O Diário De Um Casal Loucamente Normal

Capítulo 23

Dois meses depois do casamento.
Escrito pela Thalita:

Diário, nem te conto o que rolou hoje. Uma semana depois do nascimento do meu cunhadinho delicinha cheio de dobrinhas, eu estava com a Evelyn no quarto dela e minha sogrinha chegou.

— Evelyn, acho que o João está de fraldinha cheia. — Minha sogra falou entregando o bebê para a minha cunhada.

— Deixa eu ver. — Evelyn colocou o filho em cima da cama e tirou a fralda dele na minha frente. Eu quase morri instantaneamente com o "cheiro" ao qual fui praticamente asfixiada.

— Pelo amor de Deus! Com o que esse menino anda se alimentando? Misericórdia nessa fralda! Isso é quase uma bomba atômica mandada pelos nazistas! Hitler teria inveja desse "futum" para usar como armamento pesado na guerra. Jesus, Maria, José, e os três reis magos, protegei o intestino dessa pequena criatura, amém! — Reclamei quase cega, pois os gases altamente tóxicos da fralda eram demais para mim.

— Thalita, não exagera! Não é para tanto. Pega o talco para mim, por favor? — Evelyn pediu e eu atendi prontamente. Então minha cunhadinha começou a limpar o bebê e tudo piorou.

— Eu acho que... — Comecei a falar, mas não deu tempo. Acabei voltando todo o meu almoço no tapete do quarto ao ver aquela cena horrorosa.

— Meu Deus! Qual o seu problema, Thalita? Não aguenta ver trocarem uma fralda de criança? E quando você tiver o seu filho? Como vai ser? Você... — Minha sogra começou a passar um sermão em mim, entretanto meu estômago continuava ruim.

— Desculpe, eu não pude controlar. Eu... — Voltei a passar mal. — Vish... Aconteceu de novo. — Falei tentando me recompor.

— Thalita! — Minha sogra me chamou.

— Não se preocupe, sogrinha, eu vou limpar essa bagunça. — Avisei respirando fundo.

— É óbvio que você vai limpar. — Evelyn ironizou.

— Thalita! — Minha sogra voltou a me chamar.

— Calma! Já vou limpar. Só estou respirando um pouco aqui e...

— Thalita! — Ela me estressou.

— Pelo amor de Cristo Rei, eu já disse para a senhora que vou limpar tudo. Só um minuto!

— Não é isso. Você não percebe? Você só pode estar grávida! — Minha sogra falou e eu e Evelyn arregalamos os olhos.

— Co-co-como é? — Gaguejei atordoada.

— Sim. Você deve estar grávida! — Minha sogra repetiu com um sorriso enorme no rosto. Sentei surpresa na poltrona no canto do quarto.

— Eu não acredito! O João vai ter um priminho ou uma priminha! Gente o Caio vai enlouquecer quando souber... — Evelyn disparou a falar fazendo planos entusiasmada.

— Será? Ai papai! Ou seria: ai mamãe? — Ponderei e elas começaram a rir.

— Vou pegar as coisas para limpar aqui. — Minha sogra falou.

— Mãe, quando passar pela sala chama o Jonas para mim! — Evelyn pediu e pegou o bebê no colo.

— Ok. — Minha sogra saiu apressada.