Tudo e um pouco mais

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Merda. Merda. Merda. Merda. Merda.

O que eu deveria fazer?

O que eu deveria dizer?

Como se reagia à uma coisa destas?

Eu só sabia que um alarme vermelho ressoava em minha mente, me alertando de que eu estava a tempo demais sem fazer nada. Talvez eles achassem que eu tinha tido uma síncope e me deixassem ali, sim, isso seria ótimo, mas, infelizmente, nunca aconteceria.

Enfim eu consegui fazer um leve aceno afirmativo com a cabeça.

Aquilo era o suficiente, certo?

Meu Deus.

Eu amava Jonathan.

Eu amava Jonathan.

Isto era um fato.

E eu deveria estar feliz, devia estar estasiada!

Talvez eu estivesse, só não sabia disto ainda.

Era como se meu corpo não entendesse o que tinha acabado de acontecer.

Droga, eu estava corando! E estava ficando calor, tão calor, eu deveria estar suando mais que um picolé sob o Sol de verão.

  Jonathan também deveria me amar.

Afinal, ele havia acabado de me pedir em casamento, ou pedido minha permissão para me pedir em casamento. Isso significava que ele me amava. Não é?

  Tudo bem, eu sabia que ele me amava. Mas não sabia que me amava tanto ao ponto de se prender a mim pelo resto da vida.

Céus.

Passaria o resto da vida com Jonathan Harper. Estava perdida.

  Achei que ia desmaiar ali mesmo. Mas então eu vi seu sorriso.

Aquele sorriso tímido e radiante, e de repente todas as minhas preocupações se esvaíram como fumaça ao vento.

Eu me casaria com ele.

Quando percebi isto, comecei a sorrir também.

-Bom, acho que teremos um casamento, afinal de contas. -Seth desencostou da parede, feliz da vida, mesmo que não quisesse demonstrar, se dirigindo a porta.

E ao olhar ao redor vi todos os meus sentimentos refletidos em minhas duas irmãs de consideração.

Enquanto Fran sorria igual a uma idiota com as mãos juntas ao peito, Mari parecia em choque, total e completamente perplexa e talvez um tanto aterrorizada.

Lá íamos nós.

...

  Não vi Jonathan depois daquilo, mas, também não me impressionava que ele estivesse me evitando considerando a forma com que deixei o ressinto, fugindo como uma zebra foge de um leão.

  Agora eu me via deitada em minha cama com um livro aberto ao meu lado, ainda que eu não conseguisse passar de uma frase sem relê-la dezenas de vezes e ainda assim não conseguir absorvê-la.

  Estava prestes a fechá-lo e ir fazer qualquer outra coisa quando ouvi uma batida na porta. Rapidamente me levantei, calcei minhas pantufas de panda e fui ver quem era.

  Ao abrir, fiquei estática.

  -Oi. -Disse, sem conseguir pensar em nada melhor para dizer.

  -Oi. -Jonathan respondeu meio sem jeito.

Um estranho no palácioOnde histórias criam vida. Descubra agora