Penúltimo capítulo

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Um ano e nove meses depois do casamento. 
Escrito pelo Caio:

Diário, chegou o grande dia, minha princesinha está completando um aninho de vida. Um ano de travessura e de muita alegria. Thalita saiu com ela para comprar uma boneca de presente, enquanto isso eu passei o dia enchendo balões para adiantar o nosso lado. O resto da decoração já estava pronta. Só faltava os balões. Thalita já tinha preparado todas as guloseimas da festa, e ela caprichou bastante. Tem praticamente de tudo. Brigadeiros, salgados, caldos, pipoca doce, sorvete caseiro, pudim, cachorro quente, mini tortas de chocolate, muitas balas e também alugamos uma máquina de algodão doce. Fora o enorme bolo de princesa, sabor morango e recheio de doce de leite, enfeitado com flores comestíveis de chocolate branco.

Olhei no relógio e estranhei a demora, até que finalmente as duas chegaram sorridentes, acompanhadas por um enorme sujeito marrom de quatro patas e um focinho gelado, que deitou próximos aos meus pés como se já nos conhecêssemos antes.

— "Calamelo! Calamelo"! — Melzinha correu na minha direção e me abraçou. Descasquei a bala de caramelo que ela tanto gosta e coloquei na boca dela, que desceu contente para o chão. Thalita sentou ao meu lado no sofá, e eu fiquei olhando aquele novo ser deitado tranquilamente no tapete.

— Onde você arrumou esse cachorro, amor? Você não saiu daqui para comprar uma boneca? — Perguntei e a Thalita sorriu.

— Bom, eu levei a Melzinha numa loja infantil cheia de brinquedos e tal, mas nada pareceu chamar a atenção dela. Aí fomos tomar um sorvete, e eu comecei a sentir umas "baforadas" quentes nas minhas batatinhas suculentas das pernas. Quando virei, vi esse grandão sorridente e fofo. Ele seguiu a gente por toda a avenida, e parava com a gente nas lojas. Melzinha fez carinho nele e ele deitou de barriga para cima. Enquanto eu estava distraída olhando umas bonecas que cantam, ela deu todo o sorvete dela para ele. Ouvi só as gargalhadas dela, enquanto ele comia a casquinha e fazia maior bagunça com o resto de sorvete derretido. Foi uma cena tão fofa! Para encurtar a história, quando chegamos aqui ele ainda estava atrás de nós. Então resolvi adotá-lo.

— Simples assim?

— Sim. Amor, não implica com ele. A Melzinha está adorando ter um novo companheiro.

— A Melzinha já tem vários companheiros. Tem os gatos, a tartaruga, até um peru.

— Pois agora ela também tem um cachorro. — Falou e me olhou de forma doce. — Por favor, deixa ele ficar?

Observei o cachorro balançar o rabo de um lado para outro jogando os balões longe, enquanto isso, Melzinha abraçava ele de forma desajeitada.

— Ele fica com uma condição.

— Qual?

— Coloquem um nome nele.

Ebaaa! — Thalita gritou me abraçando e a Melzinha riu contente, depois passou a língua no céu da boquinha tentando tirar a bala que ficou presa. — Então, meu amorzinho?! Qual nome você vai colocar no seu novo amigo?

— "Calamelo". — Falou com os lábios grudentos.

— Quer mais bala? — Perguntei e ela me ignorou, abraçando novamente o cachorro.

— "Calamelo". — Repetiu puxando as orelhas do pobre e enorme cão.

— Acho que ela já batizou ele. — Thalita riu e fez carinho no cachorro que até fechou os olhos para receber o carinho. — Seja bem-vindo, Caramelo!

O Diário De Um Casal Loucamente NormalOnde histórias criam vida. Descubra agora