Escrito pela Thalita:
Diário, a saga do meu casamento foi simplesmente emocionante. Mas tudo valeu a pena quando meu príncipe disse "sim" perante o padre, a Clementina dentro da batina do padre, Deus, nossos convidados e à todas as constelações que começavam a iluminar o céu lá fora. Sabe, morri de medo de ser transformada em macarronada na Itália. Imagina que horror? Definitivamente eu não seria uma boa massa! Talvez eu seria um bom rocambole.
Voltando ao casamento, tenho boas notícias ao mundo: Não se preocupem mais com a falta de água. Eu e Evelyn choramos tanto que dá para reabastecer todos os mares e lagos da terra. Embora os mares já estejam cheios. E ninguém bebe a água do mar. Só os peixes, né? Deve ser muito legal o modo como eles bebem água. Tipo, é só abrir a boca e a água entra. Ao mesmo tempo deve ser ruim quando eles estão bocejando e entra água. Se bem que peixes não bocejam, eu acho. Ah, deixa os peixes sonolentos pra lá.
Fomos para a festa e mesmo todos estando exaustos dançamos muito. Muito mesmo. Tirei foto com todo mundo, me senti uma famosa sendo perseguida pelos paparazzi. Beijei muito meu amor que não desgrudou de mim em nenhum segundo.
Tentei controlar a Clementina que estava impossível. Estava muito rebelde, tipo a Roberta ruiva da versão mexicana da novela Rebelde.
— Clementina, eu não serei a Mia, nem a Lupita. Eu nasci para ser a Roberta. Então para de show e comporte-se, mocinha! — Mandei e ela nem deu bola para mim.
Finalmente a comida foi liberada, eu era a primeira da fila. Consegui fugir dos maníacos das fotos e tentei me misturar no meio dos convidados para ser deixada em paz.
— Thalita, vem tirar foto com os padrinhos e o bolo... — Andréia, a fotógrafa, me encontrou, não sei como. Acho que talvez o meu vestido de noiva possa ter me dedurado.
— Já vou. Só vou comer rapidinho...
— Não, Thalita. Nem pensar! Temos muitas fotos para fazer... — Insistiu e eu nem dei confiança. — Ei, Thalita! Por favor!
— Querida, prioridades. Primeiro eu como, depois eu tiro a foto que você quiser. — Respondi e ela riu, eu não vi a graça.
— Quanto mais cedo terminarmos, melhor para você.
— Mas aí a comida irá esfriar...
— Vem, Thalita! Nunca te disseram que as noivas não comem no dia do casamento? — Ela perguntou e eu senti uma forte e quase fatal pontada no peito.
— Como assim não comem? Você acha que eu tive todo o trabalho de escolher cada coisa que seria servida, todo o cuidado com os preparativos, enfrentei um sequestro relâmpago e não irei comer?
— Infelizmente será assim mesmo. Agora venha! — A louca saiu me arrastando salão à fora e o meu pratinho foi humildemente comigo. Vazio de dar pena.
Caio me abraçou alheio à minha dor. — O que foi, meu anjo? Por que está com essa carinha? E pra que esse prato?
— Esse prato era meu. — Fiz bico, chateada. — O povo não quer me deixar comer. E você sabe que eu adoro comida de festa. É a minha festa. A minha comida. E não querem me deixar comer.
— Calma! Assim que der nós iremos comer. Pode ser?
— Fazer o quê, né? — Murmurei desolada e fomos tirar as benditas fotos. A fotógrafa tomou o meu pratinho. Fiquei ainda mais desolada.
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O Diário De Um Casal Loucamente Normal
HumorPassado alguns anos da primeira temporada Caio pediu Thalita em casamento. Agora ambos irão narrar todas as aventuras e loucuras que pode assolar um casal tão divertido e apaixonado quanto eles, prestes à subirem ao altar e iniciar suas responsabili...