Casar ou não casar?

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( PRÓLOGO )

Recomendado, mas devo ressaltar que não é necessário para o compreensão da história em si.

...

Tudo bem, vamos começar.

Olá, meu nome é Angélica Hermê, mas meus amigos costumam me chamar de Angi.

  Não que eu tenha muitos amigos.

  Afinal não é fácil encontrar pessoas que vejam o ser humano por debaixo da coroa. No caso esse ser humano seria eu.

Meu pai, o rei Pedro Josefh Hermê III costumava me dizer quando pequena que só se dá para conhecer alguém de verdade quando lhe dá poder.

  E ele é uma das melhores pessoas que eu conheço, então suponho que esteja certo. Afinal de contas foi assim que ele soube que minha mãe seria sua rainha. Sua atual majestade Maria Bergues Hermê I, a rosa que floresceu na corte de Amer.

  Meu pai lhe deu o poder sobre seu coração e pelo jeito ela sabia exatamente o que fazer com ele. Pois mais tarde ele também lhe concedeu o trono ao lado do seu. Lugar que pertence até hoje. Todo dia sendo amada por meu pai, o qual diz que a cada vez que a vê enxerga sua aura ainda mais brilhante. Repete sempre que nunca viu um coração mais puro que o dela o qual não só o aceitou por quem ele realmente era, como arcou com todos os sacrifícios que vinham com seu título.

  Ela então lhe responde, que se ela tem o coração mais puro, ele tem a alma mais nobre. Pois nunca vira um rei que vê um plebeu como igual, como ele.

  Os dois sempre acabando com um beijo meloso e um olhar de admiração e respeito mútuo. Porque apesar de tudo, antes de tudo eles são parceiros e se veem como melhores amigos. Pois mesmo que o amor prevaleça, a amizade é o que resiste ao tempo.

   E a deles resistiu e prosperou se personificando em nós, os príncipes e princesas. O futuro da monarquia e esperança do povo

  Um conto de fadas, eu sei.

Quando era pequena achava um nojo, hoje sinto inveja. Isto é amor. E espero que um dia possa experimenta-lo.

  Isso se não tiver que abrir mão de um bom príncipe-regente de que meu reino tanto merece. Pois as obrigações sempre vem antes das próprias necessidades. Foi o que meu avô me ensinou. E toda vez meus pais o desmentiam quando ele não estava ouvindo por estar levando um sermão de minha avó. Eles diziam que deveria ouvir meu coração e ele me guiaria para a pessoa certa.

  Nunca entendi isso, afinal quando prestava atenção só o ouvia bater e eu não entendia código morse. Achava mais interessante aprender com meu avô, ele parecia mais racional, eu compreendia o que falava e no final sempre fazia mais sentido do que ouvir uma parte do corpo que não foi feita para ser ouvida. O coração é um órgão muito complexo e eu não sou médica, sou política e lutarei com uma pena e papel até o fim de meus dias para garantir paz e prosperidade a meu reino.

Coisa que está longe de virar realidade, afinal estamos em guerra, ou muito perto disto, onde um passo em falso pode ser nosso fim. E ainda assim meus pais acham que no momento devo apenas me preocupar em me divertir, viver bem a vida e não me preocupar com algo que ainda me assombrará quando a hora chegar. Mas por quê deveria ouví-los? Meu avô não está mais aqui para me guiar, mas até eu posso ver que é mais importante me preparar para o meu cargo do que arranjar um marido.

Bem isso seria mais fácil se eu realmente quisesse arranjar um. Mas como meus pais sempre dizem sou jovem, bela e livre (na medida do possível) tenho muito o que viver e ver, tanto a fazer e realizar. Não tenho tempo para cortejos ou namoros, esperar aflita pela resposta de uma carta, um baile para podermos nos encontrar ou a preocupação de uma possível traição.

Simplesmente não tenho tempo, a vida é curta demais e sou madura e inteligente o suficiente para não me prender a alguém agora. Tudo está tão bem, para quê estragar com complicações evitáveis?

  Tenho tudo de que preciso e não se enganem, me casarei. Um dia. Mas este dia ainda está longe de chegar. E pretendo adiá-lo o máximo possível, afinal de contas no momento que decidir me juntar a alguém será para sempre e sempre é tempo demais.

  Acredito na lealdade e na estabilidade, coisas necessárias em um casamento de sucesso. Por isso tenho que aproveitar a instabilidade e furor atual antes de me devotar a minha própria família.

E esta decisão só eu posso tomar.

.......
Todas as imagens de início de capítulo são copiadas do Pinterest.

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Um estranho no palácioOnde histórias criam vida. Descubra agora