Capítulo 29

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Sete meses depois do casamento. 
Escrito pela Thalita:

Olá, diário! Hoje é praticamente ano que vem! Isso mesmo, virada de ano novo.

Fomos a família toda para a praia ver os fogos e os assaltos que rolam enquanto a gente se distraí olhando para o céu, achando tudo lindo, tudo perfeito enquanto ficamos sem celular, sem carteira e se der mole, roubam até nosso sangue para vender no mercado negro. O Brasil é mesmo uma maravilha!
Então, se você sentir uma picadinha durante sua estadia numa multidão, não xingue o pobre mosquito da dengue. Nem sempre a culpa é dele, às vezes, é só um "vida loka" roubando o seu sangue e seu rins, sem que você perceba. Embora o mosquito use aquela roupinha listrada super brega, coitado, também merece respeito. Brincadeirinha... MATE O MOSQUITO DA DENGUE! VAMOS ACABAR COM ESSA ONDA DE MACACÕES HORROROSOS LISTRADOS! A moda, a saúde e o bom gosto agradecem.

Voltando ao assunto, a nossa grande família chegou causando na praia. Os bebês não vieram conosco, ficaram com meus pais que disseram não para o meu convite de festejar no meio de um monte de desconhecido, em pé numa praia superlotada, sem nada para comer nem beber. Quem perde um convite super bom desses, gente?!

— Esse ano não vou poder seguir a minha tradição de pular as setes ondas no mar. — Falei chateada e o meu príncipe me abraçou.

— Por que não, meu anjo?

— Porque com essa barriga enorme que estou, se aparecer um grupo de baleias, irão achar que me perdi delas e irão me puxar para o mar. E no final das contas, eu e a Melzinha terminaremos no fundo do oceano, procurando o Nemo. Embora o Nemo seja uma fofura, não seria uma boa ideia.

Caio começou a rir e beijou minha testa. Estávamos com três garrafas de champanhe no total, mas no final das contas brindamos com abraços, pois nos perdemos da Evelyn que estava com uma das garrafas, a outra estava com a Sabrina, mas um moleque com mini garras do Wolverine roubou. Sobrou a garrafa que estava com a minha sogrinha, mas advinha? Ela esqueceu no carro. Já começamos bem, né?!

Encontramos Maria Júlia no auge da sua fofura, entretanto ela foi embora antes dos fogos. Porém antes ela e sogrinha tiveram uma conversa interessante, pois o sogrinho propôs de levar a ex em casa. Eu fiquei super atenta ao babado forte:

— Tchau! Divirtam-se e feliz ano novo para todos! — Ela falou docemente.

— Feliz ano novo também, querida! — Minha sogrinha falou animada. — Espero que... Espera aí! Ricardo, aonde você vai?

— Vou levar a Maria Júlia em casa. — Meu sogro respondeu cheio de charme.

— Você... Vai... A Sabrina e o Samuel também vão? — Sogrinha olhou em volta à procura deles.

— Só o Samuel. A Sabrina insiste em ficar com o pai. — Maria Júlia respondeu e sorriu. — Não se preocupe, Ana, não vou sequestrar o seu marido. 

Diário, sem querer eu dei uma gargalhada monstruosa, mas foi muito sem querer mesmo. As duas me olharam e eu olhei para o meu príncipe e disfarcei:

— Essa piada é muito boa. O galo tocando piano: tomtom cocorocóóó...

Meu amor me olhou confuso e eu pisquei para ele.

— Qual a graça dessa piada? — Sogrinha perguntou irônica.

— Porque o galo cocorocó! E o piano tomtom! Aí o galo toca piano... Entendeu? Piano! Deixa pra lá. Você não tem humor. — Falei cansada de tentar explicar a obra de arte de piada que eu inventei de última hora.

O Diário De Um Casal Loucamente NormalOnde histórias criam vida. Descubra agora