Capítulo 28

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P.O.V. Harry:

Ainda não conseguia digerir tudo o que aconteceu em questão de dias. Ao abrir os olhos esta manhã e o meu subconsciente trazer-me à memoria todas as lembranças da noite passada senti-me meio que atordoado, fazendo me questionar inclusive se não teria sonhado com o que se passou ontem e realmente consegui que a Vicky considerasse o meu perdão, ou até mesmo o facto de poder ter dormido toda a noite junto dela. Nada disto parecia real, inclusive eu sentia-me como já não me sentia à muito tempo. Pensei até que nunca mais voltaria a sentir-me assim, verdadeiramente feliz.

Nunca tivera conhecido ninguém tão puro como ela, com um coração enorme e sobretudo tão genuína.

Era bom passar tempo junto dela, sentia-me completo, feliz.
Os nossos momentos juntos não se mostram de todo constrangedores, na verdade, sinto que posso ser eu mesmo perto dela, sinto que não tenho que provar ou agradar a alguém pois ela aceita-me tal e qual como eu sou.

Dou por mim inclusive, muitas vezes, parado no tempo a observa-la. O seu jeito delicado de pegar o guardanapo e a sua constante mania de colocar o cabelo por detrás da orelha juntamente com um par de olhos brilhantes do azul mais bonito que existe no mundo. E a sua gargalhada? É só a melodia mais graciosa que alguma vez ouvi em toda a minha vida.

"Estarei a começar a nutrir sentimentos por ela?" chutou o meu subconsciente fazendo-me engasgar na minha própria saliva e provocando-me tosse logo de seguida. Vicky arregalou os olhos para mim e franziu as sobrancelhas vendo-me tentar voltar à minha postura anterior.

Vicky -Estás bem?

Eu -Sim, sim. Engasguei-me foi só isso.

Soltei uma pequena gargalhada enquanto arranhava a voz para que ela não notasse alguma coisa estranha. Agarrei no copo, e bebi o sumo deixando que este voltasse a molhar a minha garganta depois de esta ter ficado completamente seca e sacudi os meus pensamentos mentalmente. Não sei porque raio pensaria uma coisa dessas neste momento.

Vicky-Temos que nos despachar tenho algumas coisas para tratar em casa antes do regresso dos meus pais.

Disse passando logo de seguida com o guardanapo pelos seus lábios e dando um gole na sua bebida nunca desviando o seu olhar do meu. Eu franzi as sobrancelhas e pousei o meu copo sobre a mesa retomando o meu olhar para o dela também.

Eu -Os teus pais estão de regresso?

Vicky -Claro Harry. Falta uma semana para o Natal.

Sorriu radiante. Gostava de ter esse espírito também em relação ao Natal. Já à muito tempo que essa alegria perdeu o encanto nesta altura do ano. Não consigo sentir de novo essa magia, não sem o meu pai.

Eu -E quando voltam eles?

Vicky -Amanhã à tarde em principio. Estou a morrer de saudades deles.

Voltou a sorrir, desta vez mostrando os seus dentes perfeitamente alinhados e brancos. Admira-me como é que ela continua com toda esta afinidade com os pais, visto que quase em nenhuma ocasião eles estão presentes.

Vicky -Acho que os meus tios e os meus primos da Irlanda vêm cá passar o Natal connosco em casa este ano.

Eu -Não fazia ideia que tinhas família na Irlanda.

Pousei os cotovelos no topo da mesa e debrucei-me sobre a mesma olhando para ela e sorri.

Vicky -Bem, na verdade, o meu pai é Irlandês. E inclusive o Niall também. Eu é que nasci aqui em Londres.

Eu -Então deixa-me ver se percebi. Toda a tua família é Irlandesa excepto tu.

Vicky -Não, a minha mãe nasceu cá também. O meu pai veio estudar para o Reino Unido quando era jovem porque ganhou uma bolsa de estudo num concurso escolar qualquer. Entretanto a minha mãe estudava no mesmo liceu que ele e foi assim que se conheceram.

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⏰ Última atualização: Oct 28, 2023 ⏰

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