Capítulo 12

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Quatro meses antes do casamento. 
Escrito pela Thalita:

Diário, eu simplesmente não conseguia acreditar no que estava vendo e ouvindo. O Caio e meu sogro estavam bêbados e destruindo algumas músicas nacionais. A Kelly Key deve ter sentindo uma pontada na garganta durante o sono, como pressentimento da desmoralização das suas músicas.

— Preciso lavar meus olhos! Queimam! Queimam! Socorro! — Meu sogro falava e a dona Dileuza prontamente buscou uma jarra de água e jogou no rosto dele. Depois repetiu a mesma ação no Caio.

Ahhh, bem melhor. — Suspiraram aliviados.

— Desculpa, mas vocês pareciam duas gralhas esganiçadas na minha porta. — Ela se defendeu.

— Agora, se vocês não se importam, pretendemos dormir. — Minha sogra falou e nós entramos novamente no apartamento dos meus pais.

— Não! Esperem! — Caio pediu e minha sogra segurou a porta. —Rapunzel, precisamos conversar. Por favor! Me perdoa? Eu não posso ficar sem você, meu anjo. Eu fui idiota em desconfiar de você...

— Caio, são duas horas da manhã. Eu não vou discutir isso com você agora. — Falei sonolenta. — E eu não sou a Rapunzel.

— Isso. Eu sabia. Duas horas. Ou três, quase sete. — Meu sogro comentou e ninguém entendeu nada.

Thalita, por favor, meu anjo...

— Caio. Você. Está. Bêbado. — Expliquei pausadamente. — Vá para casa dormir e quando o dia amanhecer conversaremos sobre isso.

— Não podemos esperar... — Ele abraçou o violão, triste.

— Eu também não posso esperar, Ana, minha lindia... — Meu sogro enrolou a língua.

Lindia? — Ela repetiu irônica, franzindo a testa.

"Você é lindia! Muitcho mais do que lindia. Very, very beautiful. Você me deixa doidião. Oh, yes! Oh, nos!" — Ele começou a cantar, acredite, mamonas assassinas.

— Rapazes, que tal vocês irem dormir? Daqui a pouco a insuportável da síndica aparece e teremos problemas. — Meu pai falou e eles nos olharam atordoados.

— Não. Não sairemos daqui até nossas mulheres voltarem para nós. — Meu sogro murmurou, segurando na parede. — Por que esse corredor está andando?

— Isso mesmo. Vamos ficar aqui até nossas princesas voltarem. — Caio falou ainda abraçado ao violão.

— Eu mereço isso. — Comentei e percebi que minha sogra segurava uma risada.

Os dois em câmera master lenta deslizaram o corpo na parede, até sentarem no chão.

"Tá vendo aquela lua, que brilha lá no céu, se você pedir eu vou buscar só pra te dar..." — Caio cantou apontando para o elevador.

— A lua está no elevador? — Perguntei e ele negou com a cabeça.

— Não. Está em cima.

— No quarto andar?

— Não. No céu! — Ele respondeu arrastado e meus pais estavam se divertindo com a cena.

— Meu Deus! Vocês pensam que cachaça é água, dá nisso. — Comentei e o meu sogro começou a rir.

— Do que você está rindo, Ricardo? — Minha sogra perguntou.

O Diário De Um Casal Loucamente NormalOnde histórias criam vida. Descubra agora