-Guarda Menfor, por favor pessa a seus homens para prenderem Sir Willian nas varandas e escolte minha família até seus devidos aposentos.
-Sim, senhor. -Ele direcionou seus homens, antes lançando um último olhar desconfiado a Jonathan que retribuiu com uma continência debochada.
-E quanto ao senhor Harper? -Perguntei a meu pai com um guarda já aguardando para me escoltar até meu quarto.
-Eu e ele temos alguns assuntos para resolver. -Papai o fuzilava com o olhar.
E eu não sabia se isto era uma coisa boa ou ruim.
-Ele me salvou, por favor não seja severo. -Suplicava.
-Tudo que me importa agora é você. -Disse se virando para mim. -Está ferida? -Fiz que não e ele suspirou de alívio. -Ótimo. Não se preocupe, agora vá.
Lancei um último olhar para Jonathan enquanto o salão era esvaziado com os convidados tendo o bom senso de irem embora por si mesmos. Ou, em outros casos, sendo obrigados a sair intimidados pelos soldados.
Jonathan piscou para mim, seu olhar tranquilo, os ombros relaxados e uma quina de seus lábios arqueada em um quase imperceptível sorriso torto.
Ele não tinha medo quanto ao que o esperava: a ira de um rei.
E eu não sabia se isso o tornava extremamente corajoso ou incrivelmente burro. Supunha que seria a primeira opção já que pelo pouco que conhecia daquele homem, ficara óbvio que não deveria duvidar de seu intelecto.
De qualquer forma, provavelmente nunca mais o veria. Ambos encaminhados a lados opostos.
Lhe desejei boa sorte em silêncio e fui embora. Não tinha o que fazer. Meu pai entenderia a situação e lhe concederia misericórdia. Ele ficaria bem.
Ou era o que esperava que acontecesse.
Cheguei ao meu quarto e não sabia bem o que fazer.
Era como se revivesce todos os últimos acontecimentos de uma só vez.
Como se eles finalmente se tornassem reais.
Uma bomba estourando em meu peito. Absorta em milhões de pensamentos sem conseguir focar em apenas um.Troquei de roupa e entrei debaixo das cobertas sem nem perceber, mas não conseguia dormir. Não estava com ânimo para ler e nem para mais nada. Só conseguia pensar sobre o que acabara de acontecer. Ruminando cada detalhe.
Quase perdera minha pureza. Minha inocência. Minha protegida virgindade.
Chegara tão perto de... ah!
Não. Não deveria pensar nisso. Não queria pensar nisto. Me dava arrepios só de cogitar que talvez...
Foi quando ouvi uma batida distinta na porta.
Nosso código secreto.
Pus meu roupão e fui até ela abrindo-a para Colin.
-Oi. -Ele disse sem jeito.
Já estava sem paletó e colete, a gravata frouxa e o olhar inquieto.
-Oi. -Disse tão incomodada quanto.
Afinal ele me vira em uma situação deplorável, nem podia imaginar o que pensava de mim agora.
-Você está bem? -Perguntou e eu fiz que sim. Ele suspirou. -Eu sinto muito, Angi.
-Por quê? -Quis saber. Afinal pelo que teria que se desculpar?
-Eu o apresentei a você. Não achei... não pensei.... nem me passou pela cabeça que ele poderia...
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Um estranho no palácio
RomanceUma princesa, Um país em guerra & Um convidado inesperado. Jovem, bela e sagaz, com um mundo na palma da mão, Angélica jamais teve do que reclamar. Até que chegou a hora de escolher quem se sentaria a seu lado no trono e a acompanharia no altar. Mas...