movimentos que eu fazia anteriormente. Aquilo causou-me um arrepio maior pelo corpo do que o frio que nos rodeava no alpendre.
Olhei para ele e este sorriu pelo canto da boca dando-me leves festas na coxa com o seu polegar.